EBD – Lição 13: Os Dois Alicerces | 3° Trimestre de 2022 | BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2022 | TEMA: SERMÃO DO MONTE – A Ética, os Valores e a Relevância dos Ensinos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominical | Lição 13: Os Dois Alicerces

TEXTO ÁUREO

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” Tiago 1.22

VERDADE APLICADA

O Senhor chama de bem-aventurados aqueles que não são apenas ouvintes, mas praticantes de Sua Palavra.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Falar acerca da importância de ouvir e praticar a Palavra.
Ensinar como devemos edificar de maneira correta
Destacar alguns exemplos práticos acerca da parábola.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 6

47- Qualquer que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante.
48- É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pôs os alicerces sobre rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque estava fundada sobre rocha.
49- Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Pv 1.7 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
TERÇA / Pv 15.5 O tolo despreza a correção.
QUARTA / Mt 7.24-27 Devemos ouvir e cumprir as palavras de Jesus.
QUINTA / | Lc 6.46-49 A importância de estar firmado em Cristo.
SEXTA / Jo 8.36-45 A missão de Jesus.
SÁBADO / 1Co 3.11-15 O fundamento é Jesus Cristo.

HINOS SUGERIDOS 47, 75, 77

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore a Deus por compreensão de Sua Palavra a cada instante de sua vida.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1-
A importância de ouvir e praticar a Palavra
2– Edificando de maneira correta
3– Ensinamentos práticos acerca da parábola
Conclusão

INTRODUÇÃO

Jesus nunca desejou que Suas palavras fossem deixadas em ouvidos surdos, mas quer que produzam uma verdadeira transformação na vida de cada um que ouve, crê, recebe e obedece.

PONTO DE PARTIDA

É preciso praticar a Palavra de Deus.

1- A importância de ouvir e praticar a Palavra

Essa parábola foi dada ao fim do Sermão da Montanha, com a intenção de mostrar que nada adianta viver um evangelho superficial e sem raízes profundas [Mt 7.21].

1.1. Entendendo a dimensão da parábola. Mateus e Lucas registram a parábola de dois construtores com os quais Jesus conclui o sermão [Mt 7.24-27; Lc 6.46-49]. O Mestre por excelência empregava o método das parábolas para ensinar verdades importantes sobre o reino. A parábola é uma comparação, é “um relato terrenal que ilustra uma verdade celestial”. As parábolas têm a virtude de serem breves, fáceis de lembrar e partem de algo muito conhecido. A verdade central desta parábola é que a obediência é indispensável no discipulado. No reino dos céus, ouvir as palavras do evangelho sem o fazer o que é ordenado conduz à ruína espiritual. Em contrapartida, o ouvir e o fazer (obediência) servem como base para edificar uma vida capaz de suportar ataques de todos os elementos e permanecer de pé.

Subsídio do Professor: O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento: “A diferença principal dessas duas casas não está na aparência. Os escribas e fariseus pareciam tão justos quanto os herdeiros do Reino. Mas a chave de toda a questão é o fundamento. A casa sobre a rocha é o exemplo de uma vida edificada em um relacionamento verdadeiro com Cristo [Mt 16.18; 1Co 10.4; 1Pe 2.4-8]. Ela passará pelo teste do juízo de Deus, mas a casa sobre a areia não [1Co 3.12-15].”

1.2. Aquele que ouve e põe em prática. Vivemos em uma cultura em que todos querem ser livres, cada um expressando seu ponto de vista sobre o bem e o mal, mas Deus nos deu Sua santa Palavra pelos lábios de nosso amado Jesus Cristo, para sabermos antecipadamente o que é bom e agradável. Sendo assim, não basta ouvir a palavra, mas também colocá-la em prática [Mt 7.24]. Jesus ilustra isso nesta parábola que lida com um homem que deseja construir uma casa, mas coloca as fundações em cima de uma rocha firme, porque quando a tempestade ou inundação chega, ela não abala sua estrutura nem pode derrubá-la. O mesmo não acontece com quem a constrói na areia e não a põe fundação [Mt 7.25-27].

Subsídio do Professor: Warren Wiersbe: “Os dois construtores representam a vida de dois homens. Os dois usam os mesmos materiais e a mesma planta, e o mundo não vê diferença nas duas casas. No entanto, quando há uma tempestade — a hora do teste —, a casa que não foi alicerçada na rocha desaba e falha no teste. O cristão verdadeiro fundamenta-se na Rocha, Cristo Jesus [1Co 3.11]. A justiça não se fundamenta na igreja, no credo ou na “mansidão”, mas em Jesus Cristo que morreu pelo crente. O filho de Deus prova-se por sua firmeza em meio às tempestades que o testam. O cristão verdadeiro prova-se na obediência a Cristo.”

1.3. A rocha e a areia. Neste sermão, Jesus nos apresenta dois fundamentos: rocha e areia. A rocha simboliza a pessoa de Cristo, e construir sobre a rocha é construir sobre os fundamentos de Sua Palavra. A areia simboliza os ditames do mundo, uma vida guiada pela razão e fora dos preceitos divinos [Sl 18.2, 46; Sl 46.1-2; Mt 16.18; 1Co 3.10-11]. Ao descrever os dois construtores, Jesus deixa claro a importância do fundamento de nossas vidas. A tempestade vem para ambos, a diferença está no alicerce. A casa que estava sobre a rocha suportou, mas a que estava alicerçada na areia, teve um prejuízo muito maior, ela não somente caiu, mas foi grande a sua ruína [Mt 7.27; Lc 6.49].

Subsídio do Professor: A vida cristã deve estar apoiada em Cristo e em tudo o que Ele é. O que irá garantir a nossa firmeza será a nossa união com Ele. Sem ela, até mesmo os nossos objetivos mais firmes serão como areia movediça. Ao descrever os dois construtores, Jesus deixou claro que o que havia levado aquela casa à destruição era o fundamento sobre o qual ela foi erguida. Uma vida cristã apenas externa é como construir sobre a areia. O que acontecerá na hora da tempestade? Ela se apoiará naquilo que está fundamentada. O homem prudente edifica sobre a rocha e o tolo sobre a areia [Mt 7.24-27].EU ENSINEI QUE:
Nada adianta viver um evangelho superficial e sem raízes profundas.

2- Edificando de maneira correta

O que Jesus deseja ressaltar nessa parábola é sobre o que estamos fundamentando a nossa fé. Ao descrever os acontecimentos, Ele aponta para dois tipos de construtores: os prudentes e os insensatos.

2.1. A semelhança entre os construtores. Ambos ouvem, enfrentam os mesmos testes, têm as mesmas oportunidades e aparentemente construíram casas semelhantes. Mas havia contrastes fundamentais: eles tinham naturezas diferentes porque um era prudente, atencioso, se fixava no que fazia. O outro, era insensato, não prestou muita atenção ao que estava fazendo. A diferença é que um obedeceu às palavras de Jesus, o outro não. Um edificou sobre um fundamento sólido, a rocha [Mt 7.24]; o outro na areia, um fundamento inseguro. Os fundamentos não são visíveis ao olho humano, mas os testes revelam a classe desses fundamentos [Mt 7.25, 27]. Existe um contraste radical na maneira como ambos suportaram as provas. A casa construída pelo prudente passou por todos os testes, enquanto a casa do outro se desfez.

Subsídio do Professor: Jesus ilustra essa parábola falando de edificadores “prudentes e insensatos”, referindo-se a duas classes de pessoas. E usa como símbolo da vida edificada nEle, a construção uma casa. Jesus disse que aquele que pratica a Sua Palavra é semelhante a esse homem que construiu sobre a casa sobre a rocha. Aqui está o segredo da vida firme em Deus: escutar e praticar. O que fez a casa ruir? Não foi o material com que foi construída, mas, sim, o alicerce. Cristo é o nosso alicerce, sem Ele tudo é incerto [Sl 127.1].

2.2. O alicerce indica o que a casa suporta. Uma casa não se constrói primeiro pelo telhado, ou pelas paredes. A primeira coisa deve ser o alicerce. Isto nos fala de fundamento, de raízes que devem ser fixadas. Jesus apresentou um quadro muito assustador para aqueles que construíram sobre a areia: “E foi grande a ruína daquela casa” [Lc 6.49].As chuvas, os rios, os ventos se referem a problemas que podem existir na vida das pessoas, como doenças, problemas econômicos, mortes etc. Jesus não isentou ninguém da tempestade, ela veio tanto para o sábio quanto para o tolo. A grande verdade aqui é que a única casa que vai resistir é aquela que estiver firmada na rocha. Estar em Cristo é estar debaixo de uma graça protetora, mesmo diante das tempestades [Lm 3.22].

Subsídio do Professor: Ser cristão não nos salva das tempestades, mas nos dá força, de acordo com nossa fé, para sair delas. Aqueles que não têm Deus em suas vidas não têm esperança de progredir nos problemas do dia a dia. Antes que uma perda final e irreparável nos sobrevenha, devemos ser sábios o bastante para reconhecer nossa total dependência e absoluta impotência. Não podemos construir os alicerces de nossas vidas longe daquilo que a Palavra nos ensina e manda fazer. A única pessoa que perdeu aqui foi a que construiu não de forma errada, mas sobre o fundamento errado [Os 4.6a; Mt 22.29].

2.3. A rocha da construção é Cristo. O que seria mais fácil, cavar sobre a rocha para se obter um alicerce seguro, ou construir sobre a areia? Por uma questão de natureza, sempre somos conduzidos a tomar o caminho mais fácil. O que era a areia, que não oferecia segurança futura em caso de tempestades? O ensino dos fariseus, um fundamento inseguro para a vida presente e para a vindoura [Mt 16.6; Jo 8.36-45]. A rocha básica sobre a qual os homens deveriam construir para o tempo e eternidade era a palavra que o Senhor lhes entregou. Contudo, não bastava apenas ouvir e conhecer que Ele era o caminho, isso não salva ninguém. Enquanto não houver uma rendição à verdade e à Pessoa que a proferiu, não haverá posse dessa classe de vida [Lc 6.47-48].

Subsídio do Professor: Durante gerações, o povo tinha sido ensinado a cumprir leis, mandamentos e tradições que nem mesmo as autoridades religiosas conseguiam cumprir na íntegra. Em contraste com os ensinamentos dos escribas e fariseus, Jesus descreveu o caminho da salvação como estreito e muito apertado, onde poucos passariam por ele. Ao final de Seu discurso, a multidão se maravilhou ao atestar a diferença de como Jesus os ensinava e as autoridades religiosas [Mt 7.28-29].

EU ENSINEI QUE:

Jesus ressalta nessa parábola sobre o que estamos fundamentando a nossa fé.

3- Ensinamentos práticos acerca da parábola

Uma casa bem edificada pode resistir com firmeza aos ataques externos da vida cotidiana. O futuro de nossa casa espiritual não está garantido na aparência, mas em estar fundamentado em Cristo.

3.1. A casa não deve ter aparência, deve ter firmeza. Devemos prestar muita atenção a essa mensagem, pois nos traz uma séria advertência: “Tudo aquilo que não se sustenta em Cristo irá desabar” [Mt 7.27]. Isso nos leva ao ponto principal da advertência: “Não seja apenas ouvinte da palavra, seja cumpridor. Não viva um evangelho vazio, apenas de aparência, conheça a Cristo, não por aquilo que Ele possa lhe oferecer, conheça-o pelo que Ele é”. A grande censura feito por Jesus nesse sermão é contra a religião vazia, que é cheia de rituais e que em nada pode transformar o ser humano. Jesus não nos deixou uma religião, nos deixou um reino. Não somos apenas filhos, somos a geração eleita para anunciar Suas virtudes [1Pe 2.9].

Subsídio do Professor: Ainda que a casa fosse bonita, sua queda foi grandiosa [Lc 6.49]. Os ventos e as tempestades da vida vêm para o que é belo e para o que feio. Eles sempre vêm. Sabendo disso, o prudente constrói sob uma rocha inabalável, que suporta tudo que possa vir bater, soprar, inundar e agredir como bem entendem. Mas uma coisa é certa, eles jamais derrubarão uma casa firmada sobre a rocha. Assim é a vida cristã que está a cada dia firmada no conhecimento e no poder de Deus [2Pe 3.18].

3.2. O perigo das incertezas futuras. A casa é o conjunto de todos os aspectos da nossa vida neste mundo. A casa é sua conquista como pessoa, sua realização na vida. Essa casa é o objetivo no qual você investe o esforço de sua vida. Uma casa não se edifica de forma instantânea ou sem um grande investimento. Em que estamos investindo nossa existência? Em que estamos gastando a maior parte do nosso tempo e trabalho? Muitos estão investindo tudo em busca da aparência, diversão, comida, bebida, prazeres. Mas onde realmente está alicerçada nossa casa? De que material ela é feita? Quem é o seu Deus afinal, seu maior bem? É preciso que “nossas construções” sejam feitas conforme os valores, princípios e diretrizes revelados na Palavra de Deus. Somente assim estaremos em condições de suportarmos as adversidades e dificuldades nesta vida e sermos aprovados no dia do juízo.

Subsídio do Professor: O que foi determinante para a casa cair? O alicerce onde foi construída. E como Jesus define esse construtor? Como insensato, que construiu sobre um lugar aparentemente bom, porém, inseguro. Jesus define sucesso na vida ou felicidade, como fazer o que Ele diz [Lc 12.43]. Os insensatos apenas ouvem, mas não colocam em prática aquilo que ouviram [Pv 1.7; 15.5]. Os prudentes entendem a Palavra de Deus e a vontade de Deus. Todos aqueles que estão dedicando tempo e esforço para aprender sobre a Palavra do Santíssimo, estão se tornando mais inteligentes, mais experientes e mais sábios a cada dia [Pv 9.10].

3.3. Jesus é o fundamento das nossas vidas. Nossas ações são o produto do exercício de nossa liberdade para escolher. O recebimento de uma abordagem de Deus, em qualquer forma que venha, implica na obrigação moral de escolher o curso de ação que Ele recomenda. Assim, como escreveu John Stott (A Mensagem do Sermão do Monte – ABU Editora – p. 216), o Senhor Jesus conclui Seu sermão convocando a todos a termos uma “reação adequada à instrução que acaba de dar”. Ele coloca “diante de nós a escolha radical entre a obediência e a desobediência”. Obedecer às instruções de Deus de acordo com as Escrituras é ter um fundamento sobre a rocha [Mt 7.24; Lc 6.47-48].

Subsídio do Professor: A escolha da base de nossas vidas não tem a ver com nossos antepassados, nossos pais, ou qualquer outra pessoa. Diante da mensagem transmitida por Jesus Cristo, somos responsáveis pelas escolhas que faremos a partir do que nos foi revelado, sabendo que nossas escolhas resultarão em consequências, boas ou más [Gl 6.7-8]. Adão culpou Eva por haver comido do fruto proibido, Eva culpou a serpente por lhe ter oferecido; essa é a natureza pecaminosa que nunca aceita responsabilidade pessoal.

EU ENSINEI QUE:

O futuro de nossa casa espiritual não está garantido na aparência, mas em estar fundamentado em Cristo.

CONCLUSÃO

O sermão é concluído enfatizando as reações de Seus ouvintes. Devemos estar atentos, pois o Senhor apresentou-nos apenas duas reações: “pratica” [Mt 7.24] ou “não cumpre” [Mt 7.26]. Que o Espírito Santo opere em cada coração para que tenhamos uma reação adequada às instruções que estudamos ao longo deste trimestre: “Sim, Senhor, queremos viver conforme a Tua vontade”! Então, vivamos! Implica em querer e fazer.

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