EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 4° Trimestre De 2025 | TEMA: Filipenses, Colossenses e 1 e 2 Tessalonicenses – Cartas para a Vida Cristã | Escola Biblica Dominical | Lição 04: Filipenses 4 – A Vida Cristã Triunfante e Grata
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Filipenses 4 há 23 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Filipenses 4.1-23 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. Olá, professor(a)! Este estudo nos leva para as despedidas de Paulo e para suas últimas exortações. Ele pede que os irmãos prossigam firmes, resistentes na estrada que nos leva a Jesus. Na sociedade relativista em que vivemos, os valores bíblicos são duramente criticados, mas isso não deve nos desanimar. Também não devemos polemizar ou promover radicalismos. Ao invés disso, sejamos diligentes no que interessa ao Evangelho e moderados no trato com todos. Mostre aos alunos que a constante oração nos livra da ansiedade e nos enche da paz que o próprio Deus nos concede. Sejamos firmes, mas nunca ansiosos; zelosos uns pelos outros e pelos pastores fiéis, como o foram os filipenses em relação a Paulo.
OBJETIVOS
Compreender os riscos do relativismo e do radicalismo;
Reconhecer a oração como meio para resistir à ansiedade;
Assumir o compromisso de zelar uns pelos outros.
PARA COMEÇAR A AULA
Utilize um controle remoto (ou apenas uma figura para que todos visualizem) e pergunte a todos: o que você mudaria no mundo se pudesse fazer isso apenas apertando um botão? Depois de ouvir algumas respostas, pergunte: E se Deus preferisse mudar algo dentro de você? Conclui dizendo que a mudança no nosso interior interessa mais a Deus e que a oração é o meio pelo qual gozaremos da paz em meio à humanidade marcada pela ansiedade.
LEITURA ADICIONAL
A GRATIDÃO DE PAULO PELA OFERTA ENVIADA. Mais uma vez temos o privilégio de sentir toda a vitalidade de uma carta de Paulo. Ela não constitui apenas um tratado doutrinário em forma de carta. Em toda a carta está em jogo a vida inteira da igreja, que liga de forma indissociável o conhecer e o crer, a ação e a esperança. Paulo e os receptores da carta estão interessados na existência real, não no âmbito especial “religião”, embora evidentemente sejam “santos” em toda essa existência. Por isso o final da carta é somente o final, mas ainda assim de forma suficientemente detalhada – aborda uma questão específica entre Paulo e os filipenses: Paulo passa o recibo de uma dádiva que a igreja lhe enviará através de Epafrodito para seu sustento pessoal. A maneira como ele formula esse “recibo” – essa “gratidão sem agradecimento”, como já disse alguém, a maneira como ele unifica “coisas terrenas” e “coisas espirituais” de forma direta e natural, grata apreciação da dádiva e plena liberdade dela, a maneira como emprega termos técnicos da vida comercial com refinado humor, para apesar disso dizer o contrário de tudo que seja comercial, isso é tão característico para Paulo e tão exemplar para nós que também esse trecho se transforma em presente do Espírito Santo para nós. Aqui aprendemos no exemplo concreto algo sobre “andar como tendes a nós como tipo” (Fp 3.17) e do “considerar o que é verdadeiro e digno, correto e puro, amável e convidativo”.
Livro: “Cartas aos Efésios, Filipenses e Colossenses” (Werner de Boor. Comentário: Esperança. Tradução de Werner Fuchs. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2006. p. 72).
Texto Áureo
“Tudo posso naquele que me fortalece.” Fp 4.13
Leitura Bíblica Com Todos: Filipenses 4.1-23
Verdade Prática
A graça de Deus assume a dimensão da nossa luta e nos habilita a enfrentar o que for necessário.
INTRODUÇÃO
I- EXORTAÇÕES GERAIS 4.1-5
1- Estabilidade espiritual 4.1
2- Relacionamentos curados 4.2
3- Moderação 4.5
II- O PERIGO DA ANSIEDADE 4.6-9
1- Oração 4.6
2- Paz de Deus 4.7
3- Pensamentos saudáveis 4.8
III- AGRADECIMENTOS E SAUDAÇÕES FINAIS 4.10-23
1- A atitude de Paulo 4.10
2- A atitude dos filipenses 4.15
3- A atitude de Deus 4.19
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O final da carta aos filipenses é majestoso e impactante. Paulo reserva esse momento não somente para as exortações finais, mas também para externar sua gratidão pelos donativos recebidos. A igreja de Filipos foi a mais solidária de todas as igrejas do Novo Testamento.
I- EXORTAÇÕES GERAIS (4.1-5)
A última seção da carta começa e termina com doçura, mas em seu meio Paulo aproveita para algumas exortações necessárias e pontuais. Ele inclusive nomina algumas pessoas. 1000
1- Estabilidade espiritual (4.1) Portanto, meus irmãos, amados e muito saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.
Na prisão, Paulo sentia saudades dos irmãos de Filipos. Suas palavras são cheias de afeto: minha alegria e coroa. Uma Igreja sabe quando é amada pelo seu pastor e, igualmente, um pastor sabe quando é amado pelo rebanho que serve. Onde o amor domina, tudo contribui para o avanço da obra. Há pastores que não amam as ovelhas, apenas o seu ministério ou sua carreira, o que é pior. É lamentável vermos obreiros que ao invés de servir usam o rebanho para seus objetivos e caprichos pessoais. Igualmente, é lamentável quando os irmãos não amam seus líderes. Mas então vem a exortação: permaneçam firmes. É uma linguagem de batalha. É necessário firmeza. Lembremos que Paulo não escrevia de um gabinete refrigerado, mas de uma insalubre prisão. A preocupação do velho apóstolo era com a estabilidade espiritual dos crentes. Vivemos dias de instabilidade em todas as áreas, inclusive espiritual. Pessoas que ontem estiveram conosco e pareciam estáveis, hoje não sabemos por onde andam nem o que fazem. É necessário cavar mais fundo, fincar os alicerces na rocha, porque a jornada é árdua. É possível permanecer, a exemplo de Paulo, firme no Senhor e alegrar-se interiormente, mesmo quando lá fora tudo é sombrio e escuro. O mundo não é um lugar aprazível para o crente. É uma arena de lutas. Permaneçamos firmes no Senhor!
2- Relacionamentos curados (4.2) Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor.
Paulo adverte duas mulheres para se reconciliarem. Relacionamentos adoecidos afetam a Igreja e atrapalham seu testemunho. Quem quer fazer parte de uma comunidade onde os membros brigam e se agridem? A Igreja é um hospital; recebe doentes, sendo lugar de cura. As pessoas não podem permanecer doentes indefinidamente. O Espírito de Deus não produz doenças, mas saúde. Mais uma vez, ressalta-se a ternura do apóstolo, mesmo quando repreende. Ele não diz: “Rogo a Evódia e a Síntique”. Porém, para enfatizar a estima por cada uma delas, diz: “Rogo a Evódia e rogo a Síntique”. No verso seguinte (4.3), Paulo lembra que elas haviam trabalhado ao seu lado no Evangelho e seus nomes estavam no livro da vida. Deviam então parar com suas querelas pessoais e buscar os interesses de Cristo e da Igreja. Elas haviam colocado o “eu” acima do “nós”. Era hora de mudar a conjugação do verbo da primeira para a terceira pessoa do plural. Sem comunhão horizontal não haverá comunhão vertical.
3- Moderação (4.5) Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
Moderação significa a virtude de permanecer na exata medida, nomeadamente. Na culinária, tem o mesmo sentido: equilíbrio; tempero na medida, nem mais nem menos. No contexto bíblico, refere-se a um estilo de vida equilibrado e controlado, evitando excessos e extremos. Outra versão traduz como “equidade”. A motivação para uma vida assim é que o Senhor virá e defenderá a nossa causa (“Perto está o Senhor”).
II- O PERIGO DA ANSIEDADE (4.6-9)
O ritmo de vida que levamos diariamente tem nos conduzido a pensar que é normal vivermos ansiosos. Mas isso não é verdade. Deus não nos criou para sermos ansiosos; antes, pelo contrário. Diz a Escritura que “a ansiedade do coração do homem o abate…” (Pv. 12.25). Veremos esse assunto, não sob o aspecto clínico, mas bíblico.
1- Oração (4.6) Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.
A Bíblia tem orientações para vencermos a ansiedade e a primeira delas é a oração. Ela não é um manual médico, nem o substitui, mas sendo a Palavra de Deus, podemos confiar no que afirma. O assunto é amplo e especialistas podem nos ajudar, contudo, a Palavra de Deus não silencia sobre esse importante tema. De todos os problemas da atualidade, nenhum exige tanta atenção quanto a ansiedade. De acordo com o último mapeamento global, realizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil possui a população com a maior prevalência de ansiedade do mundo (9.3%). Depois da pandemia da COVID-19, essa realidade se tornou ainda mais comum, inclusive dentro das igrejas. Mas a ansiedade, além de desnecessária, conspira contra nossa estabilidade espiritual. Jesus apontou para a insensatez da ansiedade em Mateus 6.25-34 e, aqui, Paulo é enfático e claro: o remédio para a ansiedade é a oração e a menciona de três modos: oração, súplicas e ações de graças. O apóstolo Pedro, fazendo coro com Paulo, diz que toda ansiedade deve ser lançada sobre aquele que tem soberana e graciosamente cuidado de nós (1 Pe 5.7). Deus já falhou alguma vez? Nunca! Então, podemos estar seguros quanto ao futuro.
2- Paz de Deus (4.7) E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
O ser humano sempre teve uma urgente necessidade de paz. Quando fala do reino de Deus em Romanos 14.17, Paulo resume-o dizendo que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” Há uma diferença entre “paz com Deus” e “paz de Deus”. A primeira diz respeito à nossa justificação. Quando alguém é salvo por Cristo, acaba-se a inimizade e tal pessoa passa a ter paz com Deus (Rm 5.1). De sua parte, a paz de Deus é a que Ele nos concede em todos os momentos de nossa existência, inclusive nos momentos atribulados. Diz respeito à serenidade do próprio Deus. Foi prometida por Jesus em João 14.27. É um presente divino. Esta paz que excede todo o entendimento é caracterizada pela segurança que sentimos em nosso íntimo, que, a despeito da dor, das angústias, das lágrimas, das perdas e decepções, sabemos, bem lá no âmago do nosso ser, que Deus está no controle e, assim, a ansiedade é vencida.
3- Pensamentos saudáveis (4.8) Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.
Pensamentos errados levam a comportamentos errados. Somos aquilo que pensamos. Não dá para separar atos exteriores de atitudes interiores. O coração de todos nós é um campo de batalhas. Os especialistas concordam que a ansiedade pode bombardear a mente com pensamentos negativos, os quais parecem incessantes e desviam o nosso foco de Deus. A ansiedade é caracterizada por uma preocupação excessiva com o futuro. Assim, é comum a pessoa ansiosa imaginar cenários negativos sobre situações que ainda não aconteceram ou ter pensamentos intrusivos que tiram o seu sossego. Paulo faz uma lista de oito virtudes que devem habitar nossa mente e que servem de referencial para checarmos nosso interior: Se fizermos um recorte de nossos pensamentos dos últimos dias, podemos afirmar que se encaixam nessa lista?
III- AGRADECIMENTOS E SAUDAÇÕES FINAIS (4.10-23)
Paulo deixa para expressar seus agradecimentos pelos donativos recebidos no final da carta. A generosidade dos filipenses foi significativa para o êxito do seu ministério.
1- A atitude de Paulo (4.10) Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade.
Paulo transborda de gratidão para com a Igreja de Filipos. Há igrejas que fazem os pastores gemer (Hb 13.17). Filipos faziam Paulo se alegrar sobremaneira. A igreja já havia encaminhado em duas outras ocasiões ofertas a Paulo. Não parece ter sido coisa pouca, pois Paulo disse que estava transbordando (4.18). Mas não era tanto a questão do valor recebido que alegra o apóstolo, mas a atitude da Igreja. Apesar de precisar muito, Paulo está mais satisfeito em saber que a liberalidade dessa igreja demonstrava que eram maduros na fé e com isso participaram dos lucros do seu trabalho. O crédito deles aumentará diante de Deus (4.17). Há gente pequena que nunca agradece e há gente como Paulo, cujo coração é uma expressão do coração de Deus. O ingrato olha para tudo que lhe chega como merecimento e, assim, não há gratidão. Lutero advertia sobre três “cães” perigosos na vida: a soberba, a inveja e a ingratidão.
2- A atitude dos filipenses (4.15) E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros.
Não foi a primeira vez que a Igreja de Filipos ajudou o ministério de Paulo. Regra geral, o apóstolo não recebia pagamento pelo seu trabalho. Mantinha-se trabalhando no seu ofício de fabricante de tendas, pois havia muitos inimigos e falsos mestres que, por certo, abusaram do seu exemplo ou lhe atribuíram más intenções. A única igreja da qual ele recebeu pagamento, ao que saibamos, foi a de Filipos. Pelo menos duas vezes mandaram-lhe oferta quando ele estava em Tessalônica (Fp 4.16). Paulo também recebeu quando estava em Corinto (2 Co 11.9). Agora, mais uma vez, em Roma (Fp 4.18), quando o apóstolo era prisioneiro e sofria certas restrições. Há aqueles que veem a contribuição como um fardo ou algo a ser feito por medo de maldições de um Deus vingativo e caprichoso. Mas há aqueles que a veem como um privilégio de participar do que Deus está fazendo e como um ato de culto (“como cheiro suave e um sacrifício agradável a Deus” – Fp 4.18).
3- A atitude de Deus (4.19) O meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.
Havia da parte do apóstolo a certeza de que Deus responderia pelo investimento financeiro feito, suprindo as necessidades dos filipenses. Não apenas receberam as bênçãos espirituais, o que já estava sendo evidenciado na própria generosidade deles, mas também materiais. Há um jogo de palavras entre Filipenses 4.18 e 19. Era como se Paulo dissesse: “Vocês supriram uma de minhas necessidades, mas Deus suprirá cada uma (todas) as vossas necessidades e numa medida acima de qualquer comparação terrena (‘Segundo a sua própria riqueza em glória…’).” Notamos que a providência generosa e abundante de Deus supriria não os desejos, mas as necessidades da Igreja. Há de se fazer uma separação entre desejos e necessidades. Deus responde nossas orações concedendo não necessariamente aquilo que pedimos, mas aquilo que certamente perderíamos se soubéssemos o que Ele sabe.
APLICAÇÃO PESSOAL
Um coração agradecido é um ótimo indicativo e expressão de uma espiritualidade saudável. Faça uma lista das ações de Deus na sua vida e expresse sua gratidão a Ele.
RESPONDA
Marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso.
(V) Aprendemos que é possível permanecermos firmes e alegres no Senhor, mesmo quando à nossa volta tudo é sombrio e escuro.
(F) Aprendemos que viver ansioso é absolutamente normal e aceitável nesse tempo em que vivemos.
(V) Aprendemos que Paulo via o investimento financeiro em seu ministério como um ato de culto a Deus
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