EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 3° Trimestre De 2025 | TEMA: Jeremias e Lamentações – Nas mãos do Oleiro | Escola Biblica Dominical | Lição 01: Jeremias 1 – O Livro e o Chamado de Jeremias
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Jeremias 1 há 19 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Jeremias 1.1-19 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. O professor deve conduzir a aula de forma a despertar nos alunos a compreensão da seriedade do chamado de Deus, especialmente em tempos de crise moral e espiritual, como o que o povo de Judá vivia. Incentive os alunos a refletirem sobre o fato de que Deus chama pessoas comuns para cumprir Seus propósitos extraordinários, capacitando-as de modo sobrenatural. Utilize perguntas norteadoras sobre o papel do profeta, sobre o medo diante do chamado e sobre como Deus responde às inseguranças humanas. Destaque a importância da visão da vara de amendoeira e da panela fervente como símbolos da vigilância e do juízo divinos. Estimule a participação ativa por meio de leitura compartilhada dos versículos e aplicação prática das lições à realidade dos alunos.
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OBJETIVOS
Reconhecer o chamado divino na vida de Jeremias desde sua juventude.
Compreender que Deus capacita aqueles que Ele chama para o ministério.
Refletir sobre o propósito do chamado de Deus para cada cristão.
PARA COMEÇAR A AULA
Utilize imagens da criação de rios, mares, florestas, estrelas para mostrar a perfeição dos propósitos de Deus, pois cada criatura tem um motivo para existir. Leve uma pequena caixa de papelão com um espelho colocado ao fundo. Peça a voluntários que vejam dentro da caixa uma criatura única, diferente de todas, e descubram para qual propósito ela foi criada. Explique que, assim como na criação, Deus também tem um propósito único para cada um de nós.
LEITURA ADICIONAL
As profecias de Jeremias, em forma de livro, tomaram o nome do próprio profeta, que, em hebraico, era Yirmeyahu ou Yirmeyahu, “Yahweh estabelece”. O seu ministério estendeu-se pelo menos durante quarenta anos da história de Judá, a qual terminou em tragédia, com o cativeiro babilônico (ver a respeito no Dicionário). Propósito: O intuito de Jeremias era conclamar o povo de Judá ao arrependimento, visto que ele via a potência do norte, Babilônia, a erguer-se, pela providência divina, para castigar uma nação desobediente como era Judá. Ele exortou os habitantes de Jerusalém a abandonarem sua apostasia e idolatria. Jeremias via um cativeiro de setenta anos delineando-se no horizonte (Jer. 25.1-14) e sabia que o conflito entre três potências mundiais, a Assíria, o Egito e a Babilônia, terminaria com o triunfo desta última. O profeta advertiu os judeus acerca de pactos firmados com o Egito, que redundariam em desastre, a longo prazo. Visto que Jeremias previu um resultado desfavorável para Judá, que era um pequeno reino entalado no meio de lutas entre poderes gigantescos, esse profeta acabou merecendo a desconfiança de seu próprio povo, e foi desprezado. A chamada: Jeremias residia na cidade rural de Anatote, uma aldeia cerca de três quilômetros a nordeste de Jerusalém. Quando ainda era bem jovem, recebeu sua chamada divina e foi nomeado profeta pelo Senhor Deus (Jer. 1:4-10). Como era usual, ele sentiu sua incapacidade para tão elevada tarefa; mas a vontade de Deus acabou prevalecendo. Logo ele recebeu duas visões, uma de uma vara de amendoeira, e outra, de um caldeirão fervente, cuja boca estava voltada para o norte (Jr. 1:11-19). A vara de amendoeira simbolizava a ameaça do governo pelo poder estrangeiro de Nabucodonosor. E o caldeirão fervente tem um sentido óbvio, porque todas as invasões vindas do Oriente atacavam Israel pelo Norte. Assim, a ira divina, sob a forma de guerra e cativeiro, logo devastaria Judá. O juízo divino viria da parte do norte. Foi assim que Jeremias deu início a suas predições, a começar em cerca de 627 A.C., até algum tempo depois de 580 A.C., provavelmente. Livro: O Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo: Dicionário – A-L (Russell Norman Champlin. 2. ed. São Paulo: Hagnos 2001, p. 4523, 4525).
Texto Áureo
“Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás.” Jr 1.7
Leitura Bíblica Com Todos
Verdade Prática
Deus escolhe e capacita aqueles que Ele chama, independentemente de suas limitações humanas.
INTRODUÇÃO
I- O CHAMADO DE JEREMIAS 1.1-8
1- Quem era Jeremias 1.1
2- A escolha divina 1.4
3- A relutância de Jeremias 1.6
II- A CAPACITAÇÃO DIVINA 1.9-10
1- A palavra de Deus na boca do profeta 1.9
2- A missão de Jeremias 1.10a
3- A missão de edificar e derrubar 1.10b
III- A VISÃO DA AMENDOEIRA E DA PANELA 1.11-19
1- A vara de amendoeira 1.11-12
2- A panela ao fogo 1.13-14
3- A proteção divina 1.18-19
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Jeremias 1-3
Terça – Jeremias 4-5
Quarta – Jeremias 6-8
Quinta – Jeremias 9-10
Sexta – Jeremias 11-12
Sábado – Jeremias 17-19
Hinos da Harpa: 220-65
INTRODUÇÃO
O livro de Jeremias apresenta uma mensagem poderosa sobre o juízo divino, mas também destaca a fidelidade de Deus, que se mostra decidido a restaurar o Seu povo. Ensina que a verdadeira esperança está na aliança estabelecida por Deus, que haveria de se cumprir plenamente em Jesus Cristo. O ministério de Jeremias durou cerca de 40 anos (626-584 a.C.), abrangendo os reinados de Josias, Jeoaquim e Zedequias, estendendo–se até o quinto mês após o exílio e a destruição de Jerusalém pelos babilônios em 586 a.C. (1.2,3). Ele foi contemporâneo dos profetas Ezequiel, Daniel, Habacuque e Sofonias. Depois dos Salmos, Jeremias é o livro mais extenso da Bíblia. O capítulo inicial introduz o contexto histórico, geográfico e pessoal do profeta, além de descrever detalhadamente o seu chamado divino.
I- O CHAMADO DE JEREMIAS (1.1-8)
Esse trecho inicial do livro evidencia a soberania de Deus na escolha de Seus mensageiros e a resistência inicial de Jeremias, atitudes que nos oferecem lições importantes sobre o chamado espiritual.
1- Quem era Jeremias (1.1) Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes; que estavam em Anatote, na terra de Benjamim;
Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim. O nome Jeremias significa “Jeová estabelece”. Ele era filho do sacerdote Hilquias, nascido na cidade sacerdotal de Anatote, durante o reinado de Manassés. Como filho de sacerdote, era esperado que seguisse o ministério sacerdotal, mas Deus mudou sua trajetória e o chamou para a difícil missão de profeta contrariando as expectativas familiares. O sacerdócio judaico era uma função hereditária, confiada à tribo de Levi e à linhagem de Arão. Os sacerdotes oficiavam no santuário, ofereciam sacrifícios, ensinavam a Lei, julgavam causas e intercediam pelo povo, sendo por isso respeitados e sustentados pelas ofertas. Já o ministério profético não era hereditário nem limitado a uma linhagem específica. Deus mesmo levantava os profetas, geralmente para advertir e anunciar juízo – algo muitas vezes impopular. Foi para essa missão que o Senhor chamou Jeremias.
2- A escolha divina (1.4) Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí; profeta às nações,
Deus afirma que Jeremias foi escolhido antes mesmo do seu nascimento. Essa declaração ressalta a soberania divina, indicando que o chamado de Jeremias não foi acidental, mas planejado desde a eternidade. O Senhor já havia designado o papel do profeta, não apenas para Judá, mas para as nações, o que reflete o alcance universal da mensagem divina e a responsabilidade que Jeremias deveria carregar. A soberania de Deus no chamado ministerial manifesta-se por meio de pessoas que Ele mesmo escolhe, segundo Seus próprios critérios. Por isso, muitas vezes, o Senhor levanta pessoas que, aos olhos humanos, parecem não ter qualquer condição para a missão que lhes é confiada. Contudo, é por meio dessas pessoas que Deus realiza grandes maravilhas, evidenciando Seu poder e soberania. Três verdades importantes sobre essa soberania devem ser destacadas:
a) Deus não utiliza padrões humanos: o ser humano escolhe pelo currículo, capacidade ou indicação.
b) Deus não olha a aparência: Ele observa o caráter.
c) Deus não escolhe apenas os capacitados: Ele capacita os chamados.
No que diz respeito à escolha de pessoas para o ministério, é fundamental compreender que:
a) Cabe ao Senhor a escolha de Seus obreiros: a pessoa pode e deve se apresentar disposta a servir como mordomo na obra, mas a escolha pertence exclusivamente a Deus. O líder pode aconselhar, discipular e até apresentar alguém, mas a decisão final é do Senhor.
b) Cabe ao Senhor designar a função de cada obreiro: essa é uma verdade pouco ensinada e, infelizmente, muito ignorada. É um equívoco pensar que o servo pode escolher a tarefa que deseja realizar, caso seja diferente da que Deus lhe determinou. A frustração ministerial surge justamente quando se está atuando em uma função equivocada. Conforme está escrito: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11).
3- A relutância de Jeremias (1.6) Então, lhe disse eu: ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança.
Diante do chamado, Jeremias responde com hesitação. Ele se considera inadequado, seja por sua juventude, por falta de eloquência, pelas exigências do ministério profético ou mesmo pela frustração de não seguir a estabilidade do sacerdócio. Apresentando sua escusa, afirma ser muito jovem para a missão, procurando esquivar-se da santa convocação, atitude que muitos ainda assumem em nossos dias, ignorando que Deus possui infinitos meios para capacitar aqueles que escolhe (1.6; 2Co 3.5-6). Essa reação é comum entre os chamados por Deus. Moisés disse: “Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente” (Ex 4.10), e Gideão declarou: “Ah! Senhor meu! Com que livrarei Israel? Eis que o meu clã é o mais pobre em Manassés” (Jz 6.15). Apesar disso, o Senhor encoraja Jeremias: “Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem Eu te enviar, irás; e tudo quanto Eu te mandar, falarás”. E reforça: “Não temas diante deles, porque Eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR” (1.7-8). Essas palavras revelam que o chamado divino não depende da capacidade humana, mas da capacidade que provém do próprio Deus.
II- A CAPACITAÇÃO DIVINA (1.9-10)
Após o chamado inicial, Deus capacita Jeremias para sua missão, garantindo-lhe as ferramentas e o apoio necessários para cumprir sua tarefa profética.
1- A palavra de Deus na boca do profeta (1.9) Depois, estendeu o SENHOR à mão, tocou-me na boca e o SENHOR me disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras.
Deus toca a boca de Jeremias. Esse ato simboliza que o profeta não falará por si mesmo, mas será porta-voz direto do Senhor. Também reforça que sua autoridade não é humana, mas procede de Deus, e que ele será guiado pelo Espírito em tudo o que disser. Essa capacitação é essencial, pois Jeremias enfrentou forte oposição ao longo de seu ministério.
2- A missão de Jeremias (1.10a) Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos.
Os destinatários da mensagem do profeta Jeremias incluíam todo o povo de Israel tanto o reino do Norte quanto o do Sul, seus reis e sacerdotes, além de, pelo menos, outras nove nações que foram advertidas quanto aos juízos do Senhor: Egito, Filístia, Moabe, Amom, Edom, Damasco, Arábia, Elão e Babilônia. A corrupção e o pecado haviam alcançado um nível alarmante, contaminando todas as camadas da sociedade. O povo cometia toda sorte de transgressões. Seus reis, como bêbados, não tinham direção nem sobre a própria vida; os sacerdotes, mestres da Lei, sacrificaram aos demônios; e os profetas eram arautos da mentira. O clero e a monarquia representavam o caos religioso e político, e arrastavam a sociedade para a ruína total. A vocação e a mensagem de Jeremias estavam diretamente ligadas à missão de profetizar às nações e confrontar tal conduta, chamando o povo ao arrependimento (5.13,14). Sua missão compreendia:
a) Anunciar como arauto;
b) Denunciar o pecado e anunciar o juízo vindouro;
c) Conclama ao arrependimento.
Embora portador de uma mensagem severa e repleta de advertências, Jeremias era um profeta sensível e muito sofreu com a obstinação do povo. Quando pregava, sentia a dor em sua alma, clamando para que a nação se arrependesse o que lhe conferiu o epíteto de “profeta chorão”. Ainda assim, a nação não apenas rejeitou sua mensagem, como também perseguiu o profeta do Senhor, que continuou firme em seu chamado, conclamando-a ao arrependimento.
3- A missão de edificar e derrubar (1.10b) …para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares e para plantares.
Deus enviou Jeremias para “arrancar e derrubar”, mas também “edificar e plantar”. Isso reflete o caráter duplo do ministério profético: anunciar o juízo e proclamar a restauração. Jeremias seria instrumento do Senhor para confrontar os peеса-dos do povo, denunciar a idolatria e proclamar o iminente juízo divino. No entanto, sua missão não se limitava à destruição: ele também deveria anunciar a esperança de um novo começo, por meio da reconstrução espiritual e da renovação da aliança com Deus.
III- A VISÃO DA AMENDOEIRA E DA PANELA (1.11-19)
O capítulo caminha para o final com uma visão mais ampla do trabalho de Jeremias, pois menciona as dificuldades que ele enfrentará, o alcance de sua mensagem e a promessa de proteção divina.
1- A vara de amendoeira (1.11-12) Veio ainda a palavra do SENHOR, dizendo: Que vês tu, Jeremias? Respondi: vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o SENHOR: Viste bem, porque eu vejo sobre a minha palavra para a cumprir.
Deus apresenta a Jeremias a visão de um ramo de amendoeira. O termo hebraico para “amendoeira” (shaqed) está relacionado à palavra “vigiar” (shoqed), indicando que o Senhor está vigilante para cumprir Sua palavra. Essa visão comunica que a mensagem profética não será em vão. Deus está atento e garante o cumprimento de tudo o que revelou a Jeremias tanto no que diz respeito ao juízo quanto à restauração.
2- A panela ao fogo (1.13-14) Outra vez, me veio a palavra do SENHOR, dizendo: Que vês? Eu respondi: vejo uma panela ao fogo, cuja boca se inclina do Norte. Disse-me o SENHOR: Do Norte se derramará o mal sobre todos os habitantes da terra.
Na segunda visão, Jeremias vê uma panela fervente, cuja abertura está voltada para o norte. Deus revela que essa panela representa o juízo que viria de uma nação do norte-a-Babilônia. Essa imagem representa a urgência e iminência da mensagem profética. A panela fervendo simboliza o perigo prestes a ser derramado sobre Judá: o sofrimento e a destruição como consequência do pecado e da idolatria.
3- A proteção divina (1.18-19) Eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muros de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes e contra o seu povo. Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.
Deus revela que reis e exércitos se levantaram contra Jerusalém como instrumento de juízo. Isso demonstra que a rebeldia do povo de Judá traria sérias consequências. Jeremias teria a difícil missão de anunciar essa mensagem a um povo resistente e endurecido. O pecado, especialmente a idolatria, é identificado como a principal causa do juízo. A oposição ao profeta viria tanto do povo quanto dos líderes religiosos e políticos, tornando sua tarefa ainda mais árdua. Apesar das dificuldades, Deus encoraja Jeremias: “Eu te ponho hoje como cidade fortificada, como coluna de ferro e como muralhas de bronze.” Essa declaração simboliza a força, a firmeza e a estabilidade que o Senhor concederia ao profeta para resistir à perseguição. O Senhor promete que, embora Jeremias enfrente grande resistência, ele não será vencido: “Eu sou contigo para te livrar.” Essa promessa enfatiza que a fidelidade e a proteção de Deus são garantidas mesmo em meio à oposição e à rejeição da mensagem divina.
APLICAÇÃO PESSOAL
Assim como Jeremias, somos desafiados a confiar na soberania de Deus e a sermos fiéis à missão que Ele nos confia, certos de que Sua presença e proteção nos acompanham em todos os momentos.
RESPONDA
1) Quem era Jeremias e de onde ele veio?
R. Filho de Hilquias, sacerdote em Anatote, Benjamim
2) Qual o significado da visão do ramo de amendoeira?
R. Deus vela sobre Sua palavra para a cumprir.
3) Qual a promessa de Deus para Jeremias diante da oposição?
R. “Eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR.”
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