SUBSÍDIO EBD LIÇÃO 11 – A VISÃO DO TEMPLO E O MILÊNIO | 4º Trimestre De 2022 – ADULTOS CPAD

SUBSÍDIO EBD LIÇÃO 11 – A VISÃO DO TEMPLO E O MILÊNIO | 4º Trimestre de 2022 – Subsídios Escola Biblica Dominical das Lições Bíblicas Adultos CPAD: A Justiça Divina – A Preparação do Povo de Deus para os Últimos Dias no Livro de Ezequiel

LIÇÃO Nº 11 – A VISÃO DO TEMPLO E O MILÊNIO – Ezequiel mostra o exercício sacerdotal do Israel convertido

INTRODUÇÃO 

Na sequência do estudo do livro do profeta Ezequiel voltado para os nossos dias, veremos a visão que o profeta teve do quarto templo, o templo do Milênio. Ezequiel mostra o exercício sacerdotal do Israel convertido, lembrando que temos de ser, também, sacerdotes se formos integrantes do povo de Deus.

I – A VISÃO DE EZEQUIEL É DO QUARTO TEMPLO DE JERUSALÉM 

Já temos visto que, a exemplo de outros profetas, Ezequiel também profetiza sobre a restauração espiritual de Israel, como nos mostra a visão do vale dos ossos secos. Esta restauração está ligada ao estabelecimento do reino milenial de Cristo, pois o profeta Ezequiel é claríssimo ao dizer que, ao congregar novamente a casa de Israel, as doze tribos, na Terra Prometida, os israelitas, agora novamente um só povo (Ez.37:22), terão como rei a “Davi”, chamado de “Meu servo” pelo Senhor como “seu príncipe eternamente” (Ez.37:24,25) e sabemos que este “Davi” é Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o “Filho de Davi” prometido a Davi que reinaria para sempre sobre Israel (II Sm.7:16,18,19; I Rs.8:25.26; II Cr.6:16,17).

O primeiro grande acontecimento do Milênio é o da restauração espiritual de Israel. Israel, ao ver Jesus descer em glória acompanhado dos Seus santos, aceitará Jesus como o Messias. É o remanescente de Israel que, por causa desta aceitação, será salvo (Rm.9:27;11:24-26). Sendo salvo, Israel será restaurado espiritualmente, pois passará a ter vida, pois, quem aceita a Cristo, passa da morte para a vida (Jo.5:24). 

Este remanescente de Israel, que se apresenta como um exército grande em extremo e em pé (Ez.37:10), como um povo salvo, será a nação sacerdotal planejada por Deus desde o momento em que foi selado o pacto entre Deus e Israel (Ex.19:5,6). Para que Israel seja nação sacerdotal, porém, era necessário que se arrependesse dos seus pecados, aceitasse a Cristo como seu Salvador, o que terá, então, ocorrido. 

Como um povo santo (Is.60:21; Sf.3:13), porém, faz-se necessário que, para exercer o sacerdócio, seja ungido com óleo. Por isso, logo após ser restaurado espiritualmente, Israel receberá um grande derramamento do Espírito Santo (Zc.12:10), a fim de habilitá-lo para o exercício do sacerdócio durante o período milenar.

Isto demonstra que, durante todo o milênio, Israel viverá um período de avivamento contínuo do Espírito Santo, com as gerações seguintes sendo continuadamente ungidas pelo Espírito do Senhor, como, aliás, se encontra profetizado por Joel (Jl.2:28). O Espírito Santo, então, voltará a ter uma atuação plena e indiscriminada, mas agora em relação a Israel, que é a nação sacerdotal do Milênio, para onde os homens das demais nações deverão acorrer para servir ao Senhor.

Restaurado e constituído como nação sacerdotal, Israel será para o mundo como a tribo de Levi foi para Israel durante a dispensação da lei. – Israel ocupará um território que será o território que havia sido dado a Abraão por Deus e que nunca chegou a ser ocupado em virtude do pecado do povo (Jz.2:20-23), como se encontra profetizado na parte final do livro de Ezequiel (Ez.40-48). 

Restaurado e constituído como nação sacerdotal, Israel terá, novamente, um templo, mas não um templo construído sem a aprovação divina, como fora o terceiro templo, mas um templo em que estará a glória de Deus. O quarto templo, o templo do milênio, é o templo descrito no livro de Ezequiel, dotado de dimensões distintas e de um cerimonial também distinto dos dois primeiros templos, pois estaremos em uma nova dispensação. 

Muitos se embaraçam com a existência deste novo templo e pelo restabelecimento do culto com sacrifícios e demais cerimônias, achando que isto não se coaduna com a redenção operada por Cristo, o sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, que cumpriu a lei e, com isto, instaurou um novo concerto, um concerto eterno. 

Todavia, é preciso que nos lembremos disto, na dimensão terrena, teremos, ainda, a necessidade de um culto, de uma religião, pois ainda não estaremos na eternidade. – Faz-se, também, preciso que Deus cumpra a Sua promessa para com Israel de lhe tornar uma nação sacerdotal e, portanto, deverá haver um sacerdócio nesta vida religiosa da dimensão terrena. 

Por isso, a fim de cumprimento das promessas divinas, torna-se preciso que haja um Templo e um culto, o que, em momento algum, representa qualquer invalidade do sacrifício de Cristo no Calvário. 

Os sacrifícios terão apenas um efeito simbólico, retrospectivo, assim como a Ceia do Senhor é apenas um símbolo do sacrifício de Cristo. O fato de Jesus ter nos perdoado e nos salvado no Calvário não nos dispensa da necessidade de, na dispensação da graça, celebrarmos a Ceia do Senhor, bem como nos submetermos ao batismo nas águas. O mesmo papel que estas ordenanças hoje representam na nossa dispensação, todo o cerimonial constante do templo de Ezequiel representará na dispensação milenar. 

As nações adorarão ao Senhor, até porque seus “pais”, na nova dispensação, serão aqueles que terão crido no evangelho eterno, que foi pregado no final da Grande Tribulação. 

As nações também serão alcançadas pelo Senhor e estarão em comunhão com Ele, vindo continuamente a adorar em Jerusalém, que será, então, a capital do mundo. – Jerusalém, hoje em dia, já é considerada a cidade que representa a confluência da adoração do Deus único, uma vez que é considerada sagrada pelas três grandes religiões monoteístas do mundo (judaísmo, cristianismo e islamismo), mas somente nesta época será o verdadeiro altar do Deus Altíssimo, como nos tempos de Melquisedeque, que não é senão figura do próprio Jesus, o sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, o Rei de Israel. 

Israel será a nação sacerdotal, a nação que mediará a relação das nações com o Senhor e cuja obediência ao Senhor, como disse Paulo, trará enormes benefícios para a humanidade (cfr. Rm.11). 

Estará, portanto, restabelecida a comunhão entre Deus e as nações, que havia sido estabelecida pelo pacto mosaico e quebrada, logo a seguir, com a rebelião de Babel. Esta é a prova indelével de que a “grande Babilônia” (ou seja, o sistema mundial gentílico estabelecido em Babel) terá, realmente, sido destruída na batalha do Armagedom. 

É importante salientar, por fim, que, ante esta restauração espiritual, não haverá qualquer outra religião senão a verdadeira, isto porque, durante a Grande Tribulação, o Anticristo e o Falso Profeta terão destruído todas as religiões e as assimilado à religião da adoração à besta (Ap.13:3-8,14,15). 

Como os adoradores da besta terão sido mortos ao término da Grande Tribulação, bem como o diabo, que era o verdadeiro adorado, preso (Ap.20.1-3), não restará nem adorado nem adorador deste credo maligno e, assim, vigorará somente a verdadeira religião até que os mil anos se completem. 

Nas profecias bíblicas que se referem ao milênio, quando se cumprirá a esperança messiânica de Israel no sentido aguardado até hoje pelo povo judeu, há, sempre, menções ao templo de Jerusalém, como local de adoração

Em Is.66:20,21, por exemplo, é dito que, neste período, as nações virão adorar em Jerusalém e que haverá sacerdotes e levitas dentre os gentios. Se assim relata, é porque haverá um templo em Jerusalém nesta época. 

Em Mq.4:1-4, então, a mensagem profética é explícita e afirma que, nos últimos dias, o monte da casa do Senhor será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os outeiros e concorrerão a ele os povos, num tempo em que a lei sairá de Saião e a palavra do Senhor de Jerusalém. 

Em Zc.14:16, é dito que as nações, anualmente, virão celebrar a festa das cabanas em Jerusalém, a indicar que haverá um templo neste período, templo, aliás, que é expressamente mencionado em Zc.14:20,21. OBS: “…na Amidá, a oração recitada três vezes ao dia, rogamos a D’us que “restitua nossos juízes, como no passado, e nossos conselheiros, como outrora”. Por trás desse rogo sente-se a nostalgia judaica que clama pela reconstrução do Templo Sagrado de Jerusalém, para que todos os judeus voltem a se reunir na Terra de Israel e Deus contemple a humanidade com uma era de prosperidade e paz absoluta. …” (Revista Morashá. A restauração do Sanhedrin. http://www.google.com/search?q=cache:n1H8M55MaAIJ:www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp%3Fa%3D461%26p%3D5+r econstru%C3%A7%C3%A3o,+templo,+Messias&hl=pt-BR Acesso em 22 set. 2004).

O templo foi construído para que todas as nações venham adorar a Deus ali, o que não ocorreu nos dois templos anteriores e, portanto, trata-se de profecia que ainda não se cumpriu. – Ora, para que tais profecias se cumpram, é mister que haja um novo templo, vez que, no tempo dos dois anteriores, não ocorreu esta adoração universal da humanidade no templo de Jerusalém. 

Ademais, este novo templo não pode, em hipótese alguma, ser o terceiro templo, que será construído por ocasião do pacto entre Israel e o Anticristo (Dn.9:27), que virá logo após a vitória militar que Israel terá sobre Magogue. 

Este terceiro templo é um templo de legalismo, humanismo e apostasia. De tudo isto, extraímos a necessidade de que haja um quarto templo, onde se cumpram as profecias messiânicas do Antigo Testamento. 

Este novo templo, o quarto a ser edificado em Jerusalém, é precisamente aquele que foi profetizado por Ezequiel e que se encontra descrito a partir do capítulo 40 até 44, texto que, inclusive, foi de difícil aceitação por parte dos escribas e sacerdotes judeus, já que contemplava uma alteração no cerimonial conforme a lei mosaica. 

Aliás, esta compreensível resistência dos rabinos judeus com respeito a este texto é uma comprovação de que o templo mencionado em Ezequiel é um templo diferente do segundo templo, que foi construído depois do cativeiro da Babilônia, como também do terceiro templo, que há de ser construído durante a Grande Tribulação. 

Eis o motivo pelo qual não podemos concordar com os intérpretes que entendem que as visões de Ezequiel sejam simbólicas ou se refiram ao segundo templo. Segundo a Bíblia de Aplicação Estudo Pessoal (cfr. Com. Ez.40:1ss, p.1077), há quatro tipos de interpretação para este trecho das Escrituras. 

A primeira é de que o templo descrito por Ezequiel seria o templo de Zorobabel no seu projeto original, que não teria sido observado pelos edificadores por desobediência. – Não aceitamos esta interpretação, pois a Bíblia, expressamente, afirma que Deus Se agradou da edificação do templo, tornando isto público por intermédio dos seus profetas Ageu e Zacarias. 

Ora, Deus não é Deus de confusão e não iria se agradar com uma obra que fosse fruto de desobediência. Além do mais, Flávio Josefo afirma que o templo de Zorobabel foi, efetivamente, construído com dimensões distintas das do templo de Salomão, por força das autoridades persas, mas que, na reforma empreendida por Herodes, reforma esta que terminou cerca de dez anos antes do nascimento de Jesus, as dimensões originais foram restauradas. 

A propósito, como já dissemos, as dimensões, o cerimonial e até as peças do templo descrito por Ezequiel não coincidem com as do templo de Salomão, o que é mais um argumento contrário a este ponto-de-vista. 

A segunda interpretação é que o templo descrito por Ezequiel seria o símbolo da verdadeira adoração a Deus oferecida pela Igreja cristã no presente. – Esta interpretação seria, como diz conhecida expressão popular “chover no molhado”. Todos sabemos que o tabernáculo e, por conseguinte, os templos representam, em figura, Cristo e a Sua Igreja, pois, como nos ensina Paulo, a Igreja é o corpo de Cristo e o templo do Espírito Santo. 

O fato de o templo representar a Igreja, portanto, não significa que ele não venha a existir literalmente, pois os dois primeiros templos e o tabernáculo existiram fisicamente e, nem por isso, deixaram de ser figuras ou tipos da Igreja. 

A terceira interpretação é que o templo descrito por Ezequiel seria o símbolo do futuro e eterno reinado de Deus, quando Sua presença e Suas bênçãos encherão a Terra. – Esta linha de pensamento também está equivocada. Em primeiro lugar, o período em que haverá um reinado de Deus nesta Terra outro não é senão o reino milenial de Cristo. 

Portanto, se se entender como estes intérpretes, por que este templo não pode ser literal, se o reinado de Cristo o será? Em segundo lugar, se se pensar que este futuro e eterno reinado será o Estado Eterno, esta-será contrariando as Escrituras, porque elas afirmam explicitamente que este Estado se dará com novos céus e terra e mediante a descida do céu da Jerusalém celestial, onde não há templo (Ap.21:1-3,22). 

A quarta interpretação é o templo descrito por Ezequiel se refere ao templo que existirá durante o período milenar. É a linha de pensamento que perfilhamos e que entendemos ser a única biblicamente possível. 

Com efeito, como as profecias messiânicas exigem a existência de um templo em Jerusalém para o seu cumprimento e como elas terão este cumprimento durante o reino milenar de Cristo, tem-se que este novo templo, visto e descrito por Ezequiel, cuja profecia tinha, precisamente, o propósito de manter acesa a esperança do povo judeu que estava cativo em Babilônia, é o templo que se erguerá no reino milenial de Cristo, para o cabal cumprimento das Escrituras. 

Aí se explicam as diferenças entre ele e os dois primeiros templos, bem assim a presença nele da glória do Senhor e de estrangeiros cultuando e oficiando.

II – A VISÃO DO TEMPLO

Ezequiel havia visto as abominações do templo em Jerusalém, que eram a motivação pelo juízo que faria com que se perdesse a Terra Prometida, consoante já determinado na lei e no chamado “pacto palestiniano”. Aliás, logo no início de seu ministério, ficara claro que o Senhor estava a punir a idolatria e o pecado do povo durante o tempo em que o Primeiro Templo existira, ou seja, 390 anos (Ez.4:4,5).

Ezequiel, também, recebera a visão da retirada da glória de Deus do templo por causa destas mesmas abominações (Ez.10). – Sendo sacerdote, vemos que Ezequiel foi escolhido por Deus para trazer as profecias de juízo e de restauração de Israel sob a perspectiva do templo. Nada mais coerente, portanto, que tenha sido o profeta que viu a restauração espiritual de Israel também sob este ângulo, tendo sido a ele, pois, que se revelou como seria o templo do período messiânico. 

Esta visão foi dada ao profeta no vigésimo quinto ano do seu exílio, ou seja, vinte anos após o chamado de Ezequiel para o ministério profético, quatorze anos após a queda da cidade de Jerusalém (Ez.40:1). 

É interessante que a data desta visão é o dia 10 do primeiro mês, precisamente o dia em que se separava o cordeiro para a Páscoa (Ex.12:3), quatorze anos depois da destruição do Templo. No dia em que se deveria começar a se preparar para a comemoração da Páscoa, que lembrava a libertação do povo de Israel, o Senhor começava a mostrar o templo do Israel espiritualmente restaurado para Ezequiel. 

Ezequiel é levado a um monte muito alto, sobre o qual havia uma estrutura de cidade para o lado sul. O profeta é levado a uma terra de Israel já modificada geograficamente, a nos mostrar que se tratava do período milenial, pois haverá profundas alterações na geografia da Terra antes do início deste período (Zc.14:8-10; Ap.16). 

Um homem com aparência como de bronze foi visto pelo profeta junto ao portão, que tinha na mão um cordel de linho e uma cana de medir, que mandou que o profeta prestasse atenção em tudo que lhe fosse mostrado e que anunciasse à casa de Israel tudo o que iria ver, pois para isso tinha sido levado até lá (Ez.40:4). 

Ezequiel então viu uma muralha externa que rodeava todo o templo, muralha que tinha três metros de largura e três metros de altura, sendo que o portão que dava para o leste também tinha limiar com três metros de largura, sendo que cada câmara lateral tinha três metros de comprimento e três metros de largura, havendo um espaço de dois metros e meio entre uma e outra câmara e o milimq4 do portão junto ao vestíbulo da porta interior tinha também três metros, a mesma medida do vestíbulo da porta interior (Ez.40:5-8).

O vestíbulo do portão tinha quatro metros, e os seus pilares, um metro, e era voltado para o templo. O portão do lado leste possuía três câmaras de cada lado e os pilares de cada lado tinham a mesma medida (Ez.40:9,10). 

A largura da entrada do portão tinha cinco metros e a profundidade da entrada era de seis metros e meios. Diante de cada uma das câmaras havia uma mureta, que tinha meio metro de espessura. Cada câmara tinha três metros de cada lado. O portão desde a extremidade do teto de uma câmara até a outra tinha doze metros e meios. As portas das câmaras ficavam uma diante da outra (Ez.40:11-13). 

A distância até os pilares era de trinta metros e o átrio se estendia até os pilares ao redor da porta. Havia janelas com ripas fixas superpostas para as câmaras e para os pilares e, do mesmo modo, para os vestíbulos. As janelas ficavam ao redor pela parte de dentro e, nos pilares, havia palmeiras esculpidas (Ez.40:14-16). 

No átrio exterior, havia câmaras e um pavimento em volta de todo o átrio e, diante deste pavimento, trinta câmaras. O pavimento interior, ao lado das portas, tinha o mesmo comprimento das portas, sendo que a largura desde a dianteira do portão interior até a dianteira do átrio interior era de cinquenta metros do lado leste e do lado norte (Ez.40:17-19). 

O portão que dava para o norte, no átrio exterior e as suas câmaras, três de um al e três do outro, tinham as mesmas medidas do primeiro portão: vinte e cinco metros de comprimento e doze metros e meio de largura, assim como as janelas, os seus vestíbulos e as palmeiras esculpidas. Subia-se para este portão por sete degraus e o seu vestíbulo estava diante dele (Ez.40:20-22). 

Havia também um portão que dava para o lado sul, tendo os pilares e vestíbulos as mesmas dimensões dos anteriores, bem como uma escada de sete degraus (Ez.40:23-29).

No lado leste, também havia um portão, câmaras, pilares e vestíbulos conforme os outros que já haviam sido vistos (Ez.40:32-34), assim como no portão do norte (Ez.40:35-37), a mostrar uma uniformidade, uma harmonia de dimensões e de medidas nos quatro lados. Apenas que as escadas destes dois lados tinham oito e não sete degraus (Ez.40:34,37). 

O profeta também viu uma câmara com a sua entrada junto aos pilares dos vestíbulos onde eram lavados os holocaustos (Ez.40:38), como também no vestíbulo do portão havia duas mesas de um lado e duas do outro, para nelas se degolar os holocaustos e as ofertas pelo pecado e pela culpa (Ez.40:38,39). 

Do lado de fora, na subida para a entrada do portão do norte, havia duas mesas e, no outro lado do vestíbulo do portão, havia duas meses. Quatro mesas de um lado e quatro do outro lado do portão, sobre as quais eram mortos os animais do sacrifício (Ez.40:40,41). 

As quatro mesas para os holocaustos eram de pedras lavradas, com setenta e cinco centímetros de comprimento e de largura e meio metro de altura, sobre as quais se punham os instrumentos com que matavam os animais para os holocaustos e os sacrifícios (Ez.40:42). 

O profeta também viu ganchos, de sete centímetros e meio de comprimento, fixados na parede em toda a extensão, mas carne para os sacrifícios estava sobre as mesas (Ez.40:43). 

Havia duas câmaras, fora do portão interior, no átrio de dentro, uma fica ao lado do portão do norte e dava para o sul, outra ficava ao lado do portão do sul e dava para o norte. A câmara que dava para o sul era para os sacerdotes que tinham a guarda do templo e a câmara que dava para o norte era para os sacerdotes que tinham a guarda do altar. 

Os sacerdotes eram filhos de Zadoque, que eram, entre os filhos de Levi, aqueles que se aproximavam do Senhor para O servir, cumprindo, assim, promessa que havia sido feita aos descendentes desta linhagem sacerdotal (Nm.25:11-13; I Sm.2:35; I Rs.2:27,35).

Notemos que é dito que os filhos de Zadoque seriam aqueles que se aproximariam do altar, ou seja, toda a nação de Israel será de sacerdotes, porque se terá cumprido o propósito de Deus de tornar Israel Seu reino sacerdotal (Ex.19:5,6), o que só havia acontecido uma só vez, ao pé do monte Sinai, antes da promulgação da lei (Ex.24:4,5) e, por causa do pecado do bezerro de ouro, nunca mais isto voltou a ocorrer. 

A propósito, existe uma tradição judaica que diz que os israelitas foram obrigados a beber a água misturada com o pó do bezerro de ouro que fora moído por Moisés para que os efeitos daquele pecado se perpetuassem ao longo da história de Israel. Todo e qualquer infortúnio de Israel seria consequência deste pecado. A água com aquele pó teve, então, o mesmo efeito da chamada “água de ciúme” (Nm.5:11-31). 

No milênio, porém, toda a transgressão de Israel foi extinta, não há mais consequência alguma dos pecados do povo, não há mais qualquer maldição, pois Cristo as removeu todas e, portanto, todos podem voltar ao sacerdócio, mas aos filhos de Zadoque, por causa do zelo iniciado com Finéias, há o privilégio da proximidade ao altar.

Ao profeta, então, é mostrado o átrio interior, que tinha cinquenta metros de comprimento e cinquenta de largura, ou seja, era um quadrado, tendo, então, levado ao vestíbulo do templo, sendo que cada pilar tinha dois metros e meio de um lado e dois metros e meio do outro. O comprimento do vestíbulo era de dez metros e a largura, seis metros e se subia a ele por degraus. Havia colunas junto aos pilares, uma de um lado e outra do outro (Ez.40:47-49). 

Então, o profeta foi levado ao templo propriamente dito, ou seja, a parte coberta. O templo possuía pilares de três metros de largura de um lado e três metros de largura do outro, que era a largura do tabernáculo. A largura da entrada era de cinco metros e as paredes lateriam tinham dois metros e meio, uma de cada lado. A profundidade da nave era de vinte metros e dez metros de largura. O pilar da entrada da parte interior tinha um metro e a largura de três metros, com comprimento de dez metros e largura de dez metros na parte frontal da nave, que era o Santo dos santos (Ez.41:1-4). 

Percebe-se, pois, que o templo, a parte coberta, agora tinha apenas um compartimento, o Santo dos santos, não havia mais o “lugar santo”, como nos templos anteriores e isto se explica facilmente, porque todo Israel agora era formado de sacerdotes, não havendo mais a necessidade de um compartimento exclusivo para sacerdotes e outro para o povo. 

Em volta do templo, havia câmaras laterais. A parede do templo tinha espessura de três metros. A largura de cada câmara era de dois metros. Estas câmaras estavam em três andares, havendo trinta em cada andar (Ez.41:5-7). 

Havia reentrâncias na parede do templo ao redor para as câmaras laterais para que as vigas se apoiassem nelas e não fossem introduzidas na parede do templo e as câmaras aumentavam de largura de andar para andar, correspondendo às reentrâncias. Havia um pavimento elevado ao redor do templo, que era os alicerces das câmaras laterais de três metros de altura. 

A grossura da parede externa das câmaras laterais era de dois metros e meio e a área aberta entre elas e as outras eram de dez metros de largura por todo o redor do templo. As entradas das câmaras laterais estavam voltadas para a área aberta ()Ez.41:8-11). 

Havia, também, do lado oeste, um edifício, com largura de trinta e cinco metros, com parede de dois metros e meio de espessura ao redor e comprimento de quarenta e cinco metros (Ez.41:12). 

O templo tinha cinquenta metros de comprimento, assim como a área separada, o edifício e as suas paredes (Ez.41:13). O templo propriamente dito, isto é, o Santo dos santos, o vestíbulo do átrio, os umbrais, as janelas estreitas e as galerias ao redor dos três, diante do umbral, estavam cobertos de madeira ao redor e isto desde o chão até as janelas que estavam cobertas. 

No espaço em cima das portas e até o templo de dentro e de fora, e em toda parede ao redor, por dentro e por fora, havia querubins e palmeiras, entre um querubim e outro, uma palmeira, sendo que cada querubim tinha dois rostos, um humano olhava para uma palmeira de um lado e um rosto de leão olhava para a palmeira do outro (Ez.41:15-21). 

Interessante que os querubins que seriam de ornamento para o templo tivessem apenas dois rostos: homem e leão. Ezequiel havia visto os querubins com quatro rostos: homem, boi, águia e leão (Ez.1:10). Mas, agora, no reino milenial de Cristo, Jesus não é mais o servo sofredor, que precisa fazer a obra de Deus (rosto de boi), bem como não está mais no céu, aguardando Sua encarnação ou, então, Sua vinda para reinar sobre a Terra (rosto de águia). Agora, é o Rei, o Filho de Davi, que está na Terra de Israel (rosto de leão), o Homem glorificado que reina sobre toda a Terra (rosto de homem). 

Notamos também que os querubins olham para as palmeiras. Ora, as palmeiras representam os justos (Sl.92:12). O noivo comparou sua noiva como a palmeira (Ct.7:7,8). No milênio, temos a comunhão entre a glória de Deus e os justos, a começar de Israel, que está em plena comunhão com o Senhor. – Na arca da aliança, os querubins olhavam para o propiciatório (Ex.25:20), onde era aspergido o sangue, numa clara indicação que a glória de Deus estava impedida aos homens pelo pecado (Rm.3:23), tanto que foram querubins os que impediram o primeiro casal de se chegar à árvore da vida (Gn.3:24). 

Mas, agora, no reino milenial de Cristo, os querubins olham para os justos, que poderão contemplar a glória do Senhor em Jerusalém. – O altar de madeira tinha um metro e meio de altura e o seu comprimento era de um metro. Suas bases, seus lados e seus cantos eram de madeira e esta era a mesa que estava diante do Senhor (Ez.41:22). – O templo e o Santo dos Santos tinham duas portas. Havia duas folhas paras as portas e, nas portas, havia querubins e palmeiras, como havia nas paredes. Havia uma cobertura de madeira na frente do vestíbulo por fora. Havia janelas estreitas e palmeiras em ambos os lados do vestíbulo, bem como nas câmaras laterais do templo e na cobertura de madeira (Ez.41:23,24). Havia, também, no lado norte, um edifício, com cinquenta metros de comprimento e largura de vinte e cinco metros. 

De um lado, dava para a área de dez metros que pertencia ao átrio interior e de outro, para o pavimento que pertencia ao átrio exterior. Havia uma galeria frente a outra galeria em três andares. Diante das câmaras havia uma passagem de cinco metros de largura, do lado de dentro e cinquenta metros de comprimento e as suas entradas eram para o lado norte. 

As câmaras superiores eram mais estreitas, porque as galerias tiravam mais espaço que as das de baixo e das do meio do edifício, já que não tinham colunas de sustentação (Ez.42:1- 9). Na largura do muro do átrio, do lado sul, diante do edifício na área separada, havia também câmaras e uma passagem na frente delas, com a mesma feição das câmaras do lado norte. 

Tanto estas câmaras como as do lado sul eram câmaras santas em que os sacerdotes se aproximam do Senhor, comerão as coisas santíssimas e nelas também depositarão as coisas santíssimas, as ofertas de cereais, as ofertas pelo pecado e pela culpa, porque o lugar é santo, não podendo os sacerdotes que ali entrarem sair para o átrio exterior, mas porão ali as vestes com que ministraram, porque elas são santas, usarão outras roupas e assim se aproximação do lugar destinado ao povo (Ez.42:10-14). 

O homem que acompanhava o profeta, então, fez uma medição da área ao redor do templo, sendo que havia um muro ao redor, de duzentos e cinquenta metros de comprimento e igual de largura, para fazer separação entre o santo e o profano (Ez.42:15-20). 

Notamos que, mesmo num ambiente de comunhão entre Deus e os homens, como haverá no milênio, há solenidade quando se trata da adoração a Deus, há uma separação entre o santo e o profano, porque esta é a missão dos sacerdotes, separar o santo do profano (Ez.44:23). Temos feito tal distinção como sacerdotes de Cristo (Ap.1:6)? Pensemos nisso! 

Depois de ter visto todo o templo, o profeta, então, teve a visão da chegada da glória de Deus ao local. Ele que havia visto a retirada da glória divina do Primeiro Templo, agora contemplava o contrário. 

A glória de Deus vinha do lado leste, sua voz era como o som de muitas águas e o aspecto da visão como a que ele tivera junto ao rei Quebar e quando contemplou as abominações do templo, ou seja, era a mesma glória de Deus, pois Deus não muda. A glória de Deus encheu o templo, como havia acontecido antes no tabernáculo e no Primeiro Templo (Ez.43:1-5).

Enquanto o profeta estava no átrio interior, levado para fora pelo Espírito Santo, ele ouviu o Senhor lhe dizer: “Este é o lugar do Meu trono e o lugar das plantas dos Meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre. Nunca mais a casa de Israel contaminou o Meu santo nome, nem eles nem os seus reis, com as suas prostituições e com o cadáver dos seus reis, , nos seus lugares altos…” (Ez.43:7). Eis uma comprovação de que este templo só pode ser o do reino milenial, quando terá sido extinta a transgressão em Israel. 

O profeta deveria mostrar à casa de Israel o templo que havia visto para que ele se envergonhasse das suas maldades e para que servisse de modelo para quando houvesse a redenção de Israel, eles construíssem este templo e, assim, pudesse servir de reino sacerdotal e povo santo ao Senhor (Ez.43:10-12). 

O profeta também recebeu as medidas exatas do altar de sacrifícios, bem como se teria a sua consagração para, então, a partir de tal consagração, pudessem ser oferecidos os sacrifícios no templo, o que deveria ser feito pelos filhos de Zadoque (Ez.43:13-27). 

O Senhor também mostrou ao profeta a porta do santuário exterior, que deveria ficar sempre fechada, porque por ela tinha entrado o Senhor (Ez.44:1), sendo que o príncipe deveria entrar pelo vestíbulo da porta, para comer o pão diante do Senhor, saindo por esse mesmo caminho (Ez.44:2). 

Vemos aqui que, mesmo no período de perfeita comunhão entre Deus e Israel, há a manutenção da hierarquia. Os céus são um ambiente de hierarquia e de autoridade, pois Deus é o Senhor e nós, Seus servos. Por isso, a porta por onde o Senhor entrou, ninguém poderá passar e o príncipe, que é Seu ministro, tem de ter, primeiro, comunhão especial com o Senhor (por isso come o pão diante do Senhor) e tem um acesso exclusivo para servir a Deus. Deus estabeleceu o princípio da autoridade, nunca nos esqueçamos disto (Rm.13:1-7). 

Mais uma vez, o Senhor manda ao profeta que mostrasse e dissesse tudo sobre o futuro templo aos israelitas, a fim de que eles abandonassem as suas abominações (Ez.44:5-31), fazendo uma comparação entre o que havia no Primeiro Templo e o que Deus desejava que se fizesse. A esperança da redenção deve nos motivar à purificação, à santificação (I Jo.3:1-3). 

O profeta, também, é orientado sobre os rituais que se deveriam fazer no templo, pois Deus queria deixar bem estabelecidas as regras que deveriam ser seguidas (Ez.45,46). Estas disposições foram as principais responsáveis pela resistência na aceitação do livro de Ezequiel por parte de alguns doutores judeus, mas isto é fruto da própria cegueira espiritual visto que se trata de um novo templo em uma nova dispensação, mas tal resistência acabou por ser superada, tendo Ezequiel sido acolhido no cânon bíblico por Israel.

II – OBSERVAÇÕES SOBRE O QUARTO TEMPLO 

A primeira observação a fazer com relação a este templo é a sua localização. O templo foi visto por Ezequiel de um monte muito alto e ocupando a parte central do lugar santo da terra de Israel, uma topografia que hoje nos é desconhecida e que exige uma prévia mudança nos acidentes geográficos da terra de Israel. 

Isto somente se explica ante os acontecimentos noticiados por Zacarias por ocasião da batalha do Armagedom (que nada mais é que o vale de Hinom, em Jerusalém, onde Acaz instituiu o horrendo culto a Moloque – II Rs.16:3; II Cr.28:3). 

Como se encontra localizado em outro lugar que os outros três templos, vemos que se trata de um templo diverso dos demais. Ademais, esta localização é em tudo coerente com a descrição feita no capítulo 4 de Miquéias, que trata do reino milenar.

A segunda observação é a de que, a exemplo dos três templos anteriores, este templo terá três partes: o átrio externo (Ez.40:17), o santuário do lugar santo (Ez.41:1-2) e a santidade das santidades (Ez.41:3-4). 

A terceira observação é a de que, neste templo, haverá sacrifícios pelo pecado (Ez.40:39). Esta circunstância deixa muitos intérpretes embaraçados e, por isso, muitos resistem em aceitar a literalidade deste templo, porque entendem que, diante do sacrifício de Cristo no Calvário, não teria cabimento haver sacrifícios de animais no reino milenial de Cristo, invocando, para tanto, Hb.10:1-12. 

Todavia, não há como escapar do caráter literal deste templo e do fato de que haverá sacrifícios, pois assim diz o texto sagrado. A solução deste impasse está naqueles que, como o saudoso pastor Antonio Gilberto, entendem que haverá sacrifícios, mas com valor de memorial do sacrifício de Cristo, “…assim como hoje a Igreja celebra a Ceia do Senhor, com sentido retrospectivo, i.e., como memorial da obra redentora já consumada uma vez para sempre, por Cristo, o sacrifício perfeito” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Nota do editor à nota de Ez.43.18-27, p.1233). 

É elucidativo que o altar de sacrifícios neste templo será de pedras lavradas, o que não ocorria no tabernáculo ou nos outros dois templos anteriores (Ex.20:24,25). Isto mostra que, antes da morte de Cristo no Calvário, não se tinha ainda consumado a obra salvífica, o altar era de terra ou com pedras sem qualquer burilamento, para demonstrar a imperfeição e a pecaminosidade do homem, a necessitar da perfeição que somente se alcança em Cristo Jesus. 

Agora, porém, no milênio, o altar é de pedras lavradas, porque Cristo já completou a obra salvífica, há, até, homens já glorificados e perfeitos (a Igreja), como também homens salvos para sempre, o remanescente salvo de Israel. Deste modo, os sacrifícios servem apenas para lembrar esta perfeição alcançada pelo sacrifício perfeito de Cristo (Hb.10:10,14). 

Não nos esqueçamos, aliás, que, no milênio, a alimentação será tão somente vegetariana, de modo que os animais somente serviram, mesmo, para ser sacrificados em memória do sacrifício de Cristo no Calvário (Is.11:7). 

A quarta observação a respeito deste templo refere-se à figura do príncipe, que é várias vezes mencionado, a começar de Ez.44:3. Quem seja este príncipe é outro ponto de discussão entre os intérpretes. Muitos o identificam com o próprio Cristo, já que Ezequiel denomina de príncipe ao servo de Davi (Ez.34:24), mas tal entendimento não parece ser o mais correto, já que este príncipe é mostrado fazendo sacrifícios por si mesmo (Ez.45:22) e como alguém que tenha filhos biológicos (Ez.46:16). 

Assim, parece ser alguém que será constituído como responsável pela adoração no templo (Ez.45:17). Neste sentido, aliás, o texto mais uma vez corrobora o pensamento de que se trata do templo do reino milenial. Este príncipe é alguém que executa tarefas que seriam do sumo sacerdote, mas, neste templo, não haverá sumo sacerdote. 

E por que não terá sumo sacerdote? Precisamente porque o sumo sacerdote é Jesus Cristo. Destarte, este príncipe será alguém que estará incumbido das tarefas administrativas na dimensão terrena do reino milenial de Cristo em Israel. A quinta observação a respeito deste templo é de que este, a exemplo do que ocorreu com o tabernáculo e com o primeiro templo, este tornará a ter a glória de Deus a enchê-lo. 

O profeta Ezequiel, o mesmo que virá a glória do Senhor ser retirada do templo de Salomão, teve a visão da glória do Senhor enchendo esta nova casa (Ez.43:4), glória esta que entrará por uma porta que jamais será aberta (Ez.44:2). Retornará, então, a glória do Senhor ao templo, e ali ficará até se completar o reino milenar de Cristo. A presença desta glória, ademais, explica a ausência, neste templo, de três peças que existiram nos dois primeiros templos. 

A primeira destas peças é a arca da aliança, que era o próprio símbolo da glória de Deus. A arca já não estava no Segundo Templo, sendo um mistério o seu paradeiro. No Segundo Templo, não havia arca, precisamente porque nele haveria de estar o próprio Jesus, Deus feito homem, a glória do Unigênito do Pai e não se poderia, então, ter uma “figura”, quando o próprio Deus haveria de frequentar aquele templo. – No templo descrito por Ezequiel, quando o próprio Jesus estará reinando sobre Israel e sobre toda a Terra, a glória de Deus estará representada pelo próprio Cristo que estará entronizado em Jerusalém, mantendo-se a mesma desnecessidade da arca que explica a sua ausência no Segundo Templo. 

A segunda destas peças é o candelabro, que simboliza Jesus, a “luz do mundo”. Cristo estará entronizado em Jerusalém e estará reinando sobre todo o mundo, de modo que desnecessário que haja este símbolo no templo do reino milenar. Inclusive, sobre a Jerusalém terrena estará pairando a Jerusalém celestial, onde já estará a Igreja, Esposa de Cristo, com o seu Senhor e, naturalmente, a luz desta cidade celeste refletirá sobre a Jerusalém terrena e seu templo, tornando desnecessário o candelabro para iluminar o lugar santo. 

A terceira peça é o altar do incenso, que representa a intercessão de Cristo na glória. Ora, o Senhor Jesus estará entronizado em Jerusalém e, portanto, também é desnecessário que o templo possua este altar. 

OBS: “…Por que a porta do leste deveria permanecer fechada? Várias razões têm sido sugeridas: (1) seria a porta através da qual Deus havia entrado no Templo, e ninguém mais poderia caminhar por onde Deus andou (43.4); (2) a porta fechada indicaria que Deus nunca mais deixaria o Templo (10.19; 11.23); (3) impediria que as pessoas adorassem o sol que nascia a leste do Templo (8.16).…” (BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. com. a Ez.44.2, p.1082). 

A sexta observação a respeito deste templo é de que a sua existência será a mais longa de todos os templos anteriores. Enquanto o templo feito pela soberba humana terá a duração de apenas sete anos e, mesmo assim, funcionará regularmente em apenas metade deste período, este novo templo terá a duração de mil anos. As coisas feitas segundo a vontade do Senhor são muito mais perenes, mais estáveis e muito melhores do que o que possa ser feito pelo ser humano(I Jo.3:20; 4:4 e 5:9). 

A sétima observação a respeito deste templo é a de que este templo, ao contrário dos anteriores, terá como lei a santidade (Ez.43:120,11). Logicamente que, nos dois primeiros templos, havia, também, esta exigência de santificação por parte do Senhor em relação ao Seu povo, mas, como vimos supra, logo esta exigência era deixada de lado pelo povo, que, quase que imediatamente, promovia a corrupção em suas vidas, o que repercutia no templo.

O terceiro templo, então, já nascerá ou será mantido sob o manto da profanação, da mistura com o mundo e o pecado. O quarto templo, porém, será um templo onde a santidade persistirá até o fim, pois, mesmo com a rebelião final, que será motivada pelo adversário, quando for solto (Ap.20:7,8), esta não atingirá nem Israel, nem Jerusalém e, muito menos, o templo (Ap.20:9). 

Por fim, este templo cessará a sua atividade quando, após a rebelião final dos homens, houver o juízo do trono branco, quando, então, os atuais céus e terra serão extintos, surgindo novos céus e nova terra (Ap.21:1). Nesta passagem, o templo, que, apesar de ser e ter sido mantido santo em toda a sua milenar existência, como pertence à dimensão terrena, também passará. 

No Estado Eterno, não haverá mais templo, pois na Jerusalém celestial, a própria cidade é o “tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará e eles serão o Seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o Seu Deus” (Ap.21:3), cidade onde João não viu “…templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro.” (Ap.21:22). Aleluia! “Não almejas viver, ó amigo, nessa formosa Jerusalém?” (parte final da quarta estrofe do hino 26 da Harpa Cristã). 

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Pr. Caramuru Afonso Francisco

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