EBD | 1° Trimestre de 2021 | Lição 02: A Manifestação da Graça de Deus

EBD | 1° Trimestre De 2021 | CPAD – Adolescentes – Tema do Trimestre: Aprendendo com as Cartas |Lição 02: A Manifestação da Graça de Deus

Objetivos

1- Explicar a graça de Deus revelada em Jesus;
2- Analisar a graça no Antigo e em o Novo Testamento;
3- Demonstrar o conceito de graça na epístola aos Romanos.

TEXTO BÍBLICO

Romanos 5.12-21

Destaque

Mas existe uma diferença entre o pecado de Adão e o presente que Deus nos dá. De fato, muitos morreram por causa do pecado de um só homem; mas a graça de Deus é muito maior, e ele dá a salvação gratuitamente a muitos, por meio da graça de um só homem, que é Jesus Cristo. (Rom 5.15.)

LEITURA DEVOCIONAL

Segunda – Tm 1.8,9
Terça – Rm 11.6
Quarta – SI 86.15
Quinta – Êx 33.19
Sexta – Rm 6.23
Sábado – Rm 4.4,5
Domingo – Ef 2.8-10

Material Didático

Professor, para aula de hoje você precisará de uma caixa embrulhada com papel de presente cheia de bombons dentro.

QUEBRANDO A ROTINA

Caro professor, para iniciar a aula de hoje pegue uma caixa de sapato, ou algo parecido, encape-a com papel de presente e encha-a de bombons sortidos. Distribua os bombons gratuita e aleatoriamente para cada aluno e diga-lhes que apesar das faltas, das leituras pendentes das revistas, do atraso, e tantas outras coisas, você resolveu presenteá-los com esses bombons a fim de demonstrá-los que os ama e se preocupa com eles.

Após, pergunte-os o que esse simples ato praticado por você tem a ver com a lição do dia. Conclua dizendo que, apesar de nossa triste condição de pecadores, Deus Pai veio a nosso encontro, na pessoa de Jesus Cristo, para demonstrar seu amor para conosco com a finalidade de nos salvar e nos perdoar da condenação do Pecado. Entretanto, a graça, como um presente, deve ser recebida e cuidada por nós.

ESTUDANDO A BÍBLIA

Prezado professor, não existe nada melhor ou maior que a graça de Deus; ela é o presente mais valioso que o ser humano pode receber na vida. Nenhum bem móvel ou imóvel, durável ou perecível é capaz de produzir o efeito que a graça produz àqueles que são encontrados por ela. Considerando que a graça é aquilo que recebemos sem merecer, devemos entendê-la não como um privilégio ofertado a alguns, mas como uma responsabilidade.

Temos um compromisso de honrar esse Deus que veio ao nosso encontro para nos salvar e nos libertar do império das trevas. Valorize-a e conduza seus alunos no mesmo caminho. Deus abençoe você hoje e sempre!

Não há nada melhor do que olhar para a história e ver a operação e a generosidade da graça de Deus; além de você, ela alcançou e resgatou pessoas como Maria Madalena, Saulo de Tarso, C. S. Lewis, John Stott, Charles Colson, Gunnar e Frida Vingren, Daniel e Sara Berg.

A maravilhosa graça não faz distinção de pessoas. Não há branco ou negro, forte ou fraco, ateu ou crédulo, patrão ou empregado, culto ou ignorante, homem ou mulher, judeu ou gentio, rico ou pobre. Para a graça de Deus o que existe são seres humanos pecadores indesculpáveis, necessitados do amor e da misericórdia de Deus a fim de serem salvos. Então, que tal falar sobre esse valioso presente de Deus dado a nós, sua graça?

O que é a Graça?

Certamente você já cantou, ouviu pregações, recitou poemas, leu textos bíblicos, postou na rede social, e talvez até falou sobre ela para algum amigo; mas ainda assim persiste em sua mente uma intrigante e desconcertante pergunta: afinal de contas, o que significa mesmo a palavra “graça”? Bem, é exatamente sobre esse assunto que iremos conversar.

Entretanto, para início de conversa, é preciso destacar que não podemos falar sobre a “graça” sem tratar do “pecado”, uma vez que “graça” é o que Deus concede aos pecadores. Assim, somente uma compreensão correta sobre o pecado nos dará o devido sentido do significado da graça de Deus revelada em Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo foi enfático ao dizer que “todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus” (Rm 3.23); e radical ao afirmar que: “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Não se engane, pois o pecado mata, destrói e causa separação entre o ser humano e Deus. Logo, não precisa ser inteligente para concluir, que ao invés de amigos, o pecado nos torna inimigos de Deus.

Ou seja, todos nós estávamos espiritualmente mortos por causa de nossa desobediência e alienados em relação a Deus, ao próximo, à natureza e a nós mesmos; condenados a sofrer o castigo eterno de Deus. Entretanto, Ele nos mostrou o quanto nos ama enviando o seu filho Jesus Cristo para morrer pelos nossos pecados na cruz, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8), Assim, a graça nos foi revelada e trouxe salvação (Tt 2.11-14; Ef 2.8-10).

Razão pela qual alguns a definem corretamente não apenas como “favor imerecido” de Deus para nós, mas também como “favor concedido” a pecadores que merecem a ira de Deus. A graça deve ser entendida como algo que vai além de um simples conceito de valor meramente intelectual; ela é uma experiência transformadora, uma presença que comunica vida, é uma pessoa em ação: Jesus Cristo. Como dizia o pastor John Stott, graça “é Deus amando, Deus se humilhando em favor de nós, Deus vindo nos resgatar, Deus se entregando generosamente em Jesus Cristo e por intermédio dele”.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A natureza da Graça: Favor imerecido
A graça, portanto, é um favor imerecido. Aquilo pelo qual trabalhamos é considerado nossa conquista; mas aquilo pelo qual não trabalhamos, não é considerado nossa conquista. Como a salvação vem até nós sem a necessidade de qualquer tipo de obra da nossa parte, concluímos que não nos cabe qualquer mérito nela: a salvação é ‘dom gratuito de Deus’ (Rm 6.23). A graça salvífica de Deus é o favor imerecido que Ele faz por nós.

Algumas pessoas têm contrastado a graça e a misericórdia ao observar que a graça é dar aquilo que não se merece (por exemplo, a salvação), ao passo que a misericórdia é não dar aquilo que se merece (por exemplo, a condenação). Embora o uso bíblico destes termos não esteja, necessariamente, de acordo com esta distinção, esta observação continua sendo bíblica.

Os atos da graça e da misericórdia de Deus representam dois lados do seu amor incondicional por nós (GEISLER. Norman. Teologia Sistemática: Pecado, salvação, igreja, ultimas coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.158).

A Graça no Antigo e em o Novo Testamento

Apesar de o Antigo Testamento estar caracterizado pelo tempo da Lei, ou ao que os estudiosos denominam de “dispensação da Lei”, ao folhearmos as páginas tanto do Antigo quanto do Novo Testamento veremos a graça de Deus se manifestando na vida de pessoas, de famílias e de nações. Considerando a graça como uma demonstração da misericórdia e do amor de Deus pelo ser humano pecador que não merece o seu favor, fica evidente sua efetiva presença no Antigo Testamento.

Afinal de contas, Israel merecia ser escolhida como a nação da promessa, mesmo demonstrando ingratidão, infidelidade e desobediência? O que dizer do mentiroso, enganador e usurpador Jacó? Por acaso ele merecia ser perdoado? E Elias? O profeta do fogo que após a vitória sobre os profetas de Baal e Aserá, no Carmelo, foge e se esconde em uma caverna com medo de uma mulher. Você acha que ele era digno da visitação de Deus para encorajá-lo? Que tal Moisés, o homem que assassinou um egípcio? E o jovem Davi? E Gomer, a esposa infiel de Oseias? Merecia mesmo ser resgatada tantas vezes?

Esses e outros exemplos servem como provo de que o Deus misericordioso atua com graça na vida e na história de pecadores para salvá-los (Ex 33.19; SI 86.15; 14.5.8; Jr 31.2,3). Foi a graça que fez Deus escolher a Israel, a preservar Noé, a perdoar Jacó, a visitar Elias, a convocar Moisés e a oferecer outra chance a uma mulher adúltera.

Apesar de tudo isso, não há como negar que o Novo Testamento, por intermédio da pessoa de Jesus, apresenta a graça de Deus de uma forma mais clara e contundente. Ele representa o que os estudiosos denominam de a “Dispensação da Graça”.

O tempo divino onde o Filho de Deus morreu na Cruz do Calvário a fim de pagar e perdoar os nossos pecados. Razão pela qual o próprio apóstolo Paulo diz que “pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus” (Ef 2.8).

AUXILIO TEOLOGICO

Misericórdia e Graça
Para Paulo, a misericórdia (oiktirmos) e a graça (charis) refletem os aspectos gêmeos do caráter de Deus, e isso resolve o dilema da pecaminosidade da humanidade e a justiça de Deus. Se Deus se caracterizasse apenas pela justiça, todo o mundo seria condenado com razão (Rm 3.19,20). Paulo considera que o povo de Israel é uma boa ilustração do dilema da humanidade. 0 povo, libertado da escravidão no Egito, logo se volta da adoração a Deus para a idolatria […].

No entanto, quando Moisés intercede pelo povo, Deus apieda-se e diz a ele: ‘Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer’ (Ex 33.19). Paulo aponta para esse versículo em uma declaração que resume a solução do dilema da humanidade (Rm 9.15). A misericórdia de Deus, o favor imerecido do Senhor para conosco, fornece o meio de libertação ‘pela redenção que há em Cristo Jesus’ (Rm 3.24). Em última análise, para Paulo, a salvação ‘não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece’ (9.16).

A graça e a misericórdia de Deus tornam-se o fundamento por meio do qual Paulo exorta o povo a se entregar de todo coração ao Senhor e a realizar a vontade dEle. Isso é ilustrado por passagens complementares da epístola para os Romanos. A certa altura, Paulo exorta o povo a entregar os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça […] Porque […] estais […] debaixo da graça’ (Rm 6.13,14).

Depois, ele escreve: ‘Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo’ (12.1). Paulo entende a experiência da salvação, do começo ao fim, como uma expressão da misericórdia e graça de Deus e, como tal, ele incita o povo a responder com fé e obediência sinceras a Deus e sua vontade” (ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 275,76).

A Graça de Deus apresentada em Romanos

A carta de Paulo à igreja que está situada em Roma é a mais longa e doutrinária de todas as cartas do Novo Testamento. Não por acaso, o reformador alemão, Martinho Lutero, a chamava de “a verdadeira obra primado Novo Testamento”. Nela, o apóstolo trata de questões relacionadas à justiça de Deus, à justificação pela fé, o pecado, à graça de Deus, à influência de grupos judaizantes na igreja, à questão entre alguns crentes gentios e judeus em relação à dieta de alimentos, à posição de Israel diante de Deus considerando sua rejeição ao Messias.

Ao iniciar sua carta, nos três primeiros capítulos, o apóstolo argumenta de forma doutrinária que a humanidade precisa desesperadamente da graça de Deus para viver, caso contrário, ela será alvo do justo juízo do Deus eterno. Ele anuncia a má notícia de que o ser humano está separado de Deus por causa do pecado, que segundo o escritor Max Lucado “não somos suficientemente fortes para removê-lo, e não somos bons o bastante para apagá-lo”.

Embora distantes de Deus, ainda assim os pecadores não pedem sua ajuda nem seu auxílio, demonstrando então, dureza de coração. Por isso, Paulo diz que eles buscam satisfazer suas próprias paixões (1.21-25); vivem monitorando o próximo, como se fossem juízes (2.1-6); e se acham dignos de algo devido aos seus próprios méritos (2.17-24). Não tem jeito, todos pecaram!

Em meio ao caos descrito acima, o apóstolo faz ecoar o grito da graça, a boa notícia de Deus aos pecadores: “agora Deus já mostrou que o meio pelo qual ele aceita as pessoas […] [é pela] fé que elas têm em Jesus” (3.21,22). Essa boa notícia nos diz que podemos ser aceitos pelo Pai e tornados justos pela fé em Cristo; tendo paz com Deus e uma nova vida de lealdade e serviço ao Senhor, pois se por um homem (Adão) entrou o pecado e a morte no mundo, por outro homem (Jesus) entrou a graça e a vida.

AUXILIO TEOLÓGICO

A Relação entre a Graça e a Ira
Portanto, a rejeição da graça provoca a ira, e sua aceitação gera a salvação. Como já vimos, a exemplo de uma pessoa que se coloca debaixo de uma grande queda d’água como as de Foz de Iguaçu, ou do Niágara, com uma xícara virada de cabeça para baixo, o vazio vem de rejeição da graça que é copiosamente derramada sobre a pessoa.

Por meio de um simples ato de arrependimento (do ato de virarmos a “xícara” da alma com o lado certo para cima), poderemos receber as bênçãos que sobre nós são derramadas pelo copioso fluxo do amor de Deus. (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Pecado, salvação, igreja, últimas coisas. Rio de Janeira: CPAD, 2010, p. 159)

Recapitulando

É maravilhoso estudar e aprender um pouco mais sobre a graça de Deus, pois ela é a fonte de nossa salvação. Sem a graça nossa vida seria uma eterna desgraça. Como foi possível observar, a graça tem deixado sua assinatura na história da humanidade; alcançou e continua a alcançar pecadores que mereciam nada além da justa punição pelos seus pecados.

O tempo não diminuiu sua Força, o pecado não a invalidou, peto contrário, onde ele aumentou, a graça abundou muito mais. Ela não é restrita ao presente, nem tão pouco condenada ao passado; ela é sempre atual, contagiante, viva e operante. Que o Deus da graça faça aumentar sua graça em nós. Pense nisso!

Refletindo

1. Qual a relação entre graça e pecado?
Não se pode falar sobre “graça” sem tratar do “pecado”, uma vez que a graça é o que Deus concede aos pecadores.

2. Como você definiria a graça de Deus?
Um presente a quem não merece.

3. Qual foi a má e a boa notícia dada por Paulo aos Romanos?
A má noticia diz que o ser humano está separado de Deus por causa do pecado; a boa notícia diz que podemos ser aceitos por Deus e tornados justos pela fé em Cristo.