SUBSÍDIO EBD LIÇÃO 10 – A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITAL DE ISRAEL | 4º Trimestre De 2022 – ADULTOS CPAD

SUBSÍDIO EBD LIÇÃO 10 – A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITAL DE ISRAEL | 4º Trimestre de 2022 – Subsídios Escola Biblica Dominical das Lições Bíblicas Adultos CPAD: A Justiça Divina – A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel

INTRODUÇÃO 

Na visão do vale dos ossos secos, Ezequiel vê a restauração nacional e espiritual de Israel. O parcial cumprimento desta profecia mostra-nos como estamos bem próximos do arrebatamento da Igreja

I – A VISÃO DO VALE DE OSSOS SECOS 

Na sequência do estudo do livro do profeta Ezequiel visando a preparação da Igreja nestes últimos dias de seu tempo sobre a face da Terra, hoje estudaremos o capítulo 37, a conhecida visão do vale dos ossos secos. 

Esta visão do profeta, segundo os cronologistas bíblicos Edward Reese e Frank Klassen se deu no ano de 580 a.C., fazendo parte da sequência de profecias após a queda de Jerusalém, cerca de 13 anos após o início de seu ministério profético. 

Trata-se de mais um arrebatamento de sentidos que teve o profeta. Ele viu a mão do Senhor sobre ele, talvez da mesma maneira que a glória divina se manifestou quando teve a visão da abominação do templo de Jerusalém, e o profeta se viu num vale que estava cheio de ossos, estes ossos eram numerosos e estavam sequíssimos (Ez.37:1,2). 

Esta visão deve ter sido terrível para o profeta. Por primeiro, estava num vale, e já sabemos que o vale é um local que nos transmite sinal de dificuldade, de baixeza, de depressão, de descida, de queda. 

Além de se estar num vale, o profeta vê ali numerosos ossos humanos, dando ao ambiente um ambiente ainda mais tétrico, porquanto os ossos indicavam a presença da morte e uma morte prolongada, pois os ossos estavam sequíssimos. 

O Senhor mandou que o profeta andasse ao redor daqueles montes de ossos, o que, para alguém como Ezequiel, que era sacerdote e que, portanto, não poderia andar em ambientes quetais, que, a rigor, eram contaminados, impuros, era, certamente, um grande sofrimento. Entretanto, como era corriqueiro com o profeta, ele não questionava as ordens divinas, simplesmente as cumpria.

O Senhor, então, depois que o profeta havia andado ao redor daqueles ossos, naquele vale, fez uma pergunta a Ezequiel: Poderão viver esses ossos? (Ez.37:3).

A resposta do profeta demonstra a sua alta espiritualidade. Ele havia visto que os ossos eram sequíssimos, portanto se trata de uma morte ocorrida há muito tempo, sendo, pois, totalmente impossível que pudesse ocorrer a volta à vida ali. 

Entretanto, Ezequiel sabia que servia a um Deus poderoso, para o qual não há nada difícil ou impossível (Lc.1:37; Mt.19:26; Mc.10:27; Gn.18:14), razão pela qual responde que o Senhor sabia se era possível, ou não, fazer aqueles ossos tornar a viver. 

Então, o Senhor mandou que Ezequiel profetizasse sobre aqueles ossos, dizendo-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Jeová a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei a pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que Eu sou o Senhor” (Ez.37:4-6). 

Descobrimos aqui que o profeta era um homem de fé. Deus não disse se os ossos iriam, ou não, reviver, mas mandou que o profeta disse aos ossos para que revivessem em nome do Senhor. Pôs a fé do profeta em ação, fê-lo provar a sua confiança no Senhor, falando algo completamente contrário ao que vira. O servo de Deus não pode andar por vista, mas, sim, por fé (II Co.5:7). 

O Senhor prometia trazer à vida aqueles ossos, poria nervos, faria crescer carne, estenderia pele e, então, lhes daria o espírito e aqueles ossos, então, saberiam que o Senhor era Deus. 

Ezequiel não titubeou. Era um homem de fé e profetizou conforme a ordem do Senhor. O profeta não estava mais mudo, mas continua a falar apenas o que Deus lhe mandava. Que exemplo a ser seguido! Nós, também, não podemos falar o que Deus não falou, não indo além daquilo que Ele nos revela, máxime não indo além do que está escrito na Bíblia Sagrada (I Co.4:6). 

Enquanto o profeta falava a mensagem que lhe fora dada por Deus houve um ruído, fez-se um rebuliço e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso (Ez.37:7). Imagine-se a cena vista pelo profeta. Era algo espantoso, aqueles ossos estavam se juntando, formando milhares e milhares de esqueletos. Um barulho imenso ocorria, diante da Palavra de Deus proferida pelo profeta. 

A Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas (Hb.4:12), é espírito e vida (Jo.6:63) e, por isso, sempre causa rebuliços, transformações, mudanças. Não é à toa que Jesus e Seus discípulos sempre causaram alvoroço (Mt.9:23; 21:10; At.17:6,8; 19:23). 

O rebuliço causado, porém, não gerou qualquer confusão. As coisas de Deus são sempre ordeiras. Cada osso se juntava ao seu osso, os esqueletos eram formados, tudo era feito na mais completa ordem. Deus não é Deus de confusão (I Co.14:33).

Após os ossos terem se juntado, formando os esqueletos, vieram nervos sobre eles, ou seja, as coisas começaram a se cumprir consoante a ordem estabelecida por Deus. O profeta via que o Senhor estava no absoluto controle de todas as coisas. Formados os esqueletos, mister que se tivessem os órgãos incumbidos da sensibilidade e da comunicação das ordens do sistema central e comandante do organismo para os demais órgãos do corpo. 

Em seguida aos nervos, cresceu, então, a carne, com a formação dos órgãos, das vísceras em geral (Ez.37:8). A estrutura que havia se montado era agora “recheada” com os mais diversos órgãos, dando-se início ao metabolismo.

Na sequência, consoante a palavra dita pelo Senhor ao profeta, estendeu-se a pele sobre eles por cima (Ez.37:8). Vinha o revestimento de cada corpo, para protegê-lo das intempéries, como também para dar-lhe a sensibilidade com o mundo exterior material.

Mas, e isto é interessante, o texto sagrado diz que não havia neles espírito. Veja que a palavra do profeta era de que aqueles ossos haviam de viver, mas não pode haver vida sem o espírito, sem a parte imaterial do homem. Embora tenha sido esta a ordem primeiro da mensagem profética, isto ainda não havia ocorrido. 

Isto, porém, não desanimou o profeta nem o pôs em dúvida. Embora assim tivesse começado a sua mensagem, o fato é que o Senhor havia, em seguida, mencionado todas as fases do processo e a vinda do espírito era a última delas. 

O profeta, vendo que aqueles corpos já formados estavam inertes e sem vida, nada disse, nada questionou. Ficou parado e mudo aguardando a ordem divina. Ezequiel era prudente, mantinha a sua confiança em Deus, não tomava qualquer atitude precipitada. Quantos não se perdem porque se precipitam e, ante algo que inclusive Deus já disse que faria, não sabem esperar e tentam resolver a situação com suas próprias mãos ou começam a murmurar pelo que acham ser uma demora da parte do Senhor? 

O Senhor, então, mandou ao profeta que profetizasse a vinda do espírito àqueles corpos, que viesse ele e assoprasse sobre aqueles mortos para que vivessem (Ez.37:9). Esta ordem divina mostra-nos, clarividentemente, que a questão da vida é algo que é afeto tão somente a Deus. Só Deus pode dar a vida (I Sm.2:6). O profeta não se atreveu a agir neste campo sem expressa e específica determinação divina. Temos tido este comportamento em relação à vida humana? 

O profeta, então, proferiu a mensagem consoante a ordem divina e o espírito entrou naqueles mortos e eles viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo (Ez.37:10). 

Notemos que, assim que o espírito veio sobre aqueles mortos, além de eles ficarem em pé, já se apresentaram como um exército, como soldados prontos para lutar.

II – A INTERPRETAÇÃO DA VISÃO

O Senhor, então, passou a interpretar a visão para o profeta. Disse que aqueles ossos eram a casa de Israel e que já estava sendo dito que não havia mais esperança para Israel, porque os ossos haviam se secado e estavam eles cortados (Ez.37:11). 

Vejamos como é difícil ter uma vida sem comunhão com Deus. Antes da destruição de Jerusalém e do templo, quando os profetas conclamavam o povo ao arrependimento e anunciavam o iminente juízo divino, o povo preferia acreditar nos falsos profetas que falavam de uma época de paz, que diziam que nada de mal aconteceria ao povo, à cidade e ao templo. 

Entretanto, estas falsas profecias foram cabalmente desmentidas pelos fatos, ocorreu tudo quanto o Senhor havia dito que ocorreria, seja na lei, seja por meio dos profetas que levantou. 

Agora, que o juízo havia ocorrido, que Israel havia perdido a posse da Terra Prometida e estava cativo e espalhado entre as nações, havia aqueles que diziam ao povo que não havia mais esperança, que tudo estava perdido, também desacreditando das profecias que sempre diziam que Israel seria restaurado. 

Desde a lei, era dito que, mesmo após a perda da Terra Prometida, por causa da impenitência do povo, o Senhor haveria de recolher do meio das nações o remanescente de Israel e voltá-lo a juntar na terra que havia prometido dar-lhe desde a chamada de Abraão (Lv.26:39-45; Dt.30:1-10). 

Os profetas, também, não deixavam de anunciar que, após o juízo, viria a restauração do povo (Is.65:9-66:23; Jr.31; Os.14:4-8; Jl.3:16-21; Am.9:8-15; Ob.18-21; Mq.7:18-20; Sf.3:15-20; Zc.13,14; Ml.4:1-3). 

Sempre há aqueles que procuram desacreditar o que é dito pelo Senhor. Não creem no que o Senhor diz e, na sua incredulidade, querem que os demais igualmente deixem de ter fé em Deus.

Em resposta a estes incrédulos, o Senhor, então, traz esta visão ao profeta, para que o povo, mais uma vez, entendesse que, apesar do juízo, continuava incólume a aliança firmada entre Deus e Israel e a “propriedade peculiar de Deus entre os povos” haveria de ser o reino sacerdotal e o povo santo. 

O Senhor manda que Ezequiel disse ao povo que o Senhor haveria de abrir as sepulturas e os faria sair de lá, e os traria novamente à terra de Israel. 

Notemos, por primeiro, que a profecia de Ezequiel não tinha a ver com o término do cativeiro da Babilônia. Por intermédio de Jeremias, o Senhor já havia dito que o cativeiro duraria setenta anos (Jr.25:11,12; 29:10; Dn.9:2; Zc.1:12; II Cr.36:21), mas o retorno do povo a Terra de Canaã não representaria nem a restauração nacional nem a restauração espiritual, como deixam claro textos como Dn.9:24-27 e Ne.9:36,37. 

Ao findar do cativeiro de Babilônia, a menor parte do povo judeu retornou para a terra de Canaã (Ed.2:64; 8:1-20), permanecendo espalhados pelas nações a maior parte (Et.3:8), bem como sendo servos de todos os impérios mundiais e reinos que se seguiram desde então, mesmo quando ainda ficaram na Terra Prometida, numa clara demonstração de que não tinha ocorrido a restauração nacional, tendo retorno ao período anterior à sua libertação do Egito, quando eram tão somente servos de outra nação. 

Como se isto fosse pouco, também não ocorreu a restauração espiritual. Ainda que tivessem tido avivamentos, como os ocorridos no tempo de Esdras e Neemias, os judeus permaneceram num período de torpor espiritual. 

Por primeiro, o Segundo Templo não tinha a arca, símbolo da presença de Deus, tanto que, quando de sua inauguração, não houve a manifestação da glória do Senhor, como ocorrera com o tabernáculo e o Primeiro Templo, o que gerou a tristeza de muitos que haviam visto a primeira casa (Ed.3:10-13). 

Verdade é que Ageu profetizou que a glória da segunda casa seria maior que a da primeira (Ag.2:9), mas o fato é que o povo simplesmente rejeitou o motivo desta superioridade, que foi a presença do próprio Jesus, Deus feito homem, naquela casa, rejeitado que foi por Israel (Jo.1:12). 

Em virtude desta rejeição, Jesus chorou sobre Jerusalém (Lc.19:41-44), sabendo que perdiam os judeus a oportunidade de serem espiritualmente restaurados crendo no Messias, como lhes era exigido desde a lei (Dt.18:18,19).

Jesus sabia que, quando fosse retirado o Messias, a cidade e o santuário seriam destruídos e haveria guerras e assolações e, ademais, o povo judeu acabaria fazendo um concerto com o falso Messias e a restauração de Israel somente viria após a derrota deste assolador (Dn.9:26,27; Jo.5:43). 

Ezequiel, pois, não fala do período subsequente ao cativeiro, mas de um período ainda longínquo de seus dias. Tanto assim era que os ossos estavam sequíssimos, ou seja, estavam mortos há muitíssimo tempo, não poderia, pois, ser algo que ocorreria após os setenta anos do cativeiro. 

A casa de Israel seria retirada das sepulturas, ou seja, estaria não só morta, mas sepultada, indicando, assim, o longo tempo que haveria. Ademais, saindo da sepultura, os judeus tornariam à terra de Israel, ou seja, fala se de um período em que os israelitas não estariam mais na terra de Canaã. 

Ora, ao término do cativeiro, embora tenha sido uma pequena parte que tenha retornado, havia judeus na terra de Israel, de sorte que o período referido não é o período conhecido como “Período do Segundo Templo” ou “Período da Segunda Comunidade”, que vai desde o retorno dos judeus sob o comando de Zorobabel, após a autorização do rei persa Ciro (II Cr.36.22,23; Ed.1:7,8), em 536 a.C., até a destruição do templo pelo general e depois imperador romano Tito em 70 d.C., que foi profetizado por Daniel (Dn.9:36) e pelo Senhor Jesus (Mt.24:2; Lc.19:43,44).

Por isso, a profecia diz respeito a um período outro, quando não houvesse mais judeus na terra de Canaã e sabemos que este período começou a ocorrer a partir da expulsão dos judeus de Jerusalém, reconstruída com o nome de “Eólia Capítolina”, onde eram eles proibidos de entrar e a mudança do nome da terra para “Síria Palestina”, o que ocorreu no governo do imperador Adriano em 135 d.C. 

Os judeus praticamente deixaram de morar na terra de Canaã e só começam a voltar para lá a partir de 1878, quando tem início o chamado “movimento sionista”, liderado por Theodor Herzl (1860-1904), que começou a defender o retorno dos judeus para a região, inclusive mediante compra de terras ali.

A partir deste movimento, que se intensificou sobremaneira após a Segunda Guerra Mundial, diante do holocausto promovido pelos nazistas, acabou se criando um ambiente político favorável à recriação de um Estado judeu na terra de Canaã, o que viria a ocorrer em 1948, quando, então, surge o Estado de Israel. 

Vemos, portanto, que, a partir do início do movimento sionista, temos o cumprimento da profecia de Ezequiel. Os ossos foram juntados aos ossos, os judeus recomeçaram a ocupar a “Síria Palestina”, a “Palestina”, que é a terra de Canaã, a terra de Israel, que havia sido ocupada pelos árabes durante esta dispersão dos judeus pelas nações, que é chamada de “diáspora”. 

Depois que “ossos foram juntados aos ossos”, formando os esqueletos, tivemos o surgimento dos “nervos”, ou seja, de uma estrutura de comando, de um governo, o que ocorre em 1948, quando Israel se constitui em um Estado, uma nação politicamente organizada. Não foi fácil tal estruturação, pois os árabes não aceitaram, de forma alguma, o surgimento de um Estado judeu na região e passaram a hostilizar este novo país, prometendo “lançar Israel ao mar”, como ainda hoje alguns países e grupos políticos árabes continuam a defender. 

Depois dos nervos, começou a crescer a carne, que é a própria substância do novo país. Formado por imigrantes vindos de vários países, aos pouquinhos, Israel foi assumindo uma nova identidade nacional, e a retomada da língua hebraica é uma das marcas desta restauração. 

Em seguida, houve a criação da pele, deste órgão que faz contato com o exterior, tendo, então, Israel passado a, juntamente com a comunidade judaica internacional, ter relações diplomáticas com os demais países, inclusive para poder resistir à oposição dos seus inimigos. Sempre apoiados pelos Estados Unidos da América, Israel tem, hoje, um grande envolvimento na política internacional, basta ver os sucessivos acordos de paz que têm firmados a partir de 1978, quando ocorreram os acordos de Camp David, e se fez a paz com o Egito, um dos seus maiores inimigos até então. 

Em 1990, Israel fez a paz com a Jordânia, que reivindicava a administração das mesquitas de Jerusalém, uma vez que a família real jordaniana descende da tribo de Maomé. O acordo, inclusive, deixou à Jordânia tal administração. 

Em seguida, Israel ensaiou um acordo com os “palestinos”, ou seja, os árabes que moravam na Palestina e com quem deveriam partilhar a terra de Israel pelo plano de paz que foi aprovado pela ONU na década de 1940. 

Este acordo ainda não conseguiu ser plenamente executado, pois os palestinos, que montaram um governo autônomo (a Autoridade Nacional Palestina), estão divididos entre dois grupos políticos, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e o Hamas, grupo este que não aceita a existência de Israel e que controla a chamada “Faixa de Gaza”, o que impede a coexistência deles na terra de Israel. 

Por fim, em 2020, Israel fez um acordo de paz com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, inclusive havendo a admissão da reconstrução do templo judaico em Jerusalém, em mais um passo firme para cristalizar a paz com os árabes. Este último acordo, inclusive, revelou uma posição mais amigável da Arábia Saudita em relação a Israel, até por conta da oposição que há entre os sauditas e o Irã pelo controle político da região. 

O Irã, grande inimigo de Israel, tem rivalizado com a Arábia Saudita e isto leva os sauditas a se aproximarem de Israel. 

Ao mesmo tempo em que isto acontece, nota-se um aumento vertiginoso da imigração de judeus para Israel. O antissemitismo vem aumentando grandemente em todo o mundo. Na Europa, notadamente na França, assumiu grande intensificação, até pelo aumento da população muçulmana naquele país, e a população judaica francesa tem emigrado para Israel. 

A guerra entre Rússia e Ucrânia tende a levar esta grande comunidade judaica que existe na Ucrânia a também emigrar para Israel. Até no Brasil, ainda que por questões econômicas, têm aumentado o número de judeus que têm partido para Israel. 

A profecia tem, portanto, tido cumprimento impressionante nos últimos anos, a nos mostrar claramente que Jesus mui breve voltará para arrebatar a Sua Igreja. – Enquanto vemos esta restauração nacional, em termos espirituais, Israel ainda se encontra morto. Com a destruição do templo e de Jerusalém no ano 70 d.C., os judeus, que eram caracterizados pela presença de quatro seitas religiosas mais importantes, praticamente se reduziu a apenas um grupo religioso. 

Até a destruição de Jerusalém e do templo, nos dias finais do período do Segundo Templo, sobressaíam quatro grupos: os saduceus, os fariseus (At.23.6), os zelotes e os essênios. Pois bem, os saduceus, que eram os controladores da administração do templo, a elite sacerdotal, foram dizimados com a destruição do templo e de Jerusalém, o mesmo ocorrendo com os zelotes, os elementos mais radicais e que lideraram a parte final da guerra contra os romanos. 

Os essênios, pacíficos e que viviam em comunidades isoladas, acabaram também sendo mortos ao longo das guerras contra os romanos. 

Sobraram, então, os fariseus, que foram os responsáveis pela manutenção da identidade religiosa judaica e pela própria preservação da chamada “tradição dos anciãos” (Mt.15:2-9), a “lei oral judaica”, que foi reduzida a escrito ainda no século I d.C. e deu origem à chamada “Mishná” e que foi comentada pelos doutores da lei até o século VI d.C., comentário chamado “Guemará”. 

Da união destes dois trabalhos, tivemos o surgimento do “Talmude” (na verdade, dois Talmudes: um chamado Talmude de Jerusalém, porque elaborado por estudiosos da lei que moravam nas últimas localidades judaicas da terra de Israel, localizadas na Galileia; o outro, que ficou mais famoso e foi difundido, o Talmude da Babilônia, porque elaborado pelos doutores da lei que compunham as academias situadas naquela grande comunidade judaica ainda ali existente). 

Nota-se, portanto, que, espiritualmente, o farisaísmo, tão criticado por Jesus, tornou-se hegemônico e deu origem ao “judaísmo”, esta religião que passou a ser seguida pelos judeus, que não é uniforme, mas que representou o predomínio da “tradição dos anciãos” que, por vezes, invalidava os mandamentos divinos (Mt.15:6). 

Esta religiosidade judaica, que recusa Jesus como o Cristo, mantém os judeus na morte espiritual, pois só há vida espiritual quando recebemos a Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas. Precisamente por causa desta “morte espiritual”, Israel é um país que também persegue os cristãos, como também, ao longo do tempo da diáspora, sempre os judeus foram importantes difusores de movimentos que contrariam a doutrina cristã e que promoveram grandes prejuízos à Igreja, pois, como ensinou o Senhor Jesus, “quem é por nós, não é contra nós” (Mc.9:40; Lv.9:50) e, por conseguinte, quem não é por nós, é contra nós. 

Não é surpresa, portanto, que tenham sido judeus pensadores que lançaram ideias e filosofias radicalmente contrárias à doutrina cristã e à Igreja, como é o caso de Karl Marx (1818-1883), um dos principais elaboradores do comunismo, que é um vigoroso movimento anticristão até os dias de hoje; Sigmund Freud (1856-1939), o pai da psicanálise, que ajudou muitíssimo a se ter uma abordagem materialista na área da psicologia e da psiquiatria; Saul Alinsky (1909-1972), filósofo e ativista político, considerado o mentor da esquerda norte-americana, que tem levado os Estados Unidos a um ambiente anticristão; Mark Horkheimer (1895-1973), o criador da “teoria crítica”, um dos principais nomes da chamada “Escola de Frankfurt”, que também norteou e orientou todos os movimentos da chamada “contracultura”, que tiveram papel preponderante para “descristianizar” os países ocidentais, “escola” cujo inspirador foi o ensaísta Walter Benjamin (1892-1940), que foi muito influenciado por um místico chamado Gershom Gerhard Scholem (1897-1982), conhecido como o fundador do moderno estudo da Cabala. 

Além desta área intelectual, não se pode esquecer que os judeus têm o controle de boa parte do mundo financeiro internacional, como a família Rothschild, que, no final do século XIX, controlavam praticamente metade do mundo, tendo sido financiadores da Inglaterra, então a potência mundial da época.

Espiritualmente, além de terem forjado o Talmude, reunindo a “tradição dos anciãos”, houve o desenvolvimento de um misticismo religioso, a começar da Cabala, um estudo esotérico que procura “decifrar” o conteúdo da Torá, a parte “secreta” da lei. 

Vê-se, portanto, que os judeus, tendo rejeitado a Cristo, têm servido para a disseminação de ideias contrárias à doutrina cristã, precisamente porque se opõem desde o início à Igreja. Quem não é por Jesus, é contra Ele e quem é contra o Senhor, naturalmente é contra o Seu corpo. 

Os judeus estão mortos em seus delitos e pecados. Foram, desde o início, perseguidores da Igreja (At.4:26- 28; I Ts.2:14-16) e só pararam de fazê-lo porque passaram a servir às demais nações, espalhados que foram entre elas. No Estado de Israel, apesar de se estar diante de um regime democrático (Israel é a única democracia do Oriente Médio), os cristãos são nitidamente discriminados. 

OBS: “…Em Israel a situação não é diferente. Há 66 anos os cristão eram 8% da população nativa do embrionário Estado judeu. Hoje não chegam a 1%, e a razão para o declínio é praticamente a mesma: discriminação, que vai desde os atos de vandalismo e desrespeito ao completo isolamento. Tanto em Israel como na Palestina são poucos os cristãos que conseguem chegar a um cargo de confiança…” (MORAES, Herbert. A difícil missão de ser cristão na Terra Santa. 17 maio 2014. Jornal Opção. Disponível em: https://www.jornalopcao.com.br/colunas-geral/direto-do-oriente-medio/dificil-missao-de-ser-cristao-naterra-santa-4526/ Acesso em 24 ago. 2022). 

“…A Jordânia condenou no sábado a perseguição da polícia israelense aos fiéis cristãos que tentavam chegar à Igreja do Santo Sepulcro na cidade ocupada de Jerusalém para participar das celebrações da véspera da Páscoa.

 ‘O reino condena e rejeita a polícia israelense que obstrui a chegada de cristãos à Igreja do Santo Sepulcro para participar das celebrações do Sábado Santo, e ataca vários deles’, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Jordânia, Dhaifallah Al-Fayez anunciado em um comunicado.…” (Jordânia condena o assédio da polícia de Israel aos cristãos perto da Igreja do Santo Sepulcro. 3 maio 2021. Disponível em: https://www.monitordooriente.com/20210503-jordania-condena-o-assedio-da-policia-deisrael-aos-cristaos-perto-da-igreja-do-santo-sepulcro/ Acesso em 24 ago. 2022). 

Como disse o apóstolo Paulo, os judeus têm um véu posto no coração deles, que os mantêm com os seus sentidos endurecidos (II Co.3:13-15), para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo (II Co.4:3,4), tendo-lhes sido dado um espírito de profundo sono (Rm.11:8), o que somente deixará de existir quando eles se converterem a Jesus na iminência da batalha do Armagedom (Zc.12:9-14; Rm.11:22,23,26,27; II Co.3:16). 

Por isso, estão sepultados, mas sairão da sepultura e, quando se converterem, voltarão à vida e, ao receberem o Espírito Santo, serão inclusive cheios do Espírito, completando-se, na ocasião, a profecia de Joel (Jl.2:28,29), passando a ser um exército nas mãos do Senhor, não para guerrear, mas para servir de reino sacerdotal e povo santo durante o reino milenial de Cristo (Jl.3:17). 

Como veremos na sequência das profecias de Ezequiel, no reino milenial de Cristo, Israel ocupará a terra que lhe foi dada por Deus, algo que jamais teve em toda a sua história, terra, inclusive, que será completamente restaurada, inclusive geograficamente, passando, então, a servir a Deus em perfeita integridade, sem pecado nem transgressão (Dn.9:24), como diz o profeta “vivos e postos na terra deles” (Ez.37:14), completadas que serão as setenta semanas determinadas para a conversão do povo de Israel.

III – AS DUAS VARAS

Em seguida à visão do vale dos ossos secos, o Senhor mandou que Ezequiel tomasse um pedaço de madeira e escrevesse nele: “Por Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros” e, depois, pegasse outro pedaço de madeira e escrevesse nele: “Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros”. Depois, o profeta deveria ajuntar um pedaço ao outro para que se unissem e se tornassem uma só na mão do profeta (Ez.37:16,17). 

Ao virem mais esta encenação, o povo certamente perguntaria ao profeta o significado daquilo (Ezequiel não era mais mudo, pois Jerusalém e o templo já haviam sido destruídos) e, então, o profeta deveria dizer que o Senhor congregaria as doze tribos novamente na terra de Israel, reunindo-as de todas as nações, fazendo delas uma nação na terra de Israel (“Eretz Israel” como se diz em hebraico), nos montes de Israel e que teriam novamente um único rei e nunca mais seriam duas nações, nunca mais se dividiriam em dois reinos, como também nunca mais seriam idólatras e seriam eles o povo de Deus e o Senhor seria o seu Deus, sendo governados por Davi, tendo todos um pastor, andando nos juízos divinos e guardando e observando os Seus estatutos, habitando na terra que havia sido dada a Jacó, para sempre, e Davi sendo seu príncipe eternamente (Ez.37:21-25).

O profeta aqui anuncia claramente o reino milenial de Cristo, um reino literal e que seria instaurado para o povo de Israel, a desmentir, portanto, cabalmente, os chamados “amilenistas”, que entendem que o milênio é uma figura do reino de Deus, algo espiritual e que diz respeito a Igreja e não a Israel. 

O Senhor é bem claro ao dizer que estará juntando as doze tribos de Israel, que desfará a divisão em dois reinos que foi causada pela idolatria ocorrida no reinado de Salomão (I Rs.11:4-13), idolatria esta que tinha levado à destruição de Jerusalém e do templo depois de 390 anos de pecados e ofensas contra Deus (Ez.4:5), período da duração do Primeiro Templo. 

Portanto, não é algo figurado ou simbólico, mas tem a ver com a própria nação de Israel. Durante séculos se indagou a respeito do destino das “dez tribos perdidas de Israel”, pois as tribos do norte se misturaram com os demais povos e perderam a sua identidade étnica depois do cativeiro da Assíria, quando foram espalhados em diversas regiões (II Rs.17:5,6), ocorrido *** anos antes do cativeiro da Babilônia.

Verdade é que, desde a divisão do reino, israelitas fiéis a Deus destas dez tribos foram morar com as tribos de Judá e Benjamim no reino do sul, o reino de Judá, assim como a própria tribo de Levi (II Cr.11:14,16) e que, nos dias de Ezequias, também alguns foram para lá (II Cr.30:1-11). 

Mas não é destes que fala o profeta, pois estes já coabitavam com os demais judaitas e a profecia fala de ajuntar os que estavam espalhados, em restaurar o reino unido de antes da divisão, mencionando, à evidência, as tribos dispersas. 

Até bem pouco tempo atrás, este era um dos principais “argumentos” para a “leitura figurada e simbólica” tanto deste trecho como de Apocalipse 7:4-8 e isto apesar de sempre os judeus, notadamente em suas universidades, sempre terem pesquisas para tentar encontrar e localizar os descendentes destas tribos.

Eis que surge o método de identificação por DNA e, com este instrumento, já foram encontrados e localizados remanescentes de algumas destas tribos, na Etiópia (os “beta Israel”, prováveis descendentes da tribo de Dã), Índia (onde foram repatriados descendentes da tribo de Manassés e onde há grupos que se dizem descendentes da tribo de Efraim) e outros lugares, tendo alguns deles sido repatriados para a terra de Israel. 

A localização de tais tribos e sua reunião com os demais judeus em Eretz Israel é mais uma cabal demonstração de que estamos no final da dispensação da graça, que breve recomeça a contagem das semanas de Daniel para Israel. Maranata!

OBS: Para maiores informações sobre tais temas, sugerimos os vídeos “Quem são as 12 tribos? E de que tribo minha família faz parte? (https://www.youtube.com/watch?v=uo_n-Vqjw3E Acesso em 22 ago. 2022). “Onde estão as 10 Tribos perdidas? Qual tribo você pertence?” (https://www.youtube.com/watch?v=gmeuxuSJYBc Acesso em 22 ago. 2022). 

Reunida novamente a nação de Israel, sob o governo de “Davi”, que é Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Filho de Davi, o herdeiro do trono dravídico, teremos o cumprimento da promessa feita pelo Senhor ao próprio rei Davi (II Sm.7:12-16), relembrada, inclusive, por Salomão, na oração de dedicação do templo (II Rs.8:25,26; II Cr.6:16,17). 

Com efeito, Jesus é o herdeiro do trono de Davi, conforme demonstra a Sua genealogia (Mt.1:6-16), sendo certo que, no momento de Sua morte, foi oficialmente declarado, pela maior autoridade da época, César, como rei dos judeus (Jo.19:19-22) e, como ressuscitou e vive para todo o sempre (Ap.1:18), é o único que pode legitimamente ocupar este trono. 

Ezequiel diz que não somente o Senhor Jesus reinará sobre Israel unificado, quando se terá apenas um pastor (Ez.37:24), ou seja, tem-se aqui o cumprimento da própria missão de Jesus, o Bom Pastor, que reunirá, num mesmo aprisco, a Igreja e Israel (Jo.10:16). 

Tendo vindo para as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt.15:24), sendo por elas rejeitada (Jo.1:11), voltou-se para os gentios, reunindo judeus e gentios na Igreja. 

Agora, ao término da Grande Tribulação, Israel reconhece-O como o Cristo e, deste modo, agrega também estas ovelhas para o Seu aprisco, para que, na Terra, seja Israel Seu reino sacerdotal e povo santo. 

Neste tempo, os israelitas “andarão nos Meus juízos e guardarão os Meus estatutos e os observarão” (Ez.37:24). Crendo em Jesus como o Cristo, eles serão salvos (Mc.16:16; Rm.10:13), recebendo o Espírito Santo (Jo.7:38,39), Espírito que será derramado sobre todos os israelitas, consumando-se a profecia de Joel (Jl.2:28-32).

A partir de então, estará extinta a transgressão, terá sido dado fim aos pecados, terá sido expiada a iniquidade e se terá trazido a justiça eterna, ficando selada a profecia e a visão (Dn.9:24), passando a existir, para Israel, o concerto eterno, firmado em Cristo, com a lei de Deus inscrita nos corações da casa de Israel (Jr.31:31-34). 

Ter-se-á, então, o cumprimento do propósito divino estabelecido a Israel, desde a Sua proposta de pacto no monte Sinai (Ex.19:5,6), que jamais foi cumprido pelos israelitas, que, além de não terem subido o monte naquele dia (Ex.19:13), mas se afastado do Senhor com medo (Ex.20:18), prova de que não tinham sincero e genuíno amor a Deus (I Jo.4:18). Crendo em Cristo, Israel se unirá ao Senhor para todo o sempre. 

Por isso mesmo, o profeta diz que, a partir de então, o Senhor fará com os israelitas “um concerto de paz, e será um concerto perpétuo” (Ez.37:26). – O Senhor porá um santuário no meio deles, que é o quarto templo, que será posteriormente revelado ao próprio Ezequiel (Ez.40-46), para que as nações saibam que Deus é o Senhor de Israel (Ez.37:27,28). 

Muitos se perguntam porque será necessário um santuário, inclusive com sacrifícios, durante o milênio, já que se terá o cumprimento do propósito divino para Israel. Mas é por causa deste propósito que o templo é necessário. Como Israel seria reino sacerdotal se não houvesse templo ou sacrifícios, que sacerdócio seria este? O templo será reconstruído para que as nações venham adorar a Deus (Cf. Is.66:20-23; Zc.14:16-19). 

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco

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