EBD- Lição 12: O Chamado para Decisão e Compromisso | 3° Trimestre de 2022 | BETEL

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2022 | TEMA: SERMÃO DO MONTE – A Ética, os Valores e a Relevância dos Ensinos de Jesus Cristo | Escola Biblica Dominical | Lição 12: O Chamado para Decisão e Compromisso

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Falar acerca da porta estreita e da porta espaçosa.
Descrever o perfil dos falsos profetas.
Mostrar os dois tipos de servos.

VERDADE APLICADA

Qualquer que proclama o nome de Cristo, mas não dá bom fruto, será como a árvore inútil, que é cortada e lançada ao fogo.

TEXTO ÁUREO

“E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” Mateus 7.14

TEXTOS DE REFERÊNCIA
MATEUS 7

13- Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14- E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
15- Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16- Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
17- Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.
20- Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Mt 5.10-12 Bem-aventurados os que sofrem perseguições.
TERÇA / Jo 10.10 O ladrão vem para roubar, matar e destruir.
QUARTA / At 20.28-31 Lobos cruéis que não perdoam o rebanho
QUINTA / 2Tm 2.14-19 Conduta dos que se afastam da sã doutrina.
SEXTA / 2Pe 3.7 Dia do juízo e da perdição dos ímpios.
SÁBADO / Ap 21.8 A lista dos que ficarão de fora.

HINOS SUGERIDOS 88, 505, 570

MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore para que o Senhor nos fortaleça para praticar o que já conhecemos.

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1
– Duas portas e dois caminhos
2– Duas classes de profetas e de frutos
3– Os dois tipos de servos
Conclusão

INTRODUÇÃO

Na parte final do Sermão do Monte, Jesus apresenta advertências que enfocam o futuro julgamento final. Ele fala acerca de escolhas e decisões que devemos tomar.

PONTO DE PARTIDA

Servir a Jesus exige compromisso e renúncia.

1- Duas portas e dois caminhos

Jesus nos apresenta duas portas e dois caminhos a seguir. A porta larga é de fácil acesso e muitos entram por ela, já a porta estreita por poucos é procurada porque exige compromisso e renúncias [Mt 7.13-14].

1.1. A porta estreita. Frequentemente, ouve-se a expressão: “Não importa a religião que se segue; todos os caminhos levam a Deus. Todas as religiões são boas”. Tais expressões são incompatíveis com os ensinamentos de Jesus. A Bíblia só fala de um caminho para a salvação e esse caminho é estreito. A estrada que conduz à vida está aberta a todos, mas quem decide trilhar esse caminho tem que se submeter ao rigor das exigências. O caminho estreito provavelmente se refere às demandas do discipulado: compromisso pessoal, renúncia de si mesmo, perseguição, tentação e até morte, seguindo os passos de Jesus [Mt 5.10-12; 6.13; 16.24-28; 26.41].

Subsídio do Professor: A ilustração apresentada aqui não é a escolha entre uma rua larga e iluminada, com muito lazer e diversão, e uma viela estreita, escura e pouco convidativa. Na verdade, a realidade é mais como a imagem de um funil. Se entrarmos no caminho em forma de funil na extremidade larga, veremos que, conforme avançamos, ele se estreita até chegar à morte, destruição e inferno. Mas se entramos no outro caminho, também em forma de funil, pela extremidade estreita, encontraremos Cristo. Ao caminhar com Ele neste caminho, descobriremos que o caminho se torna mais amplo a cada caminhada [Jo 10.10; 14.6].

1.2. A porta larga. A porta ampla e o caminho espaçoso oferecem bastante espaço para aqueles que desejam seguir a norma cultural e piedosa dos líderes religiosos. Os termos “amplo e espaçoso” têm um sentido de facilidade e conforto. Este caminho espaçoso é de fácil acesso e pode ser percorrido confortável e tranquilamente. No entanto, essa comodidade é enganosa, visto que termina em “destruição”. O termo usado aqui é “apoleia”, um termo comum para se referir ao castigo eterno [2Pe 3.7; Ap 17.8]. Todos nós preferimos ter muito mais que uma opção para fazermos nossas escolhas. Mas Jesus não nos deixa tantas opções. Ele ensinou que temos que escolher apenas uma, entre duas opções [Mt 7.13].

Subsídio do Professor: A porta larga fala da facilidade oferecida para pessoas que desejam seguir a Cristo a seu próprio estilo de vida. Hoje temos muitas igrejas de “portas largas”, onde os líderes dizem que Deus se importam com o coração. É claro que Deus se importa, mas o “Vinde a mim como estás” não significa “Ficarás como queres”. Jesus deixou bem claro que não existe meio termo, ou passamos pela porta estreita e andamos no caminho estreito, ou seguimos pela porta larga. A decisão é simples: salvação ou perdição. Se não estivermos de um lado, certamente estaremos do outro, e essa decisão é unicamente nossa [Dt 30.19].

1.3. Poucos encontram o caminho. Entrar pela porta estreita indica o quão difícil será a vida cristã, e nem sequer se sabe o que há de se encontrar ao longo do caminho. Mas, certamente, a alegria está no final [Ec 7.8a]. Jesus nos ensina que poucos irão ganhar a vida que Ele oferece. Poucos caminham pelo caminho estreito, entram pelo portão estreito e são salvos [Mt 7.14; Lc 13.23-24]. Por outro lado, existem muitos aqueles que caminham pela estrada larga e entram pelo portão largo e que chegam à perdição [Mt 7.13].

Subsídio do Professor: Três verdades importantes emergem dessa passagem: 1) Existem apenas duas maneiras pelas quais alguém pode andar; uma leva à vida e a outra à perdição [Jr 21.8]; 2) Todos os homens devem escolher um desses dois caminhos. Não existe a menor sugestão no Novo Testamento de uma terceira via, ou da possibilidade de neutralidade; 3) O caminho que conduz à vida é mais difícil e são poucos os que o escolhem; por outro lado, o caminho espaçoso é mais fácil e atrai a maioria das pessoas. A entrada no caminho para o reino começa aqui e agora ao atravessar a porta estreita para o apertado caminho, isso se faz quando estamos sob a autoridade de Jesus Cristo [Jo 10.9].

EU ENSINEI QUE:

A porta larga é de fácil acesso e muitos entram por ela, já a porta estreita por poucos é procurada porque exige compromisso e renúncias.

2- Duas classes de profetas e de frutos

Sempre existiram falsos profetas que desviam multidões do caminho estreito e os conduzem por caminhos espaçosos. Houve na época de Jesus e há em nosso século. Precisamos estar atentos para não cair em suas influências [Mt 7.15-16].

2.1. Os falsos profetas. Em nosso século, com o potencial dos meios de comunicação, como: jornais, revistas, rádio, TV, vídeos, satélites, e o lucro financeiro que essas mídias representam, proliferam mais do que nunca os falsos profetas. Cada um proclama que só ele tem a última palavra de Deus, ou o remédio absoluto para todos os males econômicos, políticos, físicos e espirituais. Eles não apenas confundem a porta para entrar no caminho estreito, mas também tornam difícil permanecer nele. O maior perigo dos falsos profetas consiste no fato de que seus ensinos costumam conter alguns elementos de verdade e eles parecem atraentes e envolventes. As multidões, que em sua maioria não têm suficiente discernimento espiritual, são presas fáceis para seus argumentos.

Subsídio do Professor: Os falsos profetas parecem “ovelhas” à primeira vista; eles têm a aparência de inofensivos, inocentes, humildes. Mas sua natureza e intenção são exatamente o oposto, eles são descritos como lobos vorazes, enganam deliberadamente com o fim de se aproveitarem das ovelhas [Mt 7.15]. Paulo usa o termo “lobos vorazes” para descrever os falsos mestres que seguiam com a intenção de confundir e enganar os novos crentes [At 20.28-31]. O termo falso profetas se refere a líderes e mestres dentro da comunidade cristã [Jo 10.12].

2.2. Lobos vestidos de ovelhas. Lobos roubadores são aqueles que não estão ali para salvar as ovelhas, mas para roubá-las e destruí-las. Para conseguir seus objetivos vinculados ao dinheiro ou a grandeza, estão prontos a sacrificar as ovelhas [Jo 10.10]. Os lobos são mais perigosos do que os cães e os porcos. Os cães e porcos se apresentam como inimigos hostis aos discípulos do reino, os lobos, sendo animais selvagens e mais perigosos, bravos e fortes, aparecem como profetas e se apresentam no meio das ovelhas. Herbert Lockyer diz não ser tarefa fácil identificar o lobo (falso profeta) vestido com roupa de ovelha. Ele pode ter uma capacidade maravilhosa de percepção interna, como Balaão; e pode fazer maravilhas como Simão, o mago; ou, como Satanás, aparecer como “anjo de luz”. Só existe uma forma de identificá-los: pelos seus frutos [Mt 7.16].

Subsídio do Professor: Jesus preveniu que os falsos profetas viriam [Mt 24.11; Mc 13.22-23]. E, muito breve, essas palavras se tornaram realidade. Os falsos mestres se infiltraram na Igreja Primitiva, exatamente quando o Evangelho estava sendo propagado [At 20.29; 2Co 11.11-15; 2Tm 2.14-19; 2Pe 2.1-3, 17-22; 1Jo 2.18, 22; 4.1-6]. Embora Jesus não tenha dado tantos detalhes sobre a forma desses falsos ensinos, podemos perceber através do contexto que eles iriam ensinar um caminho para a salvação que não incluía a porta estreita e um caminho difícil [Mt 7.13-14].

2.3. Por seus frutos os conhecereis. Os frutos são uma metáfora sobre o caráter e a conduta. Não importa o que uma pessoa possa afirmar sobre si mesma, seu verdadeiro caráter acabará se revelando. Se são profetas falsos, são árvores corruptas e não podem produzir bons frutos [Mt 7.16]. O falso profeta pode vestir-se como um profeta verdadeiro e falar como um profeta. Porém, a vida da alma não pode sustentar-se com os frutos falsos que oferece o profeta que não o é. A verdadeira prova de qualquer ensino é se alimentar e fortalecer ao homem para suportar as cargas da vida e percorrer o caminho conforme a Palavra de Deus. O defeito fundamental do falso profeta é o interesse pessoal. O falso profeta não ensina pelo que possa oferecer a outros, ensina pelo que pode conseguir para si.

Subsídio do Professor: O fruto é bom ou mau dependendo da saúde da árvore. A árvore boa produz bons frutos e a árvore má produz maus frutos. Os seguidores de Jesus devem ser capazes de discernir os falsos mestres porque, nos seus ensinos, eles minimizam Cristo e glorificam a si mesmos. Os falsos profetas não falam a verdade; os verdadeiros profetas de Deus não falam coisas falsas. Jesus advertiu que os falsos profetas e mestres são como as árvores: tanto eles quanto os seus “frutos” devem ser cuidadosamente examinados.

EU ENSINEI QUE:

Sempre existiram falsos profetas que desviam multidões do caminho estreito e os conduzem por caminhos espaçosos

3- Os dois tipos de servos

Jesus está mais atento ao nosso “caminhar” do que ao nosso “falar”. Nesse ponto da lição Jesus apresenta dois tipos de servos para nos ensinar acerca do dizer e do fazer.

3.1. A obediência é o visto de entrada nos céus. Não é difícil aprender um vocabulário religiosos, memorizar e recitar versículos bíblicos e até cantar mundo afora. Porém, o teste final não será aquilo que pensamos acerca de nós mesmos, ou o que os outros pensam de nós, mas, sim, o que Deus dirá. A única maneira de não fazer parte desse julgamento condenatório é fazendo a vontade de Deus. A prova da verdadeira fé em Cristo é a obediência à Sua vontade. Jesus apresenta dois tipos de servos: aquele que teve cuidado de descobrir e cumprir a vontade de Deus, e o que apenas viveu enganando a si mesmo [Mt 7.21]. Visto que uma confissão verbal de Jesus como Senhor pode esconder um coração impenitente, Jesus afirma que a entrada no reino dos céus está reservada apenas para aqueles que fazem “a vontade do Pai”.

Subsídio do Professor: Essas pessoas que serão rejeitadas por Jesus vivem em mentiras, se enganam, tentam estabelecer sua própria justiça baseada em obras como os fariseus e escribas [Mt 5.20]. Eles estão no caminho largo que leva à perdição. Alguns são enganados por falsos profetas, pois não atentam para as Escrituras Sagradas, e não conseguem entrar no caminho estreito. Outros, pior ainda, enganam a si mesmos e não entram no reino. O resultado é o mesmo e outra vez nos encontramos com uma eterna verdade: Deus conhece o coração de cada um de nós [1Sm 16.7].

3.2. Eles fizeram, mas ficaram de fora. Existe algo muito interessante nas palavras que são dirigidas por Jesus aos falsos profetas. Ele não descarta que foi em Seu nome que que esses homens profetizaram, expulsaram demônios e fizeram muitas maravilhas [Mt 7.22]. Ele disse que aquele que acreditasse nEle faria obras grandiosas. No entanto, crer e usar o nome não credencia ninguém para a salvação, nem tampouco conhecido de Cristo. Ele diz que mesmo esses homens tendo realizado tantas coisas maravilhosas eram malditos, estavam condenados ao fogo do inferno e Ele não os conhecia [Mt 7.23]. Embora uma pessoa realize grandes feitos em nome do Senhor, ainda assim pode estar fora da vontade de Deus, se continuar praticando a iniquidade. Jesus descreve a horrível cena de pessoas poderosas que serão deixadas do lado de fora.

Subsídio do Professor: Jesus está dizendo claramente como será no fim. Essas pessoas que eram aparentemente tão usadas e que pareciam ser tão diferenciadas e santas, não tinham nenhum vínculo de relacionamento com Ele. Jesus está afirmando que os falsos profetas são capazes de profetizar (referindo-se não apenas a descrever o futuro, mas a ensinar), expulsar demônios e realizar milagres. Aprendemos aqui que invocar o nome de Cristo e realizar obras poderosas não serão o suficiente para garantir o acesso ao céu. Jesus lhes dirá abertamente: “Nunca tive um relacionamento pessoal com você, e nunca estive ao seu lado quando fez o que afirma ter feito. Você não pode fazer parte no meu Reino” [Mt 7.23].

3.3. Nunca vos conheci. Essas palavras ditas por Jesus Cristo falam de um dia de prestação de contas, onde muitos irão comparecer diante dEle para o acerto final. Algumas pessoas conseguem driblar e manter durante algum tempo a máscara e o disfarce, mas sempre chega o momento em que toda falsidade é manifesta e todo disfarce é arrancado [1Tm 5.24]. Nesse dia, os que creram em Cristo e provaram sua fé pela obediência não terão coisa alguma a temer, mas os que dizem crer em Cristo e não obedecem à vontade de Deus serão condenados. É possível enganar aos homens com nossas palavras e ações, mas jamais poderemos enganar a Deus. O que é essencial para nossa vida é ser praticante da Palavra e não somente ouvinte [Tg 1.22-25; 2.14-20], ou seja, além de saber, é imprescindível fazer de acordo com o que sabemos.

Subsídio do Professor: Adam Clark: “Quantos pregadores há que parecem profetas em seus púlpitos: quantos escritores e obreiros evangélicos, cujas obras nos admiram, mas que nada são, e que são piores do que nada diante de Deus, porque não fazem a Sua vontade. Que horrível essa situação de um homem iminente, cujos dons sobressaem, cujos talentos são fontes de utilidade pública, e que só podem servir de indicadores do caminho que leva a felicidade eterna, mostrando esse caminho ao povo quando eles mesmos não podem andar por esse caminho [Mt 7.21-23]”.

EU ENSINEI QUE:

Jesus está mais atento ao nosso “caminhar” do que ao nosso “falar”.

CONCLUSÃO

Assim, temos aprendido que Nosso Senhor enfatizou que o destino dos que conhecem Suas instruções está ligado à obediência a Ele. Jesus não disse que seria fácil, mas prometeu estar conosco todos os dias. Esta é a garantia de que podemos avançar, porque Ele sempre irá nos ajudar e fortalecer [Mt 28.20].

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