EBD Revista Editora Betel | 1° Trimestre De 2025 | TEMA: MOVIMENTO PENTECOSTAL – A Chama do Espirito que Continua a incendiar o mundo. | Escola Biblica Dominical | Lição 05: O Pietismo – Reavivando o Coração Através da Devoção Pessoal
TEXTO ÁUREO
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”, 1 Timóteo 4.16
VERDADE APLICADA
Devemos nos manter dependentes da ação do Espírito para que a Sua chama não se apague em nossa vida até que Cristo venha.
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OBJETIVOS DA LIÇÃO
Compreender o surgimento do pietismo.
Identificar as ideias do pietismo
Ressaltar a essência das nossas raízes teológicas.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
HABACUQUE 3
1 Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto.
2 Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.
3 Deus veio de Temã, e o Santo, do monte de Parã. (Selá) A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
4 E o seu resplendor era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
5 Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Is 11.2 O espírito de sabedoria e de entendimento.
TERÇA | Mt 28.19 A missão evangelizadora da Igreja.
QUARTA | Mt 28.20 A missão de ensinador da Igreja.
QUINTA | Mc 16.15-20 A Igreja e a evangelização.
SEXTA | At 2.1-4 A Igreja cheia do Espírito Santo.
SÁBADO | 1Ts 4.7 Deus nos chamou para a santificação.
HINOS SUGERIDOS: 1,5, 15
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que as igrejas não se afastem das verdadeiras doutrinas bíblicas.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- O surgimento do pietismo
2- A convocação para uma segunda Reforma
3- Nossas raízes teológicas
Conclusão
INTRODUÇÃO
O pietismo teve uma influência abrangente, principalmente no pentecostalismo nos Estados Unidos e na Escandinávia, com foco maior na Suécia e na Noruega. Essa influência está presente também nas raízes teológicas das Assembleias de Deus no Brasil.
PONTO PARTIDA – Devemos buscar ao Senhor
1- O surgimento do pietismo
A história da Igreja foi marcada pelo surgimento de novos movimentos, que transformaram as sociedades. Dentre esses movimentos, podemos ressaltar o pietismo, que surgiu nos fins do século XVII como resposta ao autoritarismo da igreja oficial luterana.
1.1. As ideias da reforma pietista. O enfraquecimento religioso, a frouxidão moral e as permanentes disputas teológicas entre os luteranos e os calvinistas fez com que surgisse um novo movimento de renovação, que logo ficou conhecido como pietismo. Esse movimento religioso originou-se no luteranismo, que estimava as experiências individuais. Para o pietismo, a vida piedosa deveria ser refletida em todas as ações do cristão. O movimento defendia a renovação da piedade com base em um retorno subjetivo e individual ao estudo da Bíblia e à oração.
Geoval da Silva (2010, p. 17): “Os ideais da reforma propostos pelo movimento pietista possibilitaram renovado entendimento e prática do cristianismo. Essa nova prática reforçava o sacerdócio universal de cada crente, já enfatizado na reforma protestante de Martinho Lutero. Para o pietismo, a prática do cristão deveria estar diretamente relacionada à formação pastoral. Spener propunha uma reforma dentro da Igreja a partir de pequenos grupos de leitura da Bíblia, oração e fortalecimento do testemunho cotidiano dos crentes e uma formação pastoral que possibilitasse ao pastor um testemunho de fé em sua prática diária. Para o pietismo, a prática do cristão deveria estar diretamente relacionada à formação pastoral. Esta se relacionava à vida piedosa, que deveria refletir-se em todas as ações dos cristãos’.
1.2. O Resgate da Reforma. O movimento pietista buscava promover uma espiritualidade mais profunda e pessoal, enfatizando a importância da experiência individual com Deus. Ele procurava superar divisões e hierarquias dentro da sociedade e da igreja, promovendo uma comunhão universal entre os crentes. Essa abordagem visava unir as pessoas em torno de valores espirituais e éticos, independente de suas origens sociais ou de seu status.
Earle E. Cairns (1988, p. 327): “Bem diferente do misticismo da luz interior foi o movimento pietista da Alemanha, surgido como uma correção evangélica para a ortodoxia fria da igreja luterana do século XVII. O pietismo acentuava um retorno subjetivo e individual ao estudo bíblico e à oração. A verdade bíblica se manifestaria diariamente numa vida de piedade, a leigos e a ministros indistintamente. O pietismo provocou um novo interesse pelo estudo, discussão da Bíblia e aplicação dela à vida diária e no cultivo de uma vida pia. A ênfase recaia sobre a função do Espírito Santo como iluminador da Bíblia e sobre as boas obras como expressão da verdadeira religião. Infundiu-se um novo vigor espiritual na Igreja Luterana’.
1.3. O pai do pietismo. Philipp Jakob Spener (1635-1705), teólogo luterano alemão, denunciou os abusos na igreja e a falta de conhecimento bíblico dos crentes em sua obra Pia Desideria, de 1675. Nela, Spener propunha um programa abrangente de Reforma para a Igreja Luterana. Assim iniciou-se o movimento pietista, que defendia um intenso aperfeiçoamento da piedade na essência luterana. Predominava em sua teologia a priorização das Escrituras em lugar dos credos, a procura da santificação, a defesa da doutrina que tem a Bíblia como a única referência de fé, o conhecimento religioso aprofundado e a preocupação com o desenvolvimento espiritual.
Isael de Araújo (2007, p. 586): “O pietismo teve como seu fundador Philipp Jakob Spener (1635-1705), com a sua obra Pia Desideria (1675), apoiado por August Hermann Francke (1663- 1727), Johann Albrecht Bengel (1687- 1752) e Gottfreid Arnold (1660-1714). Principais características do pietismo:
1) afirmavam a possibilidade de uma experiência pessoal com Deus, começando pelo “novo nascimento” por meio do Espírito Santo;
2) a insistência em que a experiência com Deus tem implicação direta quanto à maneira pela qual o crente pode viver (santificação);
3) os requisitos de uma comunidade que sempre compreenda a si mesma com uma postura contra o contexto social maior;
4) cronologicamente, a designação da confluência particular dessas preocupações como posterior ao desenvolvimento da ortodoxia confessional e anterior ao Iluminismo; e
5) uso quase exclusivo do termo para grupos protestantes, embora ideias e ênfases comuns sejam encontradas entre os cristãos ortodoxos e católicos romanos”.
EU ENSINEI QUE:
O movimento pietista buscava promover uma espiritualidade mais profunda e pessoal, enfatizando a importância da experiência individual com Deus.
2- A convocação para uma segunda Reforma
Em 1675, Spener publicou o livro intitulado Pia Desideria (“Desejos Piedosos”), cujo título deu origem ao termo “pietista’. A obra é composta por três partes, nas quais expõe o pensamento do movimento, que desejava reparar a vida da Igreja. Assim, Spener procurou fazer uma avaliação das condições da igreja Luterana e a convocou para uma segunda Reforma.
2.1. A decadência espiritual da Igreja Luterana. Apoiando-se na ideia de que a Igreja Luterana, em sua teologia, estava se afastando muito da realidade e da incumbência da Igreja, surgiu o movimento pietista. Esse movimento avivalista difundiu a fé protestante em muitas partes do mundo; pois, para os pietistas, a Igreja Luterana tinha adotado práticas não bíblicas. Isto é, a igreja passou a admitir algumas doutrinas e tradições que eram conflitantes com os princípios da Reforma Protestante.
Roger Olson (2001, p. 488): “No século pós-Reforma, o cristianismo luterano na Alemanha entrou em um estado de letargia espiritual, moral e teológica. É claro que havia exceções notáveis. De modo geral, porém, o cristianismo autêntico era identificado como correção doutrinária e sacramental. Exemplo notável dessa tendência foi o aumento da crença na regeneração batismal. […] O pietismo foi o movimento que surgiu no contexto da ortodoxia luterana, que muitos pietistas chamavam de ortodoxia morta: Para eles, pelo menos, ela não revelava nenhuma vida espiritual real. Queriam identificar o cristianismo autêntico em termos da experiência genuína da transformação interior pelo Espírito de Deus”.
2.2. Conde Nicolau Ludwig Von Zinzendorf. O avivamento do movimento pietista ultrapassou as fronteiras e alcançou um grupo de exilados da Boêmia, cuja origem remonta à obra do pré-reformadores João Huss, martirizado em 1415. Em 1722, Zinzendorf convidou esse grupo para se estabelecer em uma de suas propriedades na Saxônia. Posteriormente, esses irmãos, por conta da origem, passaram a ser identificados como “moravianos’: Na verdade, é quase impraticável pensar numa missiologia ou teologia da missão sem considerar o papel do Conde Zinzendorf, apontado como a figura mais importante da história da espiritualidade cristã do século XVIII.
Eddie Hyatt (2021, p. 126): “O conde Zinzendorf era um cristão comprometido, a quem em contemporâneo descreveu como uma das personagens mais extraordinárias que apareceram na igreja de Cristo desde o período da reforma. Zinzendorf foi criado por pais pietistas e influenciado pelos líderes do movimento pietista. […] Zinzendorf transformou os morávios num corpo eclesiástico, com anciãos e pastores, encorajando-os a pedir a Deus pelo derramamento gracioso do seu Santo Espírito’.
2.3. A missiologia moraviana. Os morávios defendiam que divulgar os ensinamentos contidos no Evangelho aos perdidos é dever de toda a Igreja e não somente de determinada sociedade ou de alguns indivíduos. Esse pensamento levou o Conde Nicolau Ludwig Von Zinzendorf, ao assumir a liderança espiritual dos morávios, a transformar o grupo em um grande centro de preparação e envio de missionários, o que acabou influenciando muitos movimentos na Europa e no mundo. John Wesley foi um dos que foram influenciados por esse movimento.
Gilmar Chaves (2017, p. 178): “O avivamento dos morávios começou com uma dinâmica de oração de 24 horas diárias e de pregação e ensino ininterrupto da Palavra de Deus. Naquelas reuniões, inúmeras pessoas receberam o chamado missionário para várias partes do mundo, inclusive para o Continente Americano, África, Índia e outros países. O despertar missionário moraviano sacudiu o mundo’:
EU ENSINEI QUE:
O movimento Pietista avivalista difundiu a fé protestante em muitas partes do mundo.
3- Nossas raízes teológicas
A identidade das raízes teológicas das Assembleias de Deus surgiu com o DNA dos movimentos de renovação e avivamento. Entre esses movimentos, temos o pietismo, considerado por alguns estudiosos como, depois da Reforma Protestante, o mais relevante na história do cristianismo.
3.1. A influência pietista no avivamento norte-americano. Descortinando a História, podemos ver que, entre os grandes movimentos que inflamaram o avivamento norte-americano, na conjuntura do século XVII, destaca-se o pietismo. Esse movimento pregava que o homem interior deveria ser edificado, regenerado e equilibrado; para, assim, tornar-se um agente de mudança.
Isael de Araujo (p. 586, 2007), comentando sobre a influência do pietismo europeu no pentecostalismo nos EUA: “O pentecostalismo nos Estados Unidos foi influenciado pelo pietismo surgido na Alemanha no século 17. Os pentecostais norte-americanos, no fundo, articularam o foco central do pensamento pietista. Sua principal influência refletida no pentecostalismo norte-americano foi seu papel no metodismo e nas articulações de Keswick” O chamado Movimento de Keswick era formado por convenções realizadas naquela cidade inglesa, as quais enfatizavam a vida cristã aprofundada ou a vida superior.
3.2. A influência americana e escandinava no avivamento brasileiro. A história do pentecostalismo brasileiro passa pelo avivamento nos Estados Unidos, onde estavam os pioneiros suecos das Assembleias de Deus no Brasil, Vingren e Berg. Além deles, também exerceram influência no Brasil os missionários enviados pelos EUA e as diversas obras literárias doutrinárias aqui publicadas. Mesmo assim, talvez no início do século XX, a maior influência tenha sido do pietismo escandinavo (sueco-norueguês), que dava forte ênfase à vida espiritual. Para Gutierre Fernandes, no artigo As origens pietistas da Assembleia de Deus do Brasil, houve ainda outras heranças escandinavas, como: a forte ênfase na observação de usos e costumes, principalmente nas primeiras sete décadas do século XX; a prática de saudar com a “paz de Deus” ou a “paz do Senhor”; e a prática da confissão pública de pecados nos cultos de celebração da Ceia do Senhor.
Bispo Oídes do Carmo (2022, p. 6): “O começo do ministério assembleiano no Brasil ocorreu através de dois homens cheios do Espírito Santo. A história mostra que os missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a solo brasileiro após receberem uma palavra profética, enquanto estavam nos Estados Unidos, de que deveriam ir ao Pará [Mc 16.15; At 13.2]. Para melhor entendermos essa convocação divina, esses homens nem sequer sabiam onde esse lugar ficava. Diante desta profecia, eles recorreram a um mapa-múndi e viram que se tratava de uma cidade no norte do Brasil’.
3.1. As marcas pietistas nas Assembleias de Deus. A partir dos registros de W. Walker (1981), é possível identificar várias características presentes nas raízes das Assembleias de Deus no Brasil, como:
(a) a importância do sentimento na experiência cristã;
(b) a participação dos leigos na edificação da vida cristã;
(c) a ênfase na atitude ascética com referência ao mundo;
(d) o grande interesse pela leitura da Bíblia;
(e) a ênfase na transformação espiritual; e
(f) o forte impulso missionário.
É preciso aproveitar a reflexão sobre este movimento impactante na história da Igreja para prosseguir clamando ao Senhor, buscando e ansiando mais do Senhor, do Seu amor e da Sua graça, como expressou o salmista: “Eu quero mais e mais de Cristo. Eu quero mais do Seu poder. Eu quero mais da sua presença. Eu quero mais do Seu viver”, Sl 42.1,2.
Donald Dayton (2021, p. 72): “O pietismo, que de certa forma tem sido negligenciado, também pode ser uma frutífera fonte na busca das raízes do pentecostalismo. (…) quando tratamos da doutrina da cura divina, veremos também como o pietismo exerceu um importante papel na evolução da doutrina”:
EU ENSINEI QUE:
A identidade das raízes teológicas das Assembleias de Deus surgiu com o DNA dos movimentos de renovação e avivamento.
CONCLUSÃO
Que o estudo desta lição contribua para uma sincera e necessária reflexão sobre a vivência cristã. Como somos alertados nas Escrituras, à medida que se aproxima a vinda do Senhor, a frieza e a indiferença tendem a se intensificar, alcançando muitos corações e mentes (Mt 24.12; Ap 3.16-19). Que o Espírito Santo continue a aquecer o coração de cada membro do Corpo de Cristo: “Não extingais o Espírito, 1Ts 5.19.
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