EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 1° Trimestre De 2023 | Tema: JUÍZES E RUTE – Historias do Passado; Alerta para o Presente | Escola Biblica Dominical | Lição 04- Juízes 8: Gideão rejeita governar e leva o povo a pecar
Texto Áureo
“Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o Senhor vos dominará.” Jz 8.23
Leitura Bíblica Com Todos
Verdade Prática
Precisamos nos manter vigilantes à tentação de tomar para nós a glória de Deus após as vitórias
INTRODUÇÃO
I- RESISTÊNCIAS INTERNAS Jz 8.1-9
1- O contexto Jz 7.24
2– Gideão aplaca a ira de Efraim Jz 8.3
3– A ira de Gideão contra Sucote Jz 8.7
II- GIDEÃO DERROTA MIDIÃ Jz 8.10-21
1– Dois reis capturados Jz 8. 12
2– Vingança pessoal Jz 8.16,17
3– Vingança de sangue Jz 8.18
III- GIDEÃO RECUSA GOVERNAR Jz 8.22.35
1– Recusa formal Jz 8.23
2– Gideão leva o povo a pecar Jz 8.27
3– A morte de Gideão Jz B.33
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
SEGUNDA – Jz 8.1
TERÇA – Jz 8.2
QUARTA – Jz 8.3
QUINTA – Jz 8.5
SEXTA – Jz 8.12
SÁBADO – Jz 8.21
HINOS DA HARPA: 77 – 96
INTRODUÇÃO
Chegamos ao desfecho da história de Gideão. Este capítulo apresenta uma quebra de padrão em relação aos anteriores, demonstrando o constante ciclo de degradação israelita desse período. Após narrar a história de Líderes irrepreensíveis, o autor começa a relatar graves falhas na liderança dos Juízes a partir de Gideão. Pela primeira vez, o povo é levado a pecar ainda durante a vida de seu libertador.
I- RESISTÊNCIAS INTERNAS (Jz 8.1-9)
A tribo de Efraim se mostra descontente por Gideão não tê-la convocado antes para a Batalha. Em contraste, Sucote e Penuel desejariam ser procurados apenas após a vitória estar garantida.
1- O contexto (Jz 7.24). Gideão enviou mensageiros a todas as montanhas de Efraim, dizendo: Descei de encontro aos midianitas e impedi-lhes a passagem pelas águas do Jordão até Bete-Bara. Convocados, pois, todos os homens de Efraim, cortaram-lhes a passagem pelo Jordão, até Bete-Bara.
Na lição anterior, vimos como a estratégia de Gideão e seus soldados provoca a fuga desesperada dos midianitas. Dentre eles, encontram-se quatro príncipes capazes de reagrupar Midiã e organizar um contra-ataque a Israel. Gideão convoca os homens das tribos de Naftali, Aser e seus conterrâneos de Manassés para perseguir os fugitivos. Quando percebe que parte do exército inimigo tentava atravessar o rio Jordão, Gideão envia mensageiros a Efraim, que intercepta e elimina dois de seus príncipes.
2- Gideão aplaca a ira de Efraim (Jz 8.3). Deus entregou nas vossas mãos os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que pude eu fazer comparável com o que fizestes? Então, com falar-lhes esta palavra, abrandou-se lhes a ira para com ele.
Efraim era uma das tribos mais poderosas de Israel e uma das poucas que conseguiu conquistar completamente a sua herança. Dois dos santuários mais importantes de Israel, Betel e Siló, situavam-se em suas divisas. Os líderes de Efraim se sentiram menosprezados porque, a despeito de seu prestígio, Gideão não os chamaria para ajudar na batalha, encarregando-os apenas para barrar o inimigo já fragilizado em fuga.
Gideão conhecia a potência de Efraim, e provavelmente receava que seus homens não aceitariam de bom grado a liderança de um pobre homem de Manassés (Jz 6.15). A forma como foi confrontado pelos homens dessa tribo demonstra que tal receio não era infundado (Jz 8.1). Efraim queria receber as glórias da batalha, o que só prova como Deus estava certo em Juízes 7.2.
Gideão age com diplomacia, exaltando o poderio de Efraim como superior ao de Manassés. Ressalta que ele não havia derrotado nenhum líder midianita, enquanto Efraim derrotara dois (Jz 8.3). Gideão escolhe responder de maneira branda, aplacando o furor e evitando uma peleja militar (Pv 15.1). Jefté, cuja história estudaremos mais à frente, também foi confrontado de maneira semelhante pela tribo de Efraim.
Sua resposta foi bem diferente e o desfecho foi uma guerra civil que resultou na morte de mais de quarenta mil efraimitas (Jz 12.1-6). Fica-nos a lição de como nossas palavras podem resultar em vida ou morte, em bênção ou maldição (Pv 18.21; Tg 3.8-10). Devemos nos esforçar para promover a paz (Hb 12.14).
3- A ira de Gideão contra Sucote (Jz 8.7). Então, disse Gideão: Por isso, quando o Senhor entregar nas minhas mãos Zeba e Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto e com os abrolhos.
Os líderes de Sucote e Penuel, cidades do território de Gade, recusaram-se a ajudar Gideão e seus trezentos homens com pão, provavelmente temendo a vingança de Midiã, caso Gideão fracassasse. O exército de Gideão era de trezentos homens, perseguindo quinze mil midianitas. Duvidaram que Deus poderia livrá-los pelas mãos de Gideão com tão poucos homens, esquecendo-se que Deus acabara de operar uma vitória miraculosa. Mas o que mais surpreende nesse episódio é o contraste entre o comportamento de Gideão com relação ao episódio com os homens de Efraim.
Aqui, ele abandona toda a diplomacia e se deixa dominar pela ira, prometendo uma violenta vingança às duas cidades, por ter zombado dele e lhe negado suporte. A situação parece nos revelar que Gideão tendeu a demonstrar “humildade” diante de uma tribo com expressiva força militar, mas ressentiu-se e irou-se contra cidades sem poder bélico que temiam pela própria segurança e não lhe deram o reconhecimento que ele achava que merecia. Deus nos ensina a sermos mansos e humildes de coração; não só com aqueles que estão acima de nós, mas, principalmente, com os mais débeis na fé (Mt 11.29; Rm 14.1; Fp 2.3,4).
II- GIDEÃO DERROTA MIDIÃ (Jz 8.10-21).
Gideão finalmente derrota os midianitas e liberta Israel da opressão, mas o sucesso revela graves deficiências em seu caráter.
1- Dois reis capturados (Jz 8.12) Fugiram Zeba e Salmuna, por que ele os perseguiu e tornou presos ambos os reis dos midianitas, a Zeba e Salmuna, e afugentou todo o exército.
Os midianitas estavam totalmente desprevenidos, certamente não esperavam que Gideão os perseguisse a tal distância no deserto. O ataque repentino de um pequeno bando de israelitas foi mais uma vez, bem sucedido. Os dois reis foram capturados e todo o exército fugiu aterrorizado e tornado de pânico. Com a captura dos dois últimos reis do povo de Midiã, eliminava -se qualquer chance de reagrupamento ou de contra-ataque.
2- Vingança pessoal (Jz 8.16,17) E tomou os anciãos da cidade, e espinhos do deserto, e abrolhos e, com eles, deu severa lição aos homens de Sucote. Derrubou a torre de Penuel e matou os homens da cidade.
Gideão fez a Sucote e Penuel exatamente como havia dito. Antes, fez questão de jogar em rosto a atitude debochada das duas cidades frente ao seu pedido de ajuda. Gideão executou sua vingança não motivado por uma “ira santa”, por ter o povo duvidado do Senhor. Ele deixou claro que era uma questão pessoal: “Vedes aqui Zeba e Salmuna, a respeito dos quais motejastes de mim?” (Jz 8.15). O sucesso havia subido à cabeça de Gideão. O menor da família mais pobre de Manassés agora tratava com truculência quem ousasse zombar dele (Jz 6.15).
3- Vingança de sangue (Jz 8.18) Depois disse a Zeba e a Salmuna: Que homens eram os que matastes em Tabor? Responderam: Como tu és, assim eram eles; cada um se assemelhava a filho de rei.
Até esse ponto da história, Gideão parece determinado a perseguir os midianitas unicamente a fim de cumprir o chamado de Deus para libertar Israel da opressão de Midiã. Porém, o autor de Juízes agora nos revela que Gideão tinha uma razão pessoal para perseguir os últimos reis midianitas por tão longa distância e sob circunstâncias extenuantes. Zeba e Salmuna eram os responsáveis por matar seus irmãos por parte de mãe.
Agora, presume-se que Gideão marchou com os dois reis de volta até Órfã, sua cidade natal, pois pede que seu primogênito, Jeter, que não estava entre os trezentos valentes e ainda era muito jovem para batalhar, cobre a dívida de sangue executando os reis (Jz 8.20). Importante ressaltar que vingar a morte de um parente era uma prática aceita e com amparo nas leis daquela época (Nm 35.19). M
as Gideão intentou transformar a ocasião num espetáculo de humilhação pública, submetendo o próprio filho a uma situação perturbadora, incentivando-o a violência No fim, desafiado pelo réis, Gideão acaba executando ele mesmo a vingança contra Zeba e Salmuna (Jz 8.21).
III- GIDEÃO RECUSA GOVERNAR (Jz 8.22-35).
Gideão recusou com palavras reinar sobre Israel. Porém, suas atitudes demonstraram que ele ansiava pelo estilo de vida da realeza
1- Recusa formal (Jz 8.23). Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o Senhor vos dominará.
Os israelitas propuseram que Gideão se tornasse seu rei e estabelecesse uma monarquia hereditária (Jz 8.22). Gideão, porém, rejeitou o pedido, dando a entender que sua convicção era que Israel deveria continuar como uma teocracia O Senhor deveria governá-los (Jz 8.23). Alguns comentaristas defendem, porém, que a recusa de Gideão foi apenas uma aceitação disfarçada sob a forma de recusa piedosa, numa tentativa de ganhar a simpatia do povo. Há fortes indícios que reforçam esse posicionamento. Logo em seguida a recusa, Gideão pede uma vultosa recompensa (Jz 8.24).
O povo atendeu prontamente e ofereceu até mais do que foi pedido (Jz 8.26). Estima-se que foram entregues a Gideão de 16 a 30 quilos de ouro, além de vestes e outros enfeites e ornamentos de elevado valor pertencentes à realeza midianita. Na prática, Gideão recusou a responsabilidade de reinar sobre Israel, mas pediu para ser recompensado e tratado como um monarca. Sua casa, a mais pobre de Manassés, agora tornava-se a mais rica de todo o Israel.
Gideão também adotou o costume dos reis de formar um harém.
Ele teve muitas esposas, setenta filhos, além de uma concubina de Siquém, com quem também teve um filho, a quem deu o nome de Abimeleque, que significa “meu pai e rei” (Jz 8.30-31). Isso diz muito sobre a ideia que Gideão tinha de si mesmo. Também revela a proporção de suas riquezas, capazes de sustentar uma estrutura familiar descomunal.
2- Gideão leva o povo a pecar (Jz 8.27). E fez Gideão disso um éfode e pô-lo na sua cidade, em Ofra; e a todo Israel se prostituiu ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e a sua casa.
Para completar, Gideão pegou o ouro que havia pesado e fez um éfode, acessório que fazia parte da vestimenta de um sumo sacerdote e que carregava o Urim e Tumim, pedras usadas para propósitos oraculares (Ex 39.1-26). Ele o pôs em sua cidade natal, numa clara tentativa de fazer de Ofra uma cidade renomada em Israel, na qual o povo pudesse encontrar conselho e direcionamento.
O resultado foi desastroso. Gideão afastou o povo do centro religioso instituído a época em Silo, onde repousava o Tabernáculo (Jz 18.31) e o que era só para chamar a atenção acaba virando objeto de adoração do povo. Israel teve 40 anos de paz, mas durante esse tempo não se voltou a Deus em fidelidade, como das outras vezes (Jz 8.28).
Isso acabou voltando-se contra Gideão e sua casa, pois pela primeira vez, um juiz levantado por Deus, na tentativa de trazer glória para sua casa e para a sua cidade, levava o povo a pecar. É triste ver o homem que destruiu o altar de Baal instituindo um ídolo próprio.
3- A morte de Gideão (Jz 8.33). Morto Gideão, tornaram a prostituir-se os filhos de Israel após os baalins e puseram Baal-Berite por deus.
O ciclo se repete. Assim que o Gideão morreu, Israel voltou a servir a outros deuses. Dessa vez a adora o foca-se em Baal como senhor da aliança (Baal-Berite). Ele deveria presidir os pactos, alianças e contratos. Um templo foi construído em sua honra em Siquém (Jz 9.46). Os últimos versos são um prenúncio do mal que viria sobre a casa de Gideão a partir de Siquém, através da vida de Abimeleque, tema da próxima lição (Jz 8.34-35).
APLICAÇÃO PESSOAL
Consequências desastrosas advém quando buscamos reconhecimento próprio às custas do sucesso que Deus nos proporciona. Nosso desejo genuíno deve ser o de que Cristo cresça e que nós diminuamos.
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RESPONDA
1) Que tribo de Israel queixou-se de não ter sido convocado por Gideão para a batalha? R. Tribo de Efraim
2) Segundo a lição, qual o significado do nome Abimeleque? R. Significa “meu pai e rei”.
3) Qual a cidade natal de Gideão? R. Ofra
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Lições Adultos – EDITORA BETEL
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