EBD – Lição 09: Os Dons de Cristo para a Unidade do Corpo | 4° Trimestre De 2021 | Betel

EBD Betel | 4° Trimestre De 2021 | Tema: Efésios – Uma Exposição sobre as Riquezas da Graça, Misericórdia e Gloria de Deus | Lição 09: Os Dons de Cristo para a Unidade do Corpo | Escola Biblica Dominical

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar Cristo como o doador dos dons.
Ensinar como as habilidades dadas por Cristo funcionam.
Explicar que o Corpo de Cristo precisa crescer.

TEXTO ÁUREO

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” Efésios 4.11

VERDADE APLICADA

Os dons ministeriais foram distribuídos pelo Senhor visando o aperfeiçoamento dos santos para edificação da Igreja.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 4

7- Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8- Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
12- Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13- Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14- Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / At 13.1 Profetas e doutores em Antioquia.
TERÇA / At 14.4-14 A pregação do Evangelho em várias cidades.
QUARTA / 1Co 12.28 O propósito de Deus na igreja.
QUINTA / Ef 4.1-16 A unidade da fé.
SEXTA / 1Tm 3.1-5 Os deveres dos bispos e diáconos.
SÁBADO / 2Tm 1.11-14 Exortação à firmeza e constância no ministério.

HINOS SUGERIDOS 24, 432, 577

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore, juntamente com a igreja, pela unidade da igreja.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1– Os dons concedidos pela graça divina
2– Dons: produzir a unidade do Corpo
3– A razão e o objetivo dos dons ministeriais
Conclusão

INTRODUÇÃO

As riquezas da graça contemplam os variados dons ministeriais concedidos pelo Senhor, por intermédio do Espírito Santo, à Sua Igreja. Esses dons foram dados para que cada membro seja aperfeiçoado, visando a edificação do corpo até que cheguemos “à medida da estatura completa de Cristo” [Ef 4.11-13].

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PONTO DE PARTIDA

Os dons são ferramentas para os santos.

1- OS DONS CONCEDIDOS PELA GRAÇA DIVINA

Por Sua graça, Deus tem concedido a cada cristão, membro de Seu Corpo, a capacidade para manter a normalidade que o corpo necessita para sustentar-se e manter o ritmo de suas atividades.

1.1. A graça concedida para a manutenção da unidade. Ao falar da “graça”, o apóstolo nos informa acerca das funções específicas que nos são confiadas quando recebemos o dom de Cristo, onde Ele, por sua “graça”, nos capacita para as diferentes funções e trabalhos a desempenhar na igreja e no mundo [Ef 4.7]. O termo usado aqui não faz referência a uma habilidade natural, o dom, no sentido cristão, é uma concessão sobrenatural de Deus a nós, tanto para dar sentido à nossas vidas quanto para melhorar o universo em que vivemos. Na esfera espiritual, cada cristão possui pelo menos um dom espiritual [1Co 12.1-12]. O dom é uma aptidão divinamente concedida, uma poderosa ferramenta para o serviço a Deus e aos outros cristãos de modo a glorificar a Cristo e a edificar o Corpo.

Subsídio do Professor: Devemos fazer uma distinção entre “dons espirituais” e “aptidões naturais”. Todos nós nascemos com certas aptidões naturais e talentos para áreas específicas de nossas vidas. É isso que nos distingue uns dos outros, e pode nos fazer mais inteligentes, fortes ou mais talentosos. Porém, na esfera espiritual, cada cristão possui uma medida do dom de Cristo [Ef 4.7]. Quando esses dons e capacidades são exercidos no poder do Espírito, os membros da igreja se tornam numa poderosa influência tanto na sociedade, quanto na vida de seus irmãos em Cristo.

1.2. O fundamento da unidade e dos dons. Paulo ensina que os dons são concedidos por Cristo por meio do Espírito Santo [Ef 4.8-10]. Lemos aqui que Cristo, subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Paulo faz referência ao Salmo 68.18, que fala acerca do triunfo de Deus, representado pela volta da Arca da Aliança ao seu santuário original após a derrota dos inimigos de Israel. De igual modo, Jesus Cristo triunfou na batalha contra o império do mal. Paulo traça aqui a imagem de um conquistador militar levando seus cativos e dividindo os espólios com seus seguidores. O relato é uma declaração profética sobre a vitória de Cristo no Calvário e Sua ascensão. Cristo, conquistando o Seu lugar no céu, deu dons à Igreja.

Subsídio do Professor: Em sua ascensão, Cristo, o rei conquistador, repartiu dons com os homens. Os dons foram concedidos a cada crente para que possam testemunhar ao mundo acerca dessa graça imensurável. Por meio do Espírito Santo que os capacita [1Co 12.7]. Nenhum dom nos foi dado para benefício próprio, mas, sim, para proveito de todo o corpo. O dom é concedido ao crente para que ele possa funcionar no corpo como alguém capaz de produzir algo para alguém que esteja necessitado.

1.3. A vitória de Cristo no Calvário. Paulo diz que aquele mesmo Cristo que “desceu” é também o mesmo que “subiu”, e que, antes de subir para dar dons aos homens, Ele desceu às mais baixas profundezas da terra [Ef 4.9-10]. Paulo nos revela a dimensão exata dos fatos ocorridos entre a morte e a ressurreição de Cristo. Ele “desceu” antes de “subir”, desceu de Sua posição de glória para se fazer carne e entrar num total estado de humilhação para nos salvar; desceu da altura do céu ao abismo deste mundo, desceu para as profundezas da humilhação quando veio à terra [Fp 2.5-11].

Mesmo tendo “descido às partes mais baixas da terra” e enfrentado a morte e passado pela sepultura, contudo não ficou nas regiões inferiores, mas subiu e foi exaltado. Tal fato revela que Ele é supremo sobre todos os poderes, tanto nos céus como na terra [Cl 1.16], como disse Francis Foulkes, que, também, acrescentou que este texto – Efésios 4.9 – está indicando que “tudo o que existe está sujeito a Ele, e não há nenhum lugar ou ordem de existência onde Sua presença não se possa conhecer ou sentir”.

Subsídio do Professor: Não há consenso entre diversos comentaristas sobre um entendimento pleno sobre Efésios 4.9. Assim, na presente lição podemos enfatizar os pontos que não restam dúvidas, pois estão claramente revelados acerca de Jesus Cristo:
a) Sendo em forma de Deus, aniquilou-se a si mesmo [Fp 2.6-7];
b) Humilhou-se a si mesmo [Fp 2.8];
c) Feito um pouco menor do que os anjos [Hb 2.9];
d) Enfrentou tentação e padecimento [Hb 2.18];
e) Pela morte aniquilou o que tinha o império da morte [Hb 2.14];
f) Ele vive, esteve morto, mas está vivo e tem as chaves da morte e do inferno [Ap 1.18];
g) Subiu ao alto, levou cativo o cativeiro [Ef 4.8]. Glória, pois, a Ele para sempre!

EU ENSINEI QUE:

Por Sua graça, Deus tem concedido a cada cristão a capacidade para manter a normalidade que o corpo necessita para sustentar-se e manter o ritmo de suas atividades.

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2- DONS: PRODUZIR A UNIDADE DO CORPO

Veremos agora como era a estrutura da Igreja Primitiva e como era administrada. Paulo nos diz que o mesmo Senhor Jesus Cristo, ascendido, glorificado, concedeu diferentes habilidades espirituais (dons) aos membros de Sua Igreja [Ef 4.11].

2.1. Apóstolos e profetas. Os “apóstolos” tinham autoridade em toda a Igreja. Eles constituíam um pequeno grupo, mas com um chamado muito significativo: foram chamados a testemunhar a Cristo, e eram testemunhas oculares do Cristo ressuscitado. Sua missão era instruir os crentes nas verdades da Evangelho que Cristo lhes havia confiado [Mt 28.18-20]. Seus ensinamentos deram substância à fé dos primeiros crentes, contribuindo assim para a formação do corpo doutrinário da Igreja. Os profetas eram porta-vozes do Senhor (não confundir com o dom de profecia). Eram pessoas que anunciavam a Palavra de Deus plenamente movidos pelo Espírito Santo, cooperando, assim, para edificação da Igreja [At 13.1], dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus. Também atuavam na exortação, edificação e consolando a Igreja de Cristo [At 15.32].

Subsídio do Professor: Apóstolo significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”. Evidentemente que hoje não temos apóstolos com as credenciais dos primeiros: convocados pessoalmente pelo Senhor; andaram com Jesus ao longo de Seu ministério e testificaram que Jesus era o Senhor ressuscitado. Porém, é possível considerar que há o ministério de caráter apostólico. Comentário de Craig S. Keener sobre “profetas” em Efésios 4.11: “É possível que, neste caso, Paulo tivesse em mente aqueles que fornecem direção divina e estratégias para o corpo de Cristo no mundo, revelando os propósitos de Deus para que o povo de Deus possa influenciar sua geração da maneira mais sábia possível [At 11.27; 13.1; 21.10]”.

2.2. Evangelistas. O dom de evangelista consistia em proclamar as boas novas da salvação onde quer que o Espírito os enviasse, depois, reunidas, as almas que respondiam à mensagem eram agrupadas em pequenas comunidades ou igrejas. O trabalho deveria continuar até que grupos autônomos fossem estabelecidos com seus próprios pastores ou anciãos, após isso, continuavam seguindo para novas regiões que ainda não haviam recebido a mensagem da salvação. Eles eram desconhecidos que apresentavam o Senhor Jesus por onde passavam, e os sinais e maravilhas que operavam pela fé, faziam com que grande número de pessoas cresse e se convertesse ao Senhor [At 11.20-21; Ef 4.11; 2Tm 4.5]. O trabalho do evangelista poderia ser comparado com o dos missionários de nossa atualidade.

Subsídio do Professor: No Novo Testamento esse ministério é apenas mencionado, não aparecem nomes; esses anônimos foram os servidores que levaram o poderoso nome de Jesus Cristo a todo mundo [At 11.20-21; 2Tm 4.5]. Podemos observar que os evangelistas não possuíam o prestigio e a autoridade dos profetas enviados diretamente do Senhor, mas eram imprescindíveis no anúncio da palavra de salvação e no serviço missionário da igreja. “Eram os missionários de batalha da Igreja, portadores da mensagem das boas novas a um mundo que jamais a tinha ouvido” (BARCLAY, 1984).

2.3. Pastores e mestres. Os pastores e os mestres eram dons distintos na Igreja Primitiva. Em nossos dias o ministério pastoral tem sido confundido com o de mestre, porque ambos estão muito próximos na ministração do ensino cristão. O pastor do rebanho de Deus é o homem que leva em seu coração ao povo de Deus, que o alimenta com a verdade, que vai em sua busca quando se extravia, que o defende contra tudo o que pode ferir ou destruir sua fé [Jo 10.11-14; Hb 13.7, 17]. A imprensa foi inventada quatorze séculos depois dessa época e os mestres tinham a incumbência de transmitir oralmente os relatos da vida de Jesus. Eles tinham a responsabilidade tremenda de ser os depositários do relato evangélico. A eles devemos o fato de que a história de Jesus tenha se perpetuado na Igreja [Ef 4.11].

Subsídio do Professor: William Barclay: “O pastor era aquele que cuidava das ovelhas e as conduzia a lugares seguros; buscava as ovelhas desencaminhadas para levá-las de volta ao rebanho; defendia-as contra os inimigos e, em caso necessário, dava sua vida para salvá-las [Jo 10.11]”. Embora um pastor tivesse a responsabilidade do ensino, o dom de mestre se distinguia tanto naquele tempo, quanto em nossos dias. Evidentemente que há pastores-mestres em igrejas locais, o que não impede o exercício do ministério de ensino por parte de pessoas vocacionadas. O Supremo Pastor continua atento às necessidades do Seu rebanho e prossegue suprindo-o com os variados dons ministeriais.

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EU ENSINEI QUE:

Deus concedeu diferentes dons espirituais aos membros de Sua Igreja.

3- A RAZÃO E O OBJETIVO DOS DONS MINISTERIAIS

Existe uma razão pela qual Cristo nos deu dons e nos capacitou espiritualmente. Ele dotou aqueles que são chamados para que edifiquem Seu Corpo, a Igreja. Ele nos quer aperfeiçoados, edificados e crescendo com maturidade [Ef 4.11-16].

3.1. O aperfeiçoamento dos santos. O que o apóstolo realmente quer dizer com isso é que os santos sejam colocados em condições adequadas para liderar, conduzir, cuidar e instruir o Corpo de Cristo. Ele concedeu alguns em particular, para que treinem os outros membros, para que todos os santos sejam treinados para algum aspecto do trabalho, dentro do ministério, o que resultará no crescimento do Corpo. Paulo fala no aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, a palavra usada para serviço é diaconia e a ideia principal do termo é a de serviço prático [Ef 4.12; Tg 1.22-23]. O trabalho da Igreja não consiste somente na pregação e no ensino, mas também no serviço prático, e isso não envolve apenas os ministros, é um dever que deve englobar a todos.

Subsídio do Professor: Aquele que ocupa um cargo não só tem a missão de preparar através dos ensinamentos, tem também a função de fazer com que o serviço prático continue. A igreja não para, e a cada dia seus membros precisam de renovação e preparo para enfrentar as astutas ciladas do inimigo. O cristão precisa conhecer as doutrinas que formam e alicerçam sua fé. O aperfeiçoamento diz respeito ao crescimento em santificação, busca por uma constante renovação espiritual e uma constância no serviço a Deus [1Co 15.58; Ef 5.18; 1Ts 5.23].

3.2. A edificação do corpo. A principal função pela qual esses dons foram dados à igreja é para que a fé cristã possa ser desenvolvida na vida de cada membro, para que seja esclarecido não apenas sobre a pessoa de Cristo, mas também sobre sua obra. Para que os membros não sejam inconstantes, e enganados pela astúcia inimiga, devem estar fundamentados na verdade e equipados adequadamente para que iniciem um novo caminho sustentados nas verdades de Deus, o que leva tanto ao crescimento espiritual, quanto numérico [Ef 4.15-16]. Paulo fala sobre os benefícios do conhecimento da Escritura: a unidade da fé; o conhecimento do Filho de Deus; desenvolvimento pleno do cristão; a medida da estatura completa de Cristo [Ef 4.13]. Tudo isso acontece quando a verdade é ensinada em amor.

Subsídio do Professor: O que Paulo está ensinando aqui é o resultado de uma vida prática que é guiada pela Palavra de Deus. Ele informa que as pessoas que estão vivendo dissolutamente, na vaidade da mente e que são totalmente entenebrecidos no entendimento e separados de Deus, são pessoas que não foram ensinadas, que não se deixaram moldar pela Palavra e se apartaram da verdade. E finaliza dizendo: “Mas vós não aprendestes assim a Cristo” [Ef 4.17-20].

3.3. O crescimento com maturidade. Depois de nos revelar acerca dos objetivos do crescimento do Corpo de Cristo, agora o apóstolo nos alerta em relação àquelas coisas que podem impedir a edificação e o crescimento saudável: os enganos dos falsos mestres, a deturpação da verdade e a falta de amor [Ef 4.14-16]. Nas congregações sempre houve membros que deveriam ser protegidos, alguns por sua ingenuidade e outros por sua imaturidade. Quando o apóstolo nos diz: “Para que não sejamos meninos inconstantes” [Ef 4.14a], ele está nos advertindo contra a imaturidade. O crescimento do crente é essencial para alcançar a maturidade, o nível espiritual no qual não estaremos mais vulneráveis, porque estaremos fundamentados na verdade de Deus; portanto, é responsabilidade de cada membro, em particular, buscar a cada dia crescer e avançar no conhecimento de Deus e Sua Palavra.

Subsídio do Professor: O inimigo sempre quis deturpar a verdade de Deus, e para isso ele sempre usa homens perversos, que, usando todo tipo de truque, querem desviar do caminho, por meio de falsas doutrinas, aqueles que não conseguem discernir o veneno que existe em seus ensinamentos [Ef 4.14]. O objetivo dos dons é nos conduzir àquele nível de maturidade em que nos tornamos realmente pessoas completas. Esse é, portanto, o ideal da Igreja, estar unida em só uma fé, no pleno conhecimento de Cristo, crescendo, acima de tudo, em amor.

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EU ENSINEI QUE:

Deus nos quer aperfeiçoados, edificados e crescendo com maturidade.

CONCLUSÃO

A verdade revelada no Evangelho de Cristo, unida ao mais sublime dos sentimentos, que é o amor, são os pilares essenciais pelos quais a Igreja, o Corpo, pelo poder do Espírito Santo, se eleva e cresce em tudo, naquele que é a cabeça, Jesus Cristo [Ef 4.15].

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