Lição 9 Recebendo o Reino Do Céu Com Menino [EBD Betél]

Recebendo o reino do céu como menino|Lição 9 Bétel |3° Trimestre de 2019 Escola Dominical

 

TEXTO ÁUREO

“Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele”. Mc 10.15

VERDADE APLICADA

 

Participam do Reino de Deus aqueles que, como crianças, confiam e são humildes e submissos ao Senhor Jesus Cristo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Lc 18.15 – E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse; e os discípulos, vendo isto, repreendiam-nos.

Lc 18.16 – Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus.

Lc 18.17 – Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele.

Mc 10.16 – E, tomando-os nos seus braços e impondo-lhes as mãos, os abençoou.

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INTRODUÇÃO

Lucas registra a preciosa narrativa de Jesus abençoando os meninos que a Ele foram conduzidos. Nesta lição teremos uma ideia do amor de Jesus pelas crianças, como elas pontilharam o seu ministério, trazendo-nos preciosas lições.

1. DEIXAI VIR A MIM OS MENINOS

Os meninos foram levados a Jesus para serem abençoados por Ele. Isso aconteceu, de acordo com o evangelho de Lucas, dentro de um contexto bem difícil. Pois, Jesus se dirigia a Jerusalém pela última vez, quando, a seguir, seria crucificado. Vemos que, mesmo sob intensa pressão, não deixou de demonstrar amor para com as crianças.

1.1. Dignos da atenção de Jesus

Conduzir as crianças aos rabinos para serem abençoadas por eles era uma prática comum em Israel, e eles os abençoavam. Mesmo num tempo em que ninguém gostava de dar atenção a crianças, exceto alguns pais e adultos carinhosos por natureza, Jesus reservou Seu tempo para dar-lhes atenção. Eis um texto propício para os nossos dias tão cheios de preocupações e atividades, pois faz-nos lembrar da importância de os pais investirem tempo, também, para conduzirem seus filhos a Jesus Cristo a fim de serem abençoados. O cuidado com os filhos deve incluir a tarefa de fazê-los discípulos de Cristo.

Subsídio do Professor: Várias explicações têm sido apresentadas para o fato de os discípulos tentarem impedir e protestarem contra os adultos que estavam trazendo as crianças a Jesus: 1) Preocupação quanto à canseira de Jesus; 2) As crianças eram jovens demais para se dedicarem de modo responsável. Ou seja, não tinham idade para poderem suportar sobre si o jugo da Lei; 3) Estavam focados na obra de estabelecer o Reino e as crianças não tinham poder político algum. Seja qual for o motivo, o certo é que o próprio Senhor as chamou a si, repreendeu os discípulos, tomou-as “nos seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou” (Mc 10.16).

1.2. Jesus abençoa os meninos

“E traziam-lhe também meninos, para que ele lhes tocasse”, esta é a descrição de Lucas deste acontecimento (Lc 18.15). Este tocar é a maneira própria de abençoar. No evangelho de Mateus, encontramos outros detalhes acerca deste abençoar: “Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos e orasse” (Mt 19.13). É provável que os discípulos, ao tentarem impedir que as crianças se aproximassem, não fizessem por mal, apenas tinham a intenção de preservar o Mestre, tão ocupado e com tantas outras demandas. Contudo, Jesus disse: “Deixai vir a mim os meninos e não os impeçais”.

Subsídio do Professor: Ao refletir sobre o fato de Jesus abençoar as crianças, impondo-lhes as mãos e orando por elas, percebemos o valor que Ele as dava. Este valor ainda permanece em nossos dias, em que cada vez mais, infelizmente, são maiores os estímulos para não gerar e a prática do aborto. Por outro lado, muitos veem as crianças como um fardo, como um empecilho ao bom relacionamento do casal, caracterizado pela síndrome de Peter Pan (não amadurecem; não aprenderam a crescer). Os pais hoje procuram o máximo ficar sem as crianças, enviando-lhes para escolas, cursos, etc. Isso é muito preocupante.

 

1.3. Jesus toma as crianças nos braços

Além do toque abençoador, o texto nos mostra um toque afetivo do Senhor Jesus. O que demonstra que não foi algo mecânico, destituído de sentimento, para se ver logo livre dos meninos. Ao contrário, foi um gesto revestido do Seu amor pelo ser humano, a quem ama desde a sua tenra idade (Mc 10.13-16). Há lugar nos braços de Cristo para os considerados insignificantes, desprezados ou marginalizados. Esta é uma das marcas do evangelho de Lucas: o Evangelho é universal. Esse universalismo inclui as crianças. O Seu amor alcança as crianças. Enfim, o amor divino promove o ser; e não humilha, escraviza e nem é indecente, destruindo o ser em sua meninice. Assim como Jesus, amemos e protejamos as nossas crianças.

Subsídio do Professor: É preciso refletir sobre o que está acontecendo neste tempo com muitas de nossas crianças brasileiras. Levantamento da Fundação Abrinq, divulgado em abril de 2018, revelou que 40% das crianças no país vivem na pobreza e 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos. Cerca de 70% das crianças que precisam de creche no Brasil não tem acesso ao serviço (fonte: globo.com).

2. AS CRIANÇAS NO MINISTÉRIO DE JESUS

Crianças estavam em toda a parte aonde quer que Jesus fosse. Desse modo, em vários momentos elas tomaram parte do ministério de Jesus. Há relatos de crianças, adolescentes e jovens sendo abençoados, curados, libertos, ressuscitados, etc.

2.1. Contempladas por Jesus

Na língua grega há várias expressões para a palavra criança, admitindo vários significados: “criança”, “infante”, “menor”, “jovem”, entre outros. As crianças se igualam nas mesmas necessidades espirituais dos adultos. Em vários textos bíblicos há relatos de pais buscando a Jesus em favor de seus filhos. Foram casos de libertação de espíritos imundos (Lc 9.37-42; Mt 15.21-28; Mc 7.24-30); cura de enfermidades (Jo 4.46-53); e ressurreições, como da filha de Jairo (Lc 8.40-56). As crianças eram usadas em ilustrações de suas mensagens (Lc 7.32); e demonstrativamente em seus ensinos, tornando-os mais enfáticos (Lc 9.46-48). As crianças foram assistidas pelo ministério do Senhor integralmente. Portanto, a Igreja não pode deixar de alcançar também as crianças nas diversas atividades promovidas.

Subsídio do Professor: O Pr. Ronan Boechat de Amorim escreveu: “É o que ensinamos hoje às nossas crianças com nossas palavras e sobretudo com nossa conduta e testemunho, que vai marcar que tipo de pessoa, cristão e igrejas elas serão. O futuro se constrói agora. E pelo nosso trabalho e cuidado com nossas crianças podemos ter uma ideia do tipo de igreja que somos e do tipo que seremos amanhã”.

2.2. Dignas de apascentamento

O termo “apascentar” (1Pe 5.2), no grego, significa “cuidar como um pastor”, “alimentar”, “orientar”, entre outros. Portanto, as crianças também necessitam ser apascentadas. O próprio Cristo as chamou e ordenou que não fossem impedidas de ir a Ele. Quanta responsabilidade dos pais, professores e pastores: “não impedir”, ou seja, não dificultar ou impossibilitar. Portanto, faz-se necessário uma constante revisão em nossas atividades para não esquecermos que as crianças também necessitam de alimento da Palavra e orientação espiritual adequados à idade.

Subsídio do Professor: É importante entendermos a visão do Senhor Jesus Cristo no que tange ao ministério infantil. As crianças fazem parte do rebanho do Senhor, assim como os adultos. Quem acha que crianças são apenas despesas financeira não está enxergando o lucro que representa para o Reino de Deus num bairro ou cidade o investir em crianças.

2.3. Os discípulos são chamados de pequeninos

O que Jesus tinha em mente ao chamar Seus discípulos de pequeninos? Em Lucas 10.21, vemos Jesus agradecendo ao Pai por ter revelado as verdades acerca do Reino de Deus às “criancinhas” (gr. nepios) – metaforicamente, um bebê, alguém sem esclarecimento, simples (Mt 11.25). São os humildes, em contraste com os exaltados e que se acham autossuficientes. Noutra ocasião, Jesus advertiu seriamente aos que tentassem derrubar ou fizessem tropeçar um dos Seus pequeninos crentes (Mc 9.42). As crianças possuem qualidades que ilustram muito bem como os seguidores de Cristo devem ser.

Subsídio do Professor: Craig S. Keener comentou sobre Lucas 10.21: “As palavras de Jesus aqui talvez soassem ofensivas a pessoas como os escribas, que se dedicavam com afinco ao estudo da Lei. Entretanto, o tema da exaltação divina dos humildes é comum nos profetas do Antigo Testamento”. Evidente que este versículo não é uma reprovação quanto ao estudo e dedicação em conhecer as Escrituras, mas deve servir de um alerta para nos mantermos plenamente conscientes de nossa completa dependência de Deus, inclusive para compreendermos as Sagradas Escrituras. 

3. RECEBENDO O REINO COMO UM MENINO

O Reino de Deus é uma herança que Ele deseja compartilhar com todos. Mas há coisas que precisamos entender e fazer para que possamos nos tornar herdeiros dessa dádiva divina. A criança é uma figura que retrata perfeitamente as qualificações que o Pai Celestial requer de nós, para que desfrutemos dessa herança (Mt 18.2-4; Lc 18.17).

3.1. Confiança

A maioria das crianças traz consigo naturalmente uma impressionante confiança. A não ser que lhes aconteça algo negativo, elas continuam assim, crédulas. Alguns dizem que é ingenuidade, outros imaturidade e ainda outros consideram ridícula tal característica. A confiança, porém é inerente à criança. Foi o Criador quem a fez assim. No Salmo 125.1 encontramos a expressão “os que confiam no Senhor”. No hebraico a palavra “confia” admite algumas interessantes ideias, perfeitamente aplicáveis a esta característica das crianças: “seguro”; “expressa o sentimento de segurança e proteção”. Importante lembrarmos como uma criança demonstra estas características quando está nos braços da mãe ou do pai. Que o Espírito Santo nos ajude a descansarmos confiantemente no Senhor, pois Ele cuida de nós.

Subsídio do Professor: A confiança é uma característica essencial da vida cristã para a nossa entrada e permanência no Reino de Deus. Ela é a ponte que nos liga a Jesus Cristo e nos conecta com Deus. Sem uma fé pueril, essas coisas não serão alcançadas.

3.2. Humildade

Há dois grandes exemplos de humildade nas Escrituras: as crianças e o próprio Cristo. No Mundo Antigo, a humildade e a mansidão não eram virtudes desejáveis para os grandes dessa terra. Jesus, porém, apontou a humildade como uma grande virtude daqueles que almejam o Reino de Deus. Crianças são simples, o que é o oposto da soberba. A humildade conduz o homem à grandeza diante de Deus, pois o próprio Jesus “não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6-7).

Subsídio do Professor: H. L. Ellison comenta sobre Mateus 18.1-5: “Deus é tão grande que quaisquer diferenças ou hierarquia no seu reino precisam apagar-se na insignificância quando vistas à luz dele. Além disso, a escala de valores dele é tão diferente da do homem que para ele o ato de receber uma criança pode ser equiparado a receber Jesus”. Alguns acreditavam que o reino seria estabelecido por meio de armas, porém não imaginavam que seria por intermédio da atitude de tornar-se dependente como uma criança.

3.3. Submissão

A conversão sincera e a humildade conduzirão a submissão a Deus, como um menino. Jesus disse: “Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos… aquele que se tornar humilde como este menino” (Mt 18.3-4). Um bom menino, conservado das influências malévolas, não tem problemas com submissão à autoridade. Para herdar o Reino de Deus, é preciso ser obediente ao Pai Celestial. Caso contrário, poderemos até ter práticas religiosas, mas o nosso coração estará longe de Deus. Nos dias do Senhor Jesus, muitos vinham para ouvi-Lo e O louvavam por Suas palavras e obras, porém os seus corações estavam distantes dEle (Mt 15.8; Is 29.13). Devemos não apenas ser ouvintes da Palavra de Deus, que tanto nos abençoa, devemos antes ser praticantes daquela que nos traz ânimo, refrigério e força para viver segundo Cristo.

Subsídio do Professor: C. Brown comenta sobre a expressão “porque dos tais é o reino de Deus” (Lc 18.16-17): “O termo tais pode sugerir estas, e outras pessoas que, sem serem literalmente crianças, participam das características das crianças (…) Ao invés de insistir que os homens sejam maduros o bastante para se decidirem de modo responsável, Jesus diz que, em certo sentido, o oposto é a verdade. A razão porque o reino pertence às crianças (…) acha-se justamente na sua condição objetivamente incapaz”. Tal condição, espiritualmente reconhecida, conduz-nos a uma plena e sincera confiança, humildade e submissão ao Senhor.

CONCLUSÃO

Quão maravilhoso é refletir sobre o amor de Jesus pelas crianças. Sentimo-nos, assim, amados, pois já fomos crianças e, mesmo como jovens e adultos, Ele continua a nos amar e proteger. É, porém, imperioso que o sirvamos de coração e com atitudes que demonstrem que pertencemos ao Seu Reino.

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