EBD 1° Trimestre de 2020 – LIÇÃO 13 Relacionamentos do cristão: Deus e família -BETEL
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar os níveis de relacionamento de Jesus.
Mostrar alguns aspectos da vida cristã em sua relação com a família.
Enfatizar a relevância do relacionamento com Deus.
TEXTO ÁUREO
“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.” Mateus 10.37
VERDADE APLICADA
É importante que o discípulo de Cristo saiba discernir os diferentes relacionamentos, priorizando o relacionamento com Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 2
- E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas.
LUCAS 12
- Porque, daqui em diante, estarão cinco divididos em uma casa: três contra dois, e dois contra três.
- O pai estará dividido contra o filho, e o filho, contra o pai; a mãe, contra a filha, e a filha, contra a mãe; a sogra, contra sua nora, e a nora, contra sua sogra.
LUCAS 14
- Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Lc 2.51 – A sujeição de Jesus aos seus pais terrenos
TERÇA / Jo 7.1-9 – A incredulidade dos familiares de Jesus
QUARTA / Jo 19.25-27 – Jesus, um verdadeiro exemplo para os filhos
QUINTA / 1Co 7.2-5 – Casamento, uma instituição divina
SEXTA / Ef 5.18-33 – Jesus é o referencial na vida do cristão
SÁBADO / 1 Tm 3.5 – O cristão e o viver coerente dentro de casa
HINOS SUGERIDOS
244, 254, 293
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore pelos casais. Que o amor de Cristo pela Igreja seja um exemplo para eles.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
- Diferentes níveis de relacionamento
- O cristão e sua família
- Nosso relacionamento com Deus
Conclusão
INTRODUÇÃO
Encerrando este trimestre, a presente lição propõe uma importante reflexão sobre a necessidade do discípulo de Cristo discernir sobre dois relevantes relacionamentos: com Deus e com a família.
PONTO DE PARTIDA
Deus deve ser prioridade em nossos relacionamentos.
1 – Diferentes níveis de relacionamento
Jesus, durante Seu ministério terreno, vivenciou diferentes níveis de relacionamento. Deixando exemplo e instruções aos Seus discípulos sobre tão relevante aspecto da natureza humana nesta terra: o aspecto relacional.
1.1. Jesus e Sua família terrena. De acordo com o plano divino de salvação, o Filho de Deus “se fez carne e habitou entre nós” [Jo 1.14]. Tal acontecimento se deu dentro de um contexto familiar, que incluía uma mulher (Maria), cujo útero abrigou Jesus, um homem (José), esposo de Maria, que atuou como pai após o nascimento de Jesus [Mt 13.55; Lc 4.22], bem como irmãos, que nasceram de Maria e José. Portanto, Jesus experimentou, também, em Sua passagem na terra na “forma de homem” [Fp 2.8], o relacionamento familiar. Assim, Jesus é o nosso maior exemplo também neste nível de relacionamento. [ EBD 1° Trimestre de 2020 – LIÇÃO 13 Relacionamentos do cristão: Deus e família ]
Subsídio do Professor: Não há muitos registros detalhados nos evangelhos sobre a vida cotidiana de Jesus antes de iniciar o Seu ministério. Contudo, ao recorrermos a livros que discorrem sobre a infância, adolescência e educação no contexto familiar dos judeus nos tempos de Jesus e relacionarmos com textos bíblicos, podemos afirmar que nosso Salvador passou por várias fases em Seu crescimento e desenvolvimento como outros de Seu tempo, como mencionado em Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos e na Bíblia de Estudo Arqueológica: a educação incluía instrução religiosa e treinamento em habilidades práticas necessárias nas atividades diárias. Ele foi identificado como carpinteiro e filho de carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. Também participou, como muitas outras crianças, da viagem a Jerusalém, que tinha como principal propósito a questão religiosa [Lc 2.41-42].
1.2. Relacionamento de Jesus com Maria e José. É preciso enfatizar o cuidado e a dedicação de Maria e José com Jesus: circuncisão; apresentação ao Senhor no templo; ida para o Egito e retorno; formação em uma profissão, instrução religiosa, entre outros. Um verdadeiro exemplo para os pais de hoje. Outro destaque é a sujeição de Jesus aos seus pais [Lc 2.51], enquanto não tinha chegado o tempo de iniciar o Seu ministério. Um verdadeiro exemplo para os filhos. Mesmo na cruz, sofrendo terríveis dores, Jesus não ignorou Sua mãe, mas providenciou para que fosse amparada [Jo 19.25-27]. Evidente que, após o início do Seu ministério, a prioridade de Jesus passou a ser o cumprimento do plano divino de salvação, o que nem sempre foi compreendido por Sua família [Mc 3.21, 31-35; Jo 7.1-9].
Subsídio do Professor: David J. Ellis, comentando sobre João 2.4, diz que a melhor tradução seria: ‘Que temos nós em comum, mulher?’ – por tratar-se de uma expressão idiomática, tanto no grego clássico quanto no hebraico, significando ‘Deixe que eu siga o meu próprio curso”. Bíblia Missionária de Estudo: “Jesus está mostrando que tanto o relacionamento com a sua mãe quanto a sua ação messiânica devem ser vistos à lua de sua crucificação e ressurreição (…)”.
1.3. Relacionamento de Jesus com Seus discípulos. O fato de pessoas terem sido filhos de Maria e José não implicou, automaticamente, que tinham um relacionamento harmonioso com Jesus como o Filho de Deus, mesmo tendo convivido tão de perto [Jo 7.5]. Porém, quando pessoas ouviam a Palavra de Jesus, obedeciam e criam nEle como o Messias prometido, sendo assim Seus discípulos, eram considerados por Ele como Sua família [Lc 8.19-21]. Deus também usa o aspecto estreito e íntimo do relacionamento familiar como ilustração do Seu plano de reunir um povo identificado como “família de Deus” [Ef 2.19].
Subsídio do Professor: Comentário de William Barclay sobre Lucas 8.19-21: “Nesta passagem há uma grande verdade prática. Pode acontecer que um homem se encontre muito mais perto de gente com a qual não está relacionado que de sua própria parentela. A relação mais profunda da vida não é simplesmente uma relação de sangue; é também da mente e do coração. Quando as pessoas têm fins, princípios, interesses, metas comuns na vida, seu vínculo é verdadeiro e real (…)”.[ EBD 1° Trimestre de 2020 – LIÇÃO 13 Relacionamentos do cristão: Deus e família ]
EU ENSINEI QUE:
Os diferentes níveis de relacionamento do Senhor Jesus, durante Seu ministério terreno, são exemplo e estão repletos de instruções para os Seus discípulos.
2 – O cristão e sua família
Importante que o relacionamento do cristão com a família seja considerado levando em conta a realidade que vivenciamos – nem sempre tão harmoniosa como o plano original e o que se deseja – e as orientações contidas na Palavra de Deus.
2.1. A importância da coerência. O termo “coerência” indica coesão, harmonia. O cristão é chamado a um viver coerente – conduta em harmonia com os princípios bíblicos, nos quais cremos e anunciamos [Tg 2.14; Mt 23.3]. O próprio Cristo censurou os escribas e fariseus pela falta de coerência. A Bíblia alerta sobre a relevância de “governar a própria casa”; “exercer piedade para com a sua própria família”; e que aquele que não cuida da própria família “negou a fé” [1Tm 3.5; 5.4, 8], entre muitas outras instruções. É preciso refletir sobre o nosso viver dentro de casa.
Subsídio do Professor: J. N. D. Kelly comentou sobre 1 Timóteo 5.8: “O homem que deixa de observar este dever elementar realmente, por mais eloquente que seja sua profissão do cristianismo, tem negado a fé (isto é, para todos os fins práticos, não no sentido formal da apostasia: ( Tt 1.6) e é pior do que o descrente. Presumivelmente, isto é porque até mesmo pagãos, que não conhecem os Mandamentos nem a lei de Cristo, reconhecem e estimam as obrigações dos filhos para com os pais”.
2.2. Quando a família não se converte. Nem sempre a realidade consiste em todos os membros de uma família servindo ao Senhor. O cristão também é chamado a perseverar na fé em Cristo e no testemunho perante seus familiares por intermédio de sua conduta dentro do lar e no convívio nas diversas ocasiões. Há textos bíblicos que indicam esta possibilidade: 1 Coríntios 7.12-14; 1Pedro 3.1. Lembremo Nos do exposto no tópico 1.2 acerca da experiência de Jesus enquanto na terra. Ele não desanimou e continuou vivendo segundo o plano de Deus. Mais tarde, segundo a tradição, pelo menos dois de seus irmãos passaram a segui-Lo: Tiago e Judas [Gl 1.19; Jd 1], os quais se tornaram influentes na Igreja Primitiva.
Subsídio do Professor: No site Portas Abertas – www.portasabertas.org.br – há um artigo sobre a perseguição hoje: “A cada ano, a perseguição aos cristãos se intensifica no âmbito global. O número de cristãos com medo de ir à igreja ou que já não têm uma igreja onde ir tem aumentado, bem como daqueles que têm de escolher entre permanecer fiel a Deus ou manter seus filhos seguros. Ou das vítimas da violência extrema que perdem familiares, casa, bens e liberdade por compartilhar a mesma crença de muitos aqui no Brasil: a fé em Jesus Cristo”. A graça de Deus sempre será maior para sustentar os que nEle confiam e decidem nEle permanecer.
2.3. Casamento: instituição divina para a vida na terra. O próprio Senhor Jesus afirmou que na futura vida ressurreta (ou “mundo vindouro”) não haverá casamento [Lc 20.27-40]. O casamento deve ser, também, um instrumento que contribua na vida de santificação dos discípulos de Cristo neste mundo [1Co 7.2-5]. É importante, também, lembramos que nem todo discípulo de Cristo irá se casar. Há os que permanecerão solteiros [Mt 19.10-12; 1Co 7.8-9, 32-34]. Portanto, o fato de uma pessoa permanecer solteira não é um problema em si mesmo, assim como casar-se não significa que, automaticamente, os casados estão isentos de tentações e dificuldades. O relacionamento com Deus é que faz a diferença para todos, nesta terra e no “mundo vindouro”.
Subsídio do Professor: Gary Chapman escreveu: “Estou convencido de que o casamento não é mais honroso do que o celibato. Felizes são aqueles que, casados ou solteiros, descobriram que a felicidade não se encontra na união de um casal, mas em um relacionamento verdadeiro com Deus”. Fomos chamados por Deus e por Ele somos amados, quer casados ou solteiros [1Co 7.7, 20].
[ EBD 1° Trimestre de 2020 – LIÇÃO 13 Relacionamentos do cristão: Deus e família
EU ENSINEI QUE:
O relacionamento do cristão com a sua família precisa levar em conta a realidade diária e estar debaixo das orientações contidas na Palavra de Deus.
3 – Nosso relacionamento com Deus
É importante estabelecermos prioridades em nossos relacionamentos, tendo como referencial a Palavra de Deus e a direção e capacitação do Espírito Santo para vivenciarmos diferentes circunstâncias.
3.1. O amor a Deus. “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” foi a pergunta de um escriba para Jesus [Mc 12.28]. Ou seja, “principalmente”; “importância”; “primeiro de todos”. É imprescindível ter sempre em mente a resposta de Jesus: “Ouve…Deus, é o único Senhor…Amarás, pois, ao Senhor teu, Deus, …Amarás o teu próximo como a ti mesmo” [Mc 12.29-31]. Jesus citou o segundo, mesmo não fazendo parte da pergunta. Há uma íntima relação entre o amor a Deus e o amor ao próximo.
Subsídio do Professor: Jaime Kemp escreveu: “O modo como nos relacionamos em nosso lar ajuda a promover ou prejudicar o Reino de Deus aqui na terra. Por isso, é preciso que a família tenha uma crescente compreensão do significado da ordem de Jesus em Mateus 22.37-39 (…) As pessoas serão atraídas a Cristo ao verem famílias cristãs vivendo amorosa e harmoniosamente e sendo tementes a Deus”.
3.2. Discípulo de Cristo: dissensão e aborrecer. Parece contraditório, após lermos e estudarmos sobre a relevância da família, nos depararmos com dois textos do evangelho de Lucas onde encontramos duas expressões fortes: dissensão [Lc 12.49-53] e aborrecer [Lc 14.26], dentro de um contexto familiar e conectados ao resultado do relacionamento com o Senhor Jesus. São termos que indicam “desunião” (de opinião e conduta) e “amar menos” (como indicado em Mateus 10.37). Ou seja, “nenhum laço terreno deve diminuir nossa lealdade a Cristo”. Porém o Senhor, que exige dedicação completa a Ele, promete contínuo sustento, cuidado e proteção [Sl 27.10; Hb 13.5-6].
Subsídio do Professor: Laurence E. Porter escreveu: “O discipulado exige sacrifícios. Parentes e a própria vida precisam ceder a Ele o primeiro lugar no coração do discípulo (…) Não é que um homem precisa detestar os seus familiares, mas que eles devem tomar o segundo lugar, depois do Senhor, no seu coração”.
3.3. Expresso no referencial adotado. Jesus é o referencial na vida do cristão, como indicado em Efésios 5.18-33. Interessante notarmos o resultado de uma vida “cheia do Espírito”: comunicação, culto e conduta. Temos a tendência de isolar os versículos 22-33, porém também estão expressando como é a vida de uma pessoa comprometida em um relacionamento com Deus, assim como Efésios 6.1-9. Nestes textos há expressões e ideias bem significativas para uma contínua consideração por parte do discípulo de Cristo: sujeição; amor; entrega, cuidado; sustento; respeito; sacrifício; obediência; honra; instrução.
Subsídio do Professor: O escritor Russell Shedd comentou sobre o texto de Efésios, acima citado, intitulando-o de ‘O Discipulado de Cristo no Lar’ e, então, enfatiza a palavra ‘sujeitai-vos’, pois tem “implicações que surgem até o fim da epístola. (…) Envolve-nos na vida do outro, como aquele que impulsiona e sustenta o colega. A ideia de submissão contém essa ideia de apoiar, de impulsionar, de dar ânimo; devemos compreender como isso é básico e fundamental na atitude do cristão quanto à sua vocação”. [ EBD 1° Trimestre de 2020 – LIÇÃO 13 Relacionamentos do cristão: Deus e família ]
EU ENSINEI QUE:
É preciso estabelecer prioridades em nossos relacionamentos, tendo
sempre como referencial o nosso Senhor Jesus Cristo e a Palavra de
Deus.
CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo nos ajude a priorizarmos o relacionamento com
Deus e refletimos isto em nossos relacionamentos familiares por
intermédio de nossa conduta, testemunho e constante busca em
promovermos um ambiente saudável e harmonioso, para a glória de
Deus!