EBD – Lição 03: A Mensagem das Bem-Aventuranças | 3° Trimestre de 2022 | BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2022 | TEMA: SERMÃO DO MONTE – A Ética, os Valores e a Relevância dos Ensinos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominica | Lição 03: A Mensagem das Bem-Aventuranças

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.” Salmo 128.1

VERDADE APLICADA

As bem-aventuranças revelam que não há harmonia entre os valores do Reino de Deus e do mundo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar as virtudes que alicerçam a vida cristã.
Destacar as virtudes que tratam da vida prática.
Mostrar o estilo de vida diferenciado do Mestre.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 5

04- Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
05- Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
06- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
07- Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
08- Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
09- Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10- Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Sl 24 O domínio universal de Deus.
TERÇA / Sl 42.1-8 O anelo de servir a Deus.
QUARTA / Mt 11.28-30 O jugo de Jesus.
QUINTA / Lc 10.25-37 A parábola do bom samaritano.
SEXTA / Rm 7.13-25 A luta da carne com o espírito.
SÁBADO / Ap 3.14-22 Exortação à Igreja de Cristo.

HINOS SUGERIDOS 75, 134, 568

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que a Igreja de Cristo pratique o verdadeiro Evangelho.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1– Virtudes que alicerçam a vida cristã
2– O sermão em relação à vida prática
3– Uma vida contagiante e diferenciada
Conclusão

INTRODUÇÃO

As bem-aventuranças nos ensinam claramente como os valores transmitidos por Jesus Cristo são contrários àqueles adotados pelo mundo.

PONTO DE PARTIDA

O padrão de felicidade está em Cristo.

1- Virtudes que Alicerçam a Vida Cristã

Cada bem-aventurança descrita por Jesus é consequência de uma atitude adotada, a qual expressa os valores que norteiam todos os que procuram viver segundo as leis do Reino de Deus [Mt 5.48].

1.1. O alicerce de toda a felicidade. A pobreza de espírito é a principal virtude de todo o ensino das bem-aventuranças. Essa virtude se assemelha a rocha cuja casa é edificada, onde todos os fatores externos podem agredi-la e sequer abalar sua estrutura. Todas as demais se debruçam sobre ela. Essa tradução “pobre de espírito” também é a que dá mais sentido, porque retrata alguém que é vazio, que nada tem, e que vive em total dependência. É isso que Deus deseja ver em Seus filhos. Pessoas autossuficientes não contam com a graça, e, também, não ensinam como somos dependentes de Deus [Pv 16.19; 29.23]. Estamos vivendo um tempo em que as pessoas acostumaram a confiar em si mesmas e na força de seu próprio braço. Por isso, essa é a principal virtude onde as demais repousam [Sl 37.5; Jr 17.5].

Subsídio do Professor: Esta condição é a primeira e mais fundamental que deve ser cumprida para pertencer a Cristo e, portanto, a primeira condição necessária para participar da alegria do Reino de Deus. Aqueles que são pobres em riqueza material estão perfeitamente cientes de suas deficiências. Da mesma forma, as pessoas pobres de espírito também estão cientes de sua carência espiritual, sabem de sua necessidade absoluta de Deus; e, desta forma, eles se abrem para Ele. O resultado desse simples ato de abertura é o dom do reino dos céus [Mt 5.3].

1.2. Consolo para os que choram. Quem nesse mundo nunca chorou? Até Jesus chorou [Jo 11.35]. Infelizmente, vivemos em um mundo onde as pessoas não querem chorar, e para isso vivem de entretenimentos para fugir de suas realidades. As pessoas buscam a felicidade de forma equivocada, pensam que a felicidade oferecida por Cristo é semelhante ao padrão do mundo. Jesus disse que felizes são os que choram. De que choro Ele está falando? Não é qualquer choro. Lembremos que Esaú chorou, mas não houve arrependimento (Hb 12.16-17). Bem-aventurados os que choram pelos próprios pecados (2Co 7.10). Há uma conexão com a bem-aventurança anterior – “pobres de espírito”. A consciência de nosso estado, deve nos conduzir ao quebrantamento e à contrição. Bem como, chorar pelo estado espiritual ou tristeza de outros (Rm 12.15; 2Co 12.21).

Subsídio do Professor: Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram”, e afirmou que serão consolados. Isso é felicidade. É saber que, mesmo não sendo nada, temos um Deus que sempre está pronto a nos receber de volta em Sua presença. Que não há limites quando buscamos Sua face de todo o coração [Jr 29.13]. Quando alguém chega aos pés de Jesus e começa a chorar e a dizer tem misericórdia de mim, crendo nEle, será abençoado com o perdão. Ser consolado é receber todos os benefícios da parte de Deus tanto nessa vida quanto na eternidade.

 1.3. A herança dos mansos. Acerca da mansidão, John Stott comentou: “a condição pela qual tomamos posse de nossa herança espiritual em Cristo, não é a força, mas a mansidão, pois tudo é nosso se somos de Cristo”. Os humildes recebem o reino como recompensa; os que choram recebem consolo, os mansos recebem a terra como herança [Mt 5.5]. Mansidão é a característica de uma pessoa que demonstra autocontrole ou moderação. Um bom exemplo é Moisés [Nm 12.3]. Feliz é o crente que tem todo o impulso e toda paixão natural sob controle e sabe quando deve e quando não deve irar-se [Mt 11.29].

Subsídio do Professor: Ser manso é ter consideração e ser cuidadoso ao lidar com os outros. A mansidão nos ajuda a navegar em nossos relacionamentos com os outros. Ela aparece quando interagimos com as pessoas ao nosso redor, quando determinamos como tratar os outros e quando temos uma compreensão clara de nosso relacionamento com Deus que nos ama e nos desafia a uma vida ausente de orgulho (1Jo 2.16).

EU ENSINEI QUE:

Cada bem-aventurança descrita por Jesus é consequência de uma atitude adotada, a qual expressa os valores que norteiam todos os que procuram viver segundo as leis do Reino de Deus.

2- O Sermão em Relação à Vida Prática

As bem-aventuranças se conectam e em cada particularidade vão conduzindo para altas dimensões aqueles que as praticam.

2.1. Fome e sede de justiça. A fome e sede de justiça a qual Jesus se refere aqui é aquela transformação que acompanha a nova vida do reino, uma fome e sede que não cessa e que flui diariamente de um coração transformado [Mt 5.6; Jo 7.38-39]. Se todos nós estivermos sedentos de justiça, e com fome dessa presença transformadora, seremos consequentemente uma igreja com os valores do primeiro amor, uma igreja voltada para ganhar almas, uma igreja poderosa e avivada.

Subsídio do Professor: Ter fome e sede de justiça é o mesmo que desejar estar bem com Deus, essa é uma sede que todos os crentes deveriam sentir [Sl 42.1-2]. Estando em Cristo, andamos em novidade de vida [Rm 6.4]. Ele morreu nossa morte para que pudéssemos viver Sua vida. Quando temos fome e sede de justiça, nós nos derramamos aos pés do Senhor e imploramos para que Ele nos fortaleça, que tire de dentro de nós todo desejo maligno. Ter fome e sede de justiça é desejar viver um relacionamento correto tanto com Deus, quanto com os demais. Para isso, é preciso ter humildade. Assim vemos como uma bem-aventurança completa a outra.

2.2. Os misericordiosos. Essa bem-aventurança apresenta um novo estágio na vida cristã. Enquanto as anteriores apontavam para uma necessidade que havia dentro de nós, essa começa a falar de uma qualidade que recebemos e precisamos exercer diante daqueles que a necessitam. Ela fala do exercício da misericórdia e isso tem a ver com o caráter cristão. A maioria das pessoas vive tão preocupada com seus próprios sentimentos que não resta tempo nem energias disponíveis para se preocupar com os sentimentos de outros. Essa bem-aventurança nos ensina que feliz é a pessoa que se coloca no lugar de outra, que se compadece, sentindo em si mesma a dor alheia [Pv 14.21; 19.17; Mt 5.7].

Subsídio do Professor: O tema da misericórdia ocupa um lugar fundamental na Bíblia, porque, em Sua grande compaixão, Deus manifesta na vida dos seres humanos falhos e pecadores, as riquezas da “sua benignidade, e paciência, e longanimidade” [Rm 2.4; Sl 25.6-7; Pv 14.21]. Da mesma forma, os compassivos são aqueles que perdoam os culpados e são amáveis com os necessitados e os que sofrem. Em contraste com os líderes religiosos, que eram sem misericórdia, Jesus elogia os misericordiosos e afirma que receberão na mesma moeda a compaixão que expressam para com os outros.

2.3. Os limpos de coração. A Bíblia usa a palavra coração como o centro de nossa vida, revelando-o como podendo ser um manancial de imoralidade e impurezas. Jesus não estava preocupado com o que entrava, Ele afirmou que nada que vinha de fora contaminava o homem, mas com o que saia de dentro dele [Mt 15.19-20; Mc 7.21-23]. É do coração do homem que essas imundícias procedem e a Bíblia não poupa palavras quando afirma que o coração do homem é enganoso [Jr 17.9]. O coração limpo é o que não está dividido. O coração não regenerado é tão volúvel que consegue levar uma pessoa a declarar lealdade a um, quando, na verdade, está servindo a outro [Mt 6.24]. Os limpos de coração são aqueles que amam somente ao Senhor, e somente Ele está no centro de seus corações, esse é o grande mandamento [Mt 12.30].

Subsídio do Professor: O pecado original causou na raça humana algo bem maior do que podemos imaginar. Deixou algo imundo em nossas almas, que precisa ser tratado e vigiado a cada instante para não nos surpreender. O problema humano sempre estará no coração (na alma humana), é dele de onde procedem todas as saídas da vida, ele é enganoso, e não se deve confiar nele [Sl 51.10]. O princípio da pureza do coração está em reconhecer que não somos nada e que dependemos de Deus em tudo o que fizermos na vida. Não podemos viver um Evangelho que Jesus não seja o Senhor de nossas vidas.

EU ENSINEI QUE:

As bem-aventuranças se conectam e em cada particularidade vão conduzindo para altas dimensões aqueles que as praticam.

3- Uma Vida Contagiante e Diferenciada

Encontram-se em destaque, aqui, aqueles que compartilham o mesmo estilo de vida de Seu Mestre. Eles são rejeitados e perseguidos pelo mundo. Mas Cristo os elogia, chamando de bem-aventurados.

3.1. Os pacificadores. Por que os pacificadores são bem-aventurados? Porque eles se destacam, são diferentes dos demais homens e mulheres do mundo. São pessoas possuídas pelo poder do Espírito Santo e pelo caráter de Deus. Todos os problemas humanitários se originam no coração do homem. As guerras surgem porque ninguém quer dar o braço a torcer. O pecado é o causador das discórdias entre pais e filhos, irmãos, casais e nações. Daí a grande pergunta: como trazer paz em um mundo de tantas guerras? A única resposta para isso é: purificando o coração dos homens. É por esse motivo que o mundo precisa de pacificadores, porque são pessoas de uma paz contagiante, uma paz viva que reside dentro de cada um deles [Is 52.7; Mt 5.9].

Subsídio do Professor: Um pacificador teoricamente deve ser um homem de coração limpo. E nesse caso, é complicado afirmar que uma pessoa que ainda não tenha sido transformada e sarada por Cristo, seja capaz de trazer a paz às nações, visto que ela mesma ainda não encontrou essa paz. Nesse caso, o tal só poderá apaziguar (acalmar momentaneamente) e nunca pacificar. O pacificador do qual falamos aqui é aquele liberto do seu eu e liberto dos seus interesses próprios. Que o Senhor envie pacificadores para Sua seara [Rm 10.15].

3.2. Os perseguidos por causa da justiça. Acerca da perseguição, John Stott disse: “Não há dúvida que a perseguição é simplesmente o conflito entre dois sistemas de valores irreconciliáveis”. Essa bem-aventurança fala de perseguição sobre aqueles que exercem a justiça [Mt 5.10]. Alguns cristãos realmente estão sofrendo não somente perseguições, mas até morte, em determinados países onde o Evangelho é proibido. Por outro lado, muitos crentes estão sofrendo hoje, não pela grande obra que pensam estar realizando para Deus, e, sim, por causa de situações que eles mesmos criaram sem a direção de Deus [Pv 6.16-19]. Os que sofrem perseguição por causa da justiça são felizes, e por quê? Porque sabem perfeitamente que a causa da perseguição é o trabalho correto que realizam para Deus.

Subsídio do Professor: Ser bem-aventurado e ser perseguido por causa da justiça significa assemelhar-se ao Senhor Jesus, isso acontece quando tentamos imitá-Lo. O resultado desse processo será a rejeição por parte daqueles que desprezam as coisas sagradas, que profanam a verdade e que não desejam se reconciliar com Deus [Jo 15.18-20]. Ser cristão é ter problemas. Isso acontece porque somos diferentes do mundo.

3.3. Insultados por amor a Cristo. A perseguição sobre os filhos de Deus não é coisa nova. Abel foi perseguido por Caim somente porque oferecia um culto sincero a Deus. Isaque servia ao Senhor numa terra seca e, porque prosperava, foi invejado pelos filisteus e por seu rei [Gn 26.14-15]. Moisés e o povo hebreu foram perseguidos porque eram diferentes. Jeremias foi colocado num calabouço, dentro de uma cisterna, porque falava a verdade de Deus a um povo que se dobrava aos ídolos. Alguns foram serrados ao meio, Elias foi perseguido por Jezabel. Por quê? Porque eles estavam vivendo uma vida com Deus. Esses são os bem-aventurados, e essas perseguições aconteceram por causa da realeza de suas vidas [Hb 11.36-39].

Subsídio do Professor: O tema da perseguição aqui é diferente. A anterior tem como causa a prática da justiça, essa é por causa da intrínseca comunhão com Cristo. Jesus fala profeticamente para Seus discípulos. Mas num todo, essa palavra se aplica a todos aqueles que desejam viver um relacionamento mais profundo com Ele. Cristo fala de um “galardão nos céus”, uma recompensa futura, mostrando a realidade da vida eterna [Mt 5.11-12].

 EU ENSINEI QUE:

Aqueles que compartilham o mesmo estilo de vida do Mestre são rejeitados e perseguidos pelo mundo. Mas Cristo os elogia, chamando de bem-aventurados.

CONCLUSÃO

As bem-aventuranças descrevem o modelo para o viver autêntico dos que respondem ao chamado do Senhor Jesus para serem Seus discípulos e as recompensas tanto presentes quanto futuras reservadas ao povo de Deus [Sl 1.1-3].

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